Juíza Federal Raquel Domingues do Amaral |
A
INDIGNAÇÃO DE UMA
JUÍZA
FEDERAL
(Por
Gleidistone Antunes)
Pessoal,
na moral!
O brasileiro tem visto nos
últimos meses o descaramento daqueles que foram eleitos para
representarem o anseios desse povo que, por vários séculos tem sido
alvo da ganância, das falcatruas, do roubo e da exploração do
poder corporativista dos grandes empresários.
A exploração do homem pelo
homem, em nome do enriquecimento a qualquer preço (sangue, suor,
lágrimas, vidas de pobres homens, mulheres e até de crianças) tem
feito milhões de vítimas no mundo todo. O poder dos empresários,
ditos homens que movimentam o país com grandes investimentos, está
agora cada vez mais claro: roubalheira por intermédio de empréstimos
fraudulentos, junto aos bancos, instituições financeiras a serviço
dos ricos para a exploração dos pobres.
Os direitos conseguidos às
custas de vidas que foram queimadas vivas em fogueiras, enforcadas,
empaladas, afogadas e assassinadas sem que nenhum dos mandantes ou
mesmo executores fossem punidos, continuam a acontecer, mesmo neste
século, por incrível que pareça.
A dita “justiça” tem se
mostrado contaminada com a atuação dos representantes dos poderes
Legislativo, Executivo e do Judiciário. A ex-ministra Eliana Calmon
tinha razão: “Por trás das togas estão escondidos marginais da
mais alta periculosidade”.
Mas nem tudo está perdido,
pois ainda existe um fio de esperança, uma luz no final do túnel.
Uma Juíza Federal, Raquel Domingues do Amaral, indignada com a
sujeira que muitos dos seus colegas escondem embaixo do tapete,
escreveu um excelente texto acerca dos “Direitos humanos”. De que
são feitos os Direitos de um povo, de uma nação.
Leia o texto na íntegra:
"Sabem
do que são feitos os direitos, meus jovens?
Sentem o seu cheiro?
Os direitos são feitos de
suor, de sangue, de carne humana apodrecida nos campos de batalha,
queimada em fogueiras!
Quando abro a Constituição
no artigo quinto, além dos signos, dos enunciados vertidos em
linguagem jurídica, sinto cheiro de sangue velho!
Vejo cabeças rolando de
guilhotinas, jovens mutilados, mulheres ardendo nas chamas das
fogueiras! Ouço o grito enlouquecido dos empalados.
Deparo-me com crianças
famintas, enrijecidas por invernos rigorosos, falecidas às portas
das fábricas com os estômagos vazios!
Sufoco-me nas chaminés dos
Campos de concentração, expelindo cinzas humanas!
Vejo africanos
convulsionando nos porões dos navios negreiros.
Ouço o gemido das mulheres
indígenas violentadas.
Os direitos são feitos de
fluido vital!
Pra se fazer o direito mais
elementar, a liberdade, gastou-se séculos e milhares de vidas foram
tragadas, foram moídas na máquina de se fazer direitos, a
revolução!
Tu achavas que os direitos
foram feitos pelos janotas que têm assento nos parlamentos e
tribunais?
Engana-te! O direito é
feito com a carne do povo!
Quando se revoga um direito, desperdiça-se milhares de vidas ...
Os governantes que usurpam
direitos, como abutres, alimentam-se dos restos mortais de todos
aqueles que morreram para se converterem em direitos!
Quando se concretiza um
direito, meus jovens, eterniza-se essas milhares vidas!
Quando concretizamos
direitos, damos um sentido à tragédia humana e à nossa própria
existência!
O direito e a arte são as
únicas evidências de que a odisseia terrena teve algum
significado!"
Fonte:
https://pequenasigrejas.blogspot.com.br/2017/05/recado-aos-pobres-de-direita-texto.html?m=1