quarta-feira, 16 de novembro de 2016

EVERALDO SOUZA A PERSONIFICAÇÃO DA PALAVRA – ES-QUE-CI-MEN-TO!

Mesmo debilitado, ainda encontra motivos para sorrir
 EVERALDO SOUZA A PERSONIFICAÇÃO DA PALAVRA – ES-QUE-CI-MEN-TO!
Por Gleidistone Antunes


Pessoal, na moral!

Quem nasceu nos idos dos anos 60, 70, 80 e 90 tiveram o privilégio de ouvir grandes artistas que, em sua performance, deram banhos de interpretação nos palcos da vida por este mundo velho sem porteira e sem tranca. Mas (como sempre tem-se um “mas”), tudo nesta vida passa. Os amores passam, as tristezas passam e os momentos nos píncaros da glória também passam. O que fica são as alegrias das recordações dos momentos em que éramos felizes e não sabíamos.
Com as pernas inchadas, não pode se locomover direito

O destaque deste texto é para o grande Everaldo Souza que, com sua voz grave, imponente e romanticamente aveludada encantou a muitos jovens casais namoradinhos dos Palmares. Tudo o que ele cantava era lindo. Sua voz ecoava pelos salões de dança tal qual um convite ao amor. As mais belas canções ganhavam, nos lábios do Everaldo Souza, um quê de encantamento e de sonhos. O cara era tão intenso em suas interpretações que o som o melódico da orquestra era apenas um detalhe. Ele era o destaque, ele era a mágica que permeava o imaginário dos jovens que queriam ter uma voz daquela.

Mas (olha ele novamente), tudo neste mundo passa. E quando chega o esquecimento, tudo para. Aqueles momentos ficaram congelados no tempo de nossas memórias. As novas gerações nem sabem de nada. De nada mesmo! Não sabem da boa música, das belas vozes e dos grandes artistas. Não sabem dos grandes crooneres que cantavam de tudo. De tudo mesmo! E Everaldo era da gente, era nosso, era do povo dos Palmares!

Entretanto, Everaldo Souza é, hoje, a personificação do que podemos chamar de “ES-QUE-CI-MEN-TO”. Esta é a palavra que define o estado em que se encontra um dos mais talentosos artistas cantores deste lugar, que alguns chamam de Terra dos Artistas - nesta leva entram os poetas, cronistas, atores, escritores, dançarinos e pintores. Este grande nome da música na Mata Sul de Pernambuco, chamado nos tempos áureos de Cauby Pernambucano, está mergulhado no ostracismo e afundado no esquecimento do povo. E pior de tudo, do povo que o conheceu. Do povo que o aplaudiu!

Ah, se todos soubessem como tu estás agora, meu querido voz de veludo! Estás doente, só, isolado, esquecido!

O povo precisa saber que tu és um patrimônio vivo da Cultura desta terra. O povo precisa te estender a mão.

O começo é agora. Por isto, quero chamar a atenção da Rádio Cultura dos Palmares, Rádio Quilombo e Rádio Cidade FM para que juntas, possam encabeçar ao modo de cada uma, esta Campanha Beneficente em prol do Everaldo Souza.

Ele não pode mais se locomover até um hospital, por conta das pernas que estão inchadas, o que lhe dificulta o andar. Está debilitado, sem comida, sem remédio, sem a devida atenção da família.

Vamos ajudar a quem nos deu tantas alegrias e que tão bem defendeu esta cidade com sua voz, seu carisma, seu talento e com sua vida de artista!

Everaldo Souza merece a nossa, não penas por ser um grande artista, mas sobretudo, como grande ser humano que é!


Créditos das Fotos: Prof. Dionízio Filho