Grupos
de pessoas com AIDS usam táticas para transmitir o HIV
propositalmente!!!
Adeptos
da modalidade “bareback*”,
na qual gays fazem sexo sem camisinha, têm compartilhado dicas de
como transmitir o HIV sem que o
parceiro perceba!!!
São Paulo - Espalhados em sites e blogs
pela internet e presentes em saunas e casas de sexo, grupos de
homens soropositivos de diversas partes do Brasil têm usado táticas
para infectar parceiros sexuais propositalmente. Adeptos da
modalidade bareback*, na qual gays fazem sexo sem
camisinha, eles têm compartilhado dicas de como transmitir o HIV sem
que o parceiro perceba. A prática é considerada crime e tem causado
preocupação na área da saúde e também no meio LGBT.
Na web e nas baladas, os barebackers* formam o "clube
do carimbo". Em blogs, compartilham diferentes
técnicas para fazer sexo sem proteção ou furar a camisinha ainda
dento da embalagem. Fotos e vídeos ilustram o "passo a passo".
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Cortar a ponta ou furar a ponta dos preservativos é algo fácil
de se fazer, dá tesão e estimula um novo fetiche feito por poucos e
por alguns. O legal é quando você sabota o preservativo no dia que
vai f****", disse o autor, que se identifica como Mauro
Machado Becker, antes de escrever um passo a passo do processo. "É
preciso prática e discrição sobre tal ato (não saia aí contando
isso para todo mundo). Não fez ainda? Faça! Pois é bem provável
que já tenham feito em você. É algo sigiloso, uma prática feita
por alguns e que decidi compartilhar com vocês a ideia que pode
acontecer por acidente ou de propósito", completou.
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Há três semanas, uma dessas páginas chamou a atenção e foi
compartilhada nas redes sociais. Nas postagens, um aviso de que as
férias escolares e o carnaval são os melhores momentos para
"carimbar" (ato de transmitir o vírus), principalmente os
jovens. "Todo macho recém-convertido ao bare, lá no fundo,
quer ser carimbado para ser convertido para o nosso lado, para o bare*
'vitaminado', escreveu o autor.
O "vitaminado" é uma clara referência aos
portadores do HIV.
Nos textos seguintes, os internautas encontravam dicas de como
contaminar os parceiros soronegativos. Após inúmeras denúncias, o
site foi retirado do ar.
Outro blog, que pertence a M.M.B., de 26 anos, além das dicas
de transmissão proposital, adverte sobre a discrição na hora da
transmissão e incentiva o ato.
"Não fez ainda? Faça! Pois é bem provável que já tenham
feito com você", afirmou.
Em entrevista ao Estado, o jovem nega que já tenha transmitido
infecção sexualmente transmissível (IST) propositalmente e alega
que publicou as dicas porque seus seguidores gostam do assunto. Ele
afirma:
"Não vou ser hipócrita e dizer que não curto (sexo sem
camisinha). Curto, sim, assim como a maioria curte. Nunca faço sexo
com camisinha e postei as dicas porque a galera gosta e sente
fetiche."
Orgias. Da
internet, onde os encontros são marcados, o clube do carimbo
parte para a ação em festas sigilosas. Apartamentos em bairros de
classe média alta, saunas e boates de sexo gay são usados para a
disseminação do vírus. As orgias são chamadas de "conversion
parties" ou "roleta-russa". No meio dos convidados, há
os "bug chasers" (caçadores de vírus), o
soronegativo que prefere sexo sem camisinha, e os "gift
givers" (presenteadores do vírus), que são os
soropositivos dispostos a contaminar propositalmente ou com
consentimento os parceiros sexuais.
R.H., de 36 anos, é empresário e soropositivo há cinco anos.
Semanalmente, frequenta clubes de sexo e saunas. "É um
prazer incontrolável. Sem a camisinha o meu prazer triplica. Eu
odeio camisinha", diz. Ele afirma que não é adepto da
transmissão proposital. Só faz sexo sem camisinha quando "é
consensual", mas já viu colegas de bareback ser
infectando sem consentimento.
"É só você ir a qualquer suruba que vê casos de camisinha
furada, pessoas estourando sem o outro saber. Considero um esporte do
sexo. Eu não pratico, mas sei de muita gente que gosta."
Marcello Sampaio, de 45 anos, é dono de uma casa de sexo há sete
meses no Largo do Arouche, centro de São Paulo. Por dia, são mais
de cem homens. Logo na entrada, camisinhas estão disponíveis.
Apesar dos avisos sobre os riscos, as transgressões acontecem.
"Sempre alerto os meus clientes, mas eu não tenho controle e
vejo muita gente transando sem camisinha", afirma. "A
minha parte eu faço. Seria muito duro colocar a cabeça no
travesseiro sabendo que eu fui o responsável por infectar 20, 30
pessoas por noite."
A preocupação de Sampaio é comprovada pelo Ministério da Saúde.
O aumento da infecção é maior entre gays. Para Áurea Abbade,
advogada e presidente do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids, a
geração mais jovem desconhece o perigo da doença. "A gente
tenta conscientizar e como resposta recebe risadas. Sinto medo de uma
nova epidemia." As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
*Bare
– Abreviatura de Bareback