sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O parágrafo - Prof_Gleidistone

O PARÁGRAFO
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Prof Gleidistone
(Grego: Para = perto, ao lado / grafo = escrevo)

Os textos em prosa (narrativos, descritivos ou dissertativos), são formados, geralmente, por uma ou mais unidades menores chamadas de parágrafo.
Indica-se o parágrafo em um texto, seja ele impresso ou manuscrito, por um pequeno recuo de sua primeira linha em relação à margem esquerda da folha. Inicia-se com letra maiúscula e com o espaçamento em branco entre o anterior e o seguinte.
Do ponto de vista linguístico o parágrafo deve conter uma ideia central, as quais se agregam outras, secundárias, ligadas entre si e relacionadas à ideia central:

    Vida é dor, e acordo com dor de dentes. O dia é belíssimo, um sol de verão invade o barraco; quanto a mim, choro de dor. Choro também por outras razões, mas principalmente de dor.
     A vida é combate. De nada adianta ficar deitado. Levanto-me e começo a fazer ginástica. Ao fletir o tronco, dou com o bilhete de Francisca, em cima da cadeira.


(Moacir Scliar)

Observem que no primeiro parágrafo a ideia central é de que a vida é dor. Em torno dessa ideia, outras (secundárias) são desenvolvidas pelo autor, mas todas intimamente ligadas pelo sentido e relacionadas à ideia central.
Podemos verificar, também, que todo o parágrafo diz respeito a uma só ideia central, quando esta muda (como no segundo parágrafo), deve-se abrir um novo parágrafo, como fez Moacir.


A Estrutura do Parágrafo

A estrutura da maioria dos parágrafos (denominado parágrafo-padrão) organiza-se em três partes: introdução, desenvolvimento e, mais raramente, conclusão. Cabe lembrar que não há um modo rígido para a construção de um parágrafo. Tudo depende da natureza do assunto, do tipo de composição e, principalmente, das preferências de quem escreve. Portanto, o parágrafo na prática não tem regras inflexíveis de aplicação. Mas não há dúvida de que a maioria é assim estruturado, pois é o método mais adequado para assegurar a unidade e coerência do parágrafo.

a) A Introdução é constituída de um ou dois períodos, quase sempre breves, que encerram a ideia central ou a ideia-núcleo, definindo o seu objetivo. A essa ideia-núcleo dá-se o nome de tópico frasal, que pode, não raro, ele mesmo representar sozinho todo o parágrafo.
No texto exemplo, a oração [vida é dor], introduz o assunto e governa o resto do parágrafo; dele nascem outros períodos secundários ou periféricos. É o roteiro do escritor na construção do parágrafo.

b) O Desenvolvimento consiste na explanação da ideia-núcleo, ou seja, o desenvolvimento de ideias secundárias que fundamentam ou esclarecem o tópico frasal:

=> [...], e acordo com dor de dentes. O dia é belíssimo, um sol de verão invade o barraco; quanto a mim, choro de dor. Choro também por outras razões, mas principalmente de dor.

c) A Conclusão nem sempre está presente no parágrafo, especialmente nos mais curtos ou naqueles em que a idéia central não apresenta maior complexidade. A conclusão retoma a idéia central, levando em consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento.

(Choro também por outras razões, [mas principalmente de dor).

Exemplificando a Estrutura:

O maior problema do professor Ari era o salário, que não estava chegando para as despesas. Os outros problemas, também graves, eram consequência da falta de dinheiro. Sustentar a família de mulher e dois filhos era uma ginástica que começava de manhã cedo e ia até tarde da noite.”

A ideia básica desse parágrafo é: "O maior problema do professor Ari era o salário".
Essa ideia básica é complementada, desenvolvida por outras secundárias, mas a ela relacionadas: "Os outros problemas, também graves, eram consequência da falta de dinheiro. Sustentar a família de mulher e dois filhos era uma ginástica que começava de manhã cedo e ia até tarde da noite".

Observações Sobre o Parágrafo:

A divisão de um texto em parágrafos tem a particularidade de facilitar, ao escritor, a estruturação do texto, e a de possibilitar, ao leitor, uma melhor compreensão.
Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma ideia-núcleo que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão. Geralmente ficam entre quatro ou cinco parágrafos (um para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para a conclusão).
A fala da personagem em uma narrativa que apresente um discurso direto deve corresponder a um parágrafo. De maneira que essa fala não se confunda com a de outra personagem ou com a do narrador.
Os parágrafos curtos são próprios de textos pequenos como, por exemplo, notícias jornalísticas, revistas, livros didáticos. Já artigos e editoriais costumam ter parágrafos um pouco mais longos. O parágrafo curto pode também ser intercalado no meio de parágrafos longos, com a finalidade de enfatizar uma ideia.
Os parágrafos longos são caracterizados por textos acadêmicos ou científicos, pois se estendem por muitas páginas devido à complexidade das ideias e explicações. 

Educação x Trabalho – prof_gleidistone@hotmail.com


Educação x Trabalho – prof_Gleidistone@hotmail.com


No mundo contemporâneo, o trabalho deixa de ser um dever e passa a ser um privilégio, ao passo que há poucas vagas para muitos trabalhadores. Soma-se isto à existência dos subempregos, ou dos trabalhos sazonais, constituindo um enorme contingente de mão-de-obra de reserva. Eis que surge a educação, como forma de qualificar trabalhadores a altos cargos e proporcionar melhores condições salariais.
É, na esfera capitalista, que se dá esta dominância da educação sobre o trabalho: quando a educação não mais deve preparar o indivíduo para o exercício da vida, do pensar, mas qualificá-lo para se sobressair na crescente concorrência do mercado de trabalho.

  • A educação limita o trabalho – na figura do trabalhador/estudante – na medida em que não fornece, ou retira a prática do pensar, da crítica, enfim, os mecanismos cognitivos. Com isto, o que se vê é a total submissão do trabalho, amplamente exposto a qualquer possível artimanha da educação ou de quem dela se utilize para controlar e dominar as forças de trabalho.
  • Negligente ou tendenciosa, a verdade é que a educação submete o trabalho, e sequer dá a este o que se propunha a oferecer. Há ainda o caso em que se dá pequena resistência, dentro do conglomerado educacional, no sentido de melhor preparar, mas é impedida de pôr em prática suas idéias, seja frontalmente (demissões) ou indiretamente (falta de verbas, horário, etc.).
  • Por outro lado, reside nesta dialética uma interdependência entre educação e trabalho, onde aquele só domina em função da submissão deste. A educação se mantém da necessidade do trabalho, sem a qual não haveria razão de ser, no modelo educacional vigente.
  • A etapa a posteriori, da “tomada de consciência” por parte do dominado (no caso, o trabalho) em relação ao dominador (educação), ainda não se concretizou. Entretanto, é de vital importância que ela ocorra, uma vez que a educação é reflexo do que dela se espera, por muitas vezes; os altos impostos e mensalidades (no caso do ensino particular), por sua vez, devem se refletir em autonomia por parte de quem os paga.

É preciso que se discuta acerca de questões aparentemente simples, porém não-respondidas, como o porquê do ensino fundamental público não preparar para o ingresso no ensino superior, igualmente público, apenas para citar uma, dentre tantas outras...
Só assim, a situação se inverterá dialeticamente, e se dará a liberdade estóica do trabalho em relação à educação.


O objetivo central dos que lutam contra a sociedade mercantil, a alienação e a intolerância é a emancipação humana.


A educação, que poderia ser uma alavanca essencial para a mudança, tornou-se instrumento daqueles estigmas da sociedade capitalista: “fornecer os conhecimentos e o pessoal necessário à maquinaria produtiva em expansão do sistema capitalista, mas também gerar e transmitir um quadro de valores que legitima os interesses dominantes”. Em outras palavras, tornou-se uma peça do processo de acumulação de capital e de estabelecimento de um consenso que torna possível a reprodução do injusto sistema de classes.
Em lugar de instrumento da emancipação humana, agora é mecanismo de perpetuação e reprodução desse sistema. A natureza da educaçãocomo tantas outras coisas essenciais nas sociedades contemporâneasestá vinculada ao destino do trabalho. Um sistema que se apóia na separação entre trabalho e capital, que requer a disponibilidade de uma enorme massa de força de trabalho sem acesso a meios para sua realização, necessita, ao mesmo tempo, socializar os valores que permitem a sua reprodução. Se no pré-capitalismo a desigualdade era explícita e assumida como tal, no capitalismo – a sociedade mais desigual de toda a história –, para que se aceite que “todos são iguais diante da lei”, se faz necessário um sistema ideológico que proclame e inculque cotidianamente esses valores na mente das pessoas.
No reino do capital, a educação é, ela mesma, uma mercadoria. Daí a crise do sistema público de ensino, pressionado pelas demandas do capital e pelo esmagamento dos cortes de recursos dos orçamentos públicos. Talvez nada exemplifique melhor o universo instaurado pelo neoliberalismo, em que “tudo se vende, tudo se compra”, “tudo tem preço”, do que a mercantilização da educação. Uma sociedade que impede a emancipação só pode transformar os espaços educacionais em shopping centeres, funcionais à sua lógica do consumo e do lucro.
O enfraquecimento da educação pública, paralelo ao crescimento do sistema privado, deu-se ao mesmo tempo em que a socialização se deslocou da escola para a mídia, a publicidade e o consumo. Aprende-se a todo o momento, mas o que se aprende depende de onde e de como se faz esse aprendizado. García Márquez diz que aos sete anos teve de parar sua educação para ir à escola. Saiu da vida para entrar na escola – parodiando a citação de José Martí, utilizada neste livro. Seu autor, István Mészáros, filósofo no melhor sentido da palavra – aquele que nos ajuda a desvendar o significado das coisas –, húngaro de nascimento, pôde conviver com um dos maiores pensadores marxistas, Georg Lukács.
Mészáros orienta sua obra por uma demanda de seu mestre: reescrever O capital de Marx – trabalho que empreendeu em seu Para além do capital 1, hoje leitura indispensável para se entender o sistema de relações capital–trabalho, seus limites, suas contradições, seu movimento e seu horizonte de superação.
Ao pensar a educação na perspectiva da luta emancipatória, não poderia senão restabelecer os vínculos – tão esquecidos – entre educação e trabalho, como que afirmando: digam-me onde está o trabalho em um tipo de sociedade e eu te direi onde está a educação. Em uma sociedade do capital, a educação e o trabalho se subordinam a essa dinâmica, da mesma forma que em uma sociedade em que se universalize o trabalho – uma sociedade em que todos se tornem trabalhadores –, somente aí se universalizará a educação.
“A ‘auto-educação de iguais’ e a ‘autogestão da ordem social reprodutiva’ não podem ser separadas uma da outra” – nas palavras de Mészáros. Antes disso, educação significa o processo de “interiorização” das condições de legitimidade do sistema que explora o trabalho como mercadoria, para induzi-los à sua aceitação passiva. Para ser outra coisa, para produzir insubordinação, rebeldia, precisa redescobrir suas relações com o trabalho e com o mundo do trabalho, com o qual compartilha, entre tantas coisas, a alienação.
Para que serve o sistema educacional – mais ainda, quando público –, se não for para lutar contra a alienação?
Para ajudar a decifrar os enigmas do mundo, sobretudo o do estranhamento de um mundo produzido pelos próprios homens?
Vivemos atualmente a convivência de uma massa inédita de informações disponíveis e uma incapacidade aparentemente insuperável de interpretação dos fenômenos.
Vivemos o que alguns chamam de “novo analfabetismo” – porque é capaz de explicar, mas não de entender –, típico dos discursos econômicos. Conta-se que um presidente, descontente com a política econômica do seu governo, chamou seu ministro de Economia e lhe disse que “queria entender” essa política. Ao que o ministro disse que “ia lhe explicar”. O presidente respondeu: “Não, explicar eu sei, o que eu quero é entender”.
A diferença entre explicar e entender pode dar conta da diferença entre acumulação de conhecimentos e compreensão do mundo. Explicar é reproduzir o discurso midiático, entender é desalienar-se, é decifrar, antes de tudo, o mistério da mercadoria, é ir para além do capital. É essa a atividade que István Mészáros chama de “contra-interiorização”, de “contraconsciência”, um processo de “transcendência positiva da autoalienação do trabalho”.
Os que lutam contra a exploração, a opressão, a dominação e a alienação – isto é, contra o domínio do capital – têm como tarefa educacional a “transformação social ampla emancipadora”. Se em Para além do capital Mészáros retomava o fio condutor de O capital, neste texto – vibrante, lúcido, decifrador – ele se insere na prolongação do Manifesto Comunista, apontado para as tarefas atuais do pensamento e da ação revolucionária no campo da educação e do trabalho – isto é, da emancipação humana.


O que é Filosofia e para quê serve - reflexões da reflexão Prof_gleidistone@hotmail.com


André entrega flores e uma carta de amor a Carol, dizem que André ama Carol. Jânio diz que é um homem livre justificando tal conquista graças a democracia do seu país. Laura diz que o namorado acusa-a de ser muito subjetiva e pede que ela seja mais objetiva como ele. Dizem que os seres humanos são seres sociais, políticos, seguem normas de conduta, leis, são racionais, possuem valores religiosos, artísticos, etc. Uma infinidade de elementos que fazem parte do nosso cotidiano é silenciosamente aceita como óbvia.
Qualificamos e quantificamos as coisas. Mas ao invés de aceitar as coisas como dadas e prontas, como verdades ou mentiras, loucuras ou reais, boas ou más, etc., se perguntássemos por que André gosta de Carol? O que faz alguém gostar de outra pessoa? O que é o amor? O que é democracia? Como e por que surgiu? O que é subjetividade e objetividade? É possível sermos objetivos? O que é ser racional? Por que acreditamos em valores? Como surgem os valores?…etc. - Uma infinitude de indagações como estas afastam o homem da vida cotidiana e das coisas tidas como óbvias para a reflexão, aproxima-o do que chamamos de adotar uma atitude filosófica.
Ao perguntarmos o que é Filosofia, Chauí (1995) nos responde que poderia ser a decisão de não aceitar as coisas como óbvias, as idéias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos; em síntese, Filosofia pode ser definida como a não aceitação dos elementos da existência humana sem antes havê-los investigados e compreendidos.

Atitude Filosófica

A atitude filosófica tem duas características, uma negativa e outra positiva. A negativa é dizer não ao senso comum, ao que é pré-concebido no cotidiano e tido como verdades aceitas porque todo mundo diz e pensa. A positiva é a interrogação sobre os elementos do cotidiano e da existência: O que é? Por que é? Como é?
Juntas, essas duas características da atitude filosófica constituem o que os filósofos chamam de atitude crítica ou pensamento crítico. Atitude crítica pode ser compreendida como tomar distância do nosso mundo costumeiro olhando-o como se nunca tivéssemos visto antes.

Para que a Filosofia?

Muito cultuada entre os gregos da Antiga Grécia, hoje é comum encontrarmos pessoas dizendo que Filosofia é uma inutilidade; que o filósofo é aquele que fica pensando e dizendo coisas que ninguém entende. Tais estultices encontram suas razões no tecnicismo, feto não abortado do mundo Globalizado que costuma atribuir a razão de existência das coisas somente se elas tiverem utilidade à favor do acúmulo de riqueza e, fundamentalmente, seja a curto prazo.
Todos querem ver a utilidade da Ciência à curto prazo. Os resultados cultuados como bons são aqueles que podem ser empíricos e imediatos. As ciências no mundo globalizado têm as pretensões de acreditarem na existência da verdade, das técnicas e metodologias corretas e na tecnologia como status de racionalidade.
Perdem de vista que a Filosofia é a mais antiga de todas as Ciências. Todos os campos dos saberes têm sua gênese na Filosofia. A Ciência parte de questões já formuladas e respondidas pela Filosofia. Tais respostas encontradas não devem ser tidas enquanto verdades absolutas, mas como algo tido como uma representação válida para o fenômeno - do contrário cairia no senso comum das coisas tidas como óbvias.
Fora da Ciência, a Filosofia pode ser uma fonte de conhecimento que pode nos ensinar muito. Uma arte do bem-viver que questiona e traz respostas que podem nos servir para conviver em melhor harmonia e honestidade com outros seres humanos.

Reflexão Filosófica

Outro elemento da Filosofia é o movimento de volta sobre si mesmo (dialeticidade). O pensamento surge e interroga a si mesmo. Indagando como é possível o próprio pensamento. Este movimento de indagar a si próprio, é reconhecida na Filosofia enquanto reflexão filosófica radical, que se organiza em três conjuntos de questões, descritos por Chauí (1995) como:

·         Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? (motivos, causas e razões)
·         O que queremos pensar quando pensamos; o que queremos dizer quando falamos; o que queremos fazer quando agimos? (conteúdo e sentido)
·         Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? (intenção e finalidade)
·         Diferentemente da atitude filosófica que se dirige ao mundo que nos rodeia, indagando a essência, a significação e a origem de todas as coisas, a reflexão filosófica aponta seu pensamento aos seres humanos no ato da reflexão, perguntando sobre a capacidade e finalidade humana para agir e conhecer.

Filosofia é diferente de “filosofias”:

Retomando a arte do bem-viver atribuída à Filosofia, podemos dizer que existem várias “filosofias”: a filosofia hindú, budista, religiosa, chinesa, etc. Tais filosofias, também perguntam o quê, o como e o por quê. Além de possuir uma reflexão, embora não seja a radical. - Então, o que distancia a Filosofia das “filosofias”?
As outras filosofias têm por trás uma entidade - ou entidades - que guia o homem e que dá significado e gênese as coisas. Tomando por exemplo o Cristianismo, verificamos que eles também estão em busca de uma compreensão do Universo, no entanto, se faz pela fé e na confiança em uma sabedoria divina inquestionável; ao contrário da Filosofia que é sistemática e busca as respostas através do esforço racional. Buscando um encadeamento lógico com exigência de fundamentação e, fundamentalmente, o movimento de questionar as próprias idéias.
Portanto, reservamos o termo Filosofia para um método próprio de pensamento pautado no racionalismo; o confuncionismo, o Yin e o Yang, o mantra, as auras piramidais entre outras, são erroneamente chamadas de “filosofias”, cabendo a elas o termo “sabedoria”.

Epílogo

Acredito que o breve exposto não é o suficiente para atribuir utilidade à Filosofia em um momento histórico onde ela é sinônimo de inutilidade. Mas o que é útil? - Se tomarmos o senso comum no pós-modernismo, verificaremos que o útil é o que traz riqueza e prestígio.
Filosofia não é uma ciência, não é história, não é política, não é arte, não é psicologia e nem sociologia; é uma reflexão crítica das ciências, dos acontecimentos no espaço e no tempo, das origens e natureza das formas de poder, dos sentidos e significados artísticos, dos conceitos e metodologias da psicologia, da sociologia e de todas as ciências. Filosofia é o conhecimento do conhecimento, situada em vários momentos históricos da humanidade.
Para Nietzsche é uma forma libertária do ser, superando os calabouços dos valores até então construídos. Para Schopenhauer, é uma forma de superação da dor e sofrimento da existência. Para Marx a filosofia deveria transformar o mundo trazendo justiça e felicidade para os seres humanos, em detrimento da filosofia que busca apenas conhecer o mundo. E no berço filosófico, encontramos Platão que definia a Filosofia como um saber verdadeiro para ser usado em benefício aos seres humanos.
Entre tantos significados e interpretações filosóficas diferentes, o útil da Filosofia você saberá se achar que for útil abandonar os preconceitos e crenças impregnadas no senso comum e nas formas ideológicas que definem os elementos da vida e do mundo a favor de uns em detrimento dos outros.


Referências

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 5ª ed. São Paulo: Ática, 1996.
SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como Vontade e Representação. Rio de Janeiro: Editora Contraponto, 2001.
* imagem da escultura “O Pensador” (Rodin - 1882)
Formatação gráfica: Prof_Gleidistone@hotmail.com

Pragmatismo e enunciação X Pragmatismo e imagem na crônica “A Mulher da Sombrinha” de Ademmaro Gommes

FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA MATA SUL
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS

Pragmatismo e enunciação X Pragmatismo e imagem na crônica “A Mulher da Sombrinha” de Ademmaro Gommes
Por Gleidistone da Silva

Apresentação

O objetivo principal deste trabalho é desenvolver, no âmbito da AD - Análise do Discurso (escola francesa), perspectivas voltadas à análise do texto AMULHER DA SOMBRINHA, crônica do poeta e escritor Ademmauro Gommmes, tendo como focos analíticos a enunciação e pragmática / enunciação e imagem.


Conceitos de acordo com a ótica da AD – de linha francesa


Enunciação: - Toda enunciação é um acontecimento único. Tem um enunciador, um destinatário, um tempo e um lugar só seus. Essas condições não se repetirão juntas jamais - se a mesma enunciação for feita no mesmo lugar, pelo mesmo enunciador e para o mesmo destinatário, um segundo depois, o tempo já não será mais o mesmo, por exemplo. O enunciado, por sua vez, é a reprodução textual deste ato e, por conseguinte, também é único. Como expressa Maingueneau (2001:  6), reportando-se a Benveniste: “A enunciação é um ato individual de utilização da língua, que se opõe ao enunciado, objeto linguístico resultante”. Fiorin (2002: 36) completa, citando Greimas e Courtès: “O enunciado, por oposição à enunciação, deve ser concebido como ‘o estado’ que dela resulta independentemente de suas dimensões sintagmáticas”.
Partindo dessas premissas, podemos afirmar, à luz dos Estudos Linguísticos, então que enunciação é: “o resultado de uma produção discursiva através de uma declaração, de uma proposição e de uma expressão”.

Pragmática: - Na linguística, a pragmática se caracteriza pelo estudo da linguagem em uso, ou, segundo a definição de Morris (1938), o primeiro a usar esse termo contemporaneamente,o estudo da relação dos signos com seus intérpretes”.
Rudolf Carnap (1938), definiu a pragmática como: “( )... o estudo da linguagem em relação aos seus falantes, ou usuários. Tanto a definição de Morris, quanto a de Carnap, fazem parte da já consagrada distinção geral do campo de estudos da linguagem entre pragmática, que considera a linguagem em seu uso concreto, semântico, que examina os signos linguísticos em sua relação com os objetos que designam ou a que se referem, e sintaxe, que analisa a relação dos signos entre si.
Mais recentemente, o termo “pragmática” passou a englobar todos os estudos da linguagem relacionados a seu uso na comunicação. Uma outra concepção de pragmática se desenvolveu com base em correntes na filosofia da linguagem e na linguística que valorizam a linguagem comum e o uso concreto da linguagem como a principal instância de investigação da linguagem, tratando a semântica e a sintaxe apenas como construções teóricas.
A filosofia da linguagem ordinária de Gilbert Ryle, a teoria dos atos de fala de Austin, a concepção de jogos de linguagem de Wittgenstein, e mesmo a semiótica de Umberto Eco, dentre outras, podem ser incluídas nessa vertente. Trata-se basicamente de uma visão filosófica segundo a qual o estudo da linguagem deve ser realizado em uma perspectiva pragmática, ou seja, enquanto prática social concreta. Portanto, examinando, a constituição do significado linguístico a partir da interação entre falante e ouvinte, do contexto de uso, dos elementos sócio-culturais pressupostos pelo uso, e dos objetivos, efeitos e consequências desses usos.

Imagem: - É um produto da interiorização dos atos de inteligência constituindo-se num decalque, não do próprio objeto, mas das acomodações próprias da ação que incide sobre um objeto a partir de um enunciado. Representação mental de um objeto realizada através do sensório-motor. É a imagem criada na mente de um objeto ou ação distante.


Pragmatismo e enunciação X Pragmatismo e imagem na crônica “A Mulher da Sombrinha” de Ademmaro Gommes

Introdução


           Com muita frequência um texto retoma passagens de outro (s), diferentemente de um texto de caráter científico, o qual cita outros textos de forma explicita o texto literário cita outros textos de forma implícita, o escritor não indica o autor e o livro donde retira as passagens citadas. Essa citação de um texto por outro, esse dialogo entre os textos é chamado de intertextualidade. Quando um texto faz citação de outro texto sua intenção é reafirmar ou inverter, contestar e deformar alguns sentidos do texto citado, para polemizar com ele. E, nesse sentido, o papel da semiótica, da enunciação e da pragmática, definidas por Barros (1990) é descrever e explicar o que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz, analisando os discursos construindo-lhes o sentido usando o jogo da intertextualidade e o contexto da sociedade e da história.
O presente artigo visa analisar, à luz da AD, os elementos da enunciação e pragmática/enunciação e imagem, conforme nos legou a Escola da Linguística Francesa. Para tanto, nos valemos de alguns artigos extraídos de Web e dos pouquíssimos livros que encontramos em nossa biblioteca universitária. Esperamos lograr êxito nessa empreitada e, Oxalá que nosso artigo possa de alguma forma colaborar com àqueles que se interessam pelos estudos da lingüística.



Pragmatismo e enunciação

         O texto a Mulher da Sombrinha nos mostra uma linha que divide os discursos Históricos, Sociais e Ideológicos do discurso Imagético (não-verbal), onde o ícone, ou seja, a personagem, aparece de forma mitificada, oferecendo-nos, graças aos argumentos linguísticos utilizados pelo autor, uma conotação surrealista, evidenciando com isto, um profundo conhecimento das regras que regem a produção textual.
De acordo com BENVENISTE (1989: p. 186) “... o ato individual de apropriação introduz aquele que fala em sua fala. Assim o enunciado situa-se na escrita segundo a idéia de que o que escreve se enuncia ao escrever e, no interior de sua escrita, ele faz os indivíduos se enunciarem”. Observemos esse fenômeno logo no primeiro parágrafo:

Este é um caso verídico. Pode ter certeza do que eu vou contar. Eu não tô mentindo, não. Aconteceu na cidade de Catende, em Pernambuco”.

Podemos perceber também que a linguagem textual é completamente subjetiva (Benveniste, 1989), pois é produzida por um falante que sente a necessidade, o desejo e o prazer de dizer alguma coisa. Ele relata sua própria vivência, utilizando uma linguagem simples para expressar sua subjetividade esse autor utilizou-se da intertextualidade, termo estudado pela primeira vez por Bakhtin (1992). O pragmatismo surge, então, no Discurso, através de uma linguagem coloquial (porque intertextualiza a fala de outrem – do social populesco) oferecendo-nos uma conotação de verossimilhança, personificando a figura imagética da Mulher da Sombrinha num ser real, incutindo no imaginário do leitor/receptor a ideia de um ser fantasmagórico.

Disfarçado por usos linguísticos aparentemente ‘descompromissados’ de ideologias, o modo como o narrador sujeito integra a fala de outro(s) sujeito(s) à sua voz, diz muito mais da postura deste sujeito (Social) em relação ao conteúdo veiculado pela voz que apresenta, do que dizem os significados das próprias estruturas linguísticas com que tais recursos que são codificados o fazem: esses enunciados são pré-organizados na mente por um processo cognitivo de mesclagem de vozes, vejamos:

Uma mulher arranjou um namorado e, não querendo que ninguém soubesse do seu relacionamento, inventou um disfarce (o que nos remete à imagem) interessante. Ela pensou: “Para onde eu for o povo vai me vê! Já sei. Vou arranjar um esconderijo de arrepiar” e escolheu para lugar dos encontros, o cemitério da cidade. Assim, ela ficou animada com essa ideia”.

          Explorando esse texto linguisticamente, segundo a Análise do Discurso, os sujeito produz um discurso já em condições dadas, estabelecidas por uma formação discursiva correspondente. Podemos dizer também que a Mulher da Sombrinha foi escrita a partir do(s) discurso(s) do(s) outro(s) – o Social; para afirmar a existência de algo que se supõe existir na realidade. Segundo Maingueneau (1989), o discurso pode ser construído de várias formas exclusive em forma de crônica.


Enunciação e a imagem


Ao se pensar a imagem a partir do verbal, acaba-se por descrever, falar da imagem, dando lugar a um trabalho de segmentação da imagem. Segundo (Davidson, 1984) a palavra fala da imagem, a descreve e traduz, mas jamais revela a sua matéria visual. Por isso mesmo, uma “imagem não vale mil palavras, ou outro número qualquer”. Por tanto, a palavra não pode ser a moeda de troca das imagens. É a visualidade que permite a existência, a forma material da imagem e não a sua co-relação com o verbal, por este motivo a figura em si, da Mulher da Sombrinha se multiplica na medida em que cada leitor/receptor entra em contato com o enunciado do autor e interage com a enunciação, percebendo assim, cognitivamente, o Discurso histórico/Social implicitamente enunciado pelo autor na seguinte passagem:

Querendo esconder o caso, depois do encontro amoroso, ela aparecia encobrindo o rosto com uma sombrinha, (interação visual imaginária do receptor/leitor com a enunciação do autor) como desculpa para não tomar sereno, pois sempre saía à meia noite. Aí o povo via sempre aquela mulher sair do cemitério Às altas horas. Foi dessa forma que surgiu a história da Mulher da Sombrinha”.

O contexto histórico-social da Mulher da Sombrinha envolve elementos tanto da realidade do autor quanto do receptor — e a análise destes elementos nos ajudam a determinar o sentido. A interpretação desse enunciado nos proporciona, de imediato, saber que há um autor, um sujeito com determinada identidade social e histórica e, a partir disto, situar-se no discurso compartilhando desta identidade.


Orlandi (1993) observa que os mecanismos de análise que apreendem o não-verbal através do verbal revelam um efeito ideológico de apagamento que se produz entre os diferentes sistemas significantes, dando sustentação, dentre outros, ao "mito", é o que observamos no enunciado a seguir:

Conta-se que, hoje, em Catende, as mulheres têm medo de passar diante do cemitério à meia noite, de sombrinha armada”.

Esse trecho nos lembra Fiorin (1988) que diz: “(…) Narrador e interlocutor são instâncias que tomam a palavra para si no ato da interação. O autor é a voz de outrem que ressoa num enunciado de um narrador ou de um interlocutor. Assim, o autor é a fonte enunciativa responsável por um dado enunciado incorporado no enunciado de outrem”.

Conclusão


Concluímos este artigo com as seguintes citações de ERNANI & NICOLA (2001: p. 64) “O tempo todo participamos de processos de interlocução, ora como produtores, ora como consumidores dos mais variados textos”.e, ORLANDI (1999: p. 17) “... tomar a palavra é um ato social com todas as suas implicações: conflitos, reconhecimentos, relações de poder, constituição de identidades, etc.”
Sendo assim, o ato de interação discursiva entre o autor-narrador e o leitor - receptor, se dá por intermédio da troca de discursos no momento em que todos se inserem no enunciado, produto da enunciação das ideias dos atores formando com isso, um jogo de interdiscursividade.


A Mulher da Sombrinha
Ademmauro Gommes

Este é um caso verídico. Pode ter certeza do que eu vou contar. Eu não to mentindo, não. Aconteceu na cidade de Catende, em Pernambuco.
Uma mulher arranjou um namorado e, não querendo que ninguém soubesse do seu relacionamento, inventou um disfarce interessante. Ela pensou: “Para onde eu for o povo vai me vê! Já sei. Vou arranjar um esconderijo de arrepiar” e escolheu para lugar dos encontros, o cemitério da cidade. Assim, ela ficou animada com essa ideia.
Querendo esconder o caso, depois do encontro amoroso, ela aparecia encobrindo o rosto com uma sombrinha, como desculpa para não tomar sereno, pois sempre saía à meia noite. Aí o povo via sempre aquela mulher sair do cemitério Às altas horas. Foi dessa forma que surgiu a história da Mulher da Sombrinha.
Conta-se que, hoje, lá em Catende, as mulheres têm medo de passar diante do cemitério à meia noite, de sombrinha armada.
Mas a coisa não parou por aqui. As pessoas entenderam que o fato era muito interessante e, ao invés de encobrir o acontecido, transformaram essa ocorrência em atração folclórica. No tempo de carnaval, sai um bloco do cemitério, guiado por uma boneca gigante, representando a Mulher da Sombrinha.
Na época carnavalesca, tem problema não. Qualquer um pode entrar e sair de sombrinha do cemitério. Mas vá lá em outro tempo, pra ver. Dizem que, depois que a mulher morreu, ela aparece toda noite, portando uma sombrinha, querendo arranjar namorado. Se não tiver acreditando, vá danado pra Catende.    Todo mundo lá confira esta história. 

Resumo do livro “O velho e o mar” do escritor Ernest Hemingway - SILVA, Gleidistone da.

Resumo do livro “O velho e o mar” do escritor Ernest Hemingway
SILVA, Gleidistone da.



Em “O velho e o mar” (1952), o autor Ernest Hemingway conta a história de um velho pescador que limitado pela idade avançada, vê-se excluído da sua comunidade, contando apenas com um garoto como verdadeiro amigo que lhe dedica toda admiração, respeito e carinho, sentimentos tais, advindos da gratidão que o garoto sentia por ter aprendido a pescar com o bom e velho Santiago, por isto o amava e fazia questão de ajudá-lo sempre e prover-lhe um pouco de comida e água que conseguia no vilarejo da ilha em que moravam.
Diante dessas circunstancias, o velho Santiago vê-se obrigado a provar que ainda é capaz de trabalhar e de superar suas limitações físicas impostas pelo tempo.
Ajudado pelo garoto Manolim, o velho prepara seu barco e parte para alto mar em busca do seu sustento que há muito lhe proporcionava a sobrevivência, isto, de maneira extremamente precária.
Em alto mar, depois de muitas tentativas, finalmente o velho Santiago consegue fisgar um enorme peixe-espada, e com ele, trava uma árdua luta de três dias, envolvendo paciência, maturidade e “artimanhas”, até conseguir vencê-lo pelo cansaço.
Todavia, o velho não imaginava o que viria pela frente. Tubarões famintos, atraídos pelo cheiro do grande peixe-espada que vinha sendo rebocado pela pequena embarcação, aproximaram-se em busca de alimento.
Armado apenas com uma faca e um par de remos, o velho consegue livrar-se de alguns bichanos, mas vencido pelo cansaço, pela idade, pela fome e sede, o velho entrega-se exaurido de todas as suas forças. Os tubarões venceram, devoraram seu precioso peixe-espada, deixaram-lhe apenas a cabeça e parte do esqueleto.
O velho Santiago consegue chegar à ilha, já à boca da noite, atraca seu barquinho e vai para sua cabana, deita-se e dorme. Pela manhã todos os pescadores ficam surpresos e questionam entre si – “Como o velho pôde pescar um animal tão grande?”
O pequeno Manolim corre para a cabana do velho, mas ele ainda dorme, o menino vê o tamanho da carcaça do peixe percebendo assim, a grande batalha que o velho enfrentara em alto mar, e fica feliz que Santiago tenha escapado vivo dessa luta. O velho acorda e meio sonolento diz ao menino que a sorte o abandonara de vez, o garoto cheio de amor, tenta animá-lo, mas o velho já dorme novamente. O garoto, fora da cabana, chora por ter visto o amigo Santiago alquebrantado pela dura luta de sua vida.

Resumo aleatório

Após longo sofrimento em alto mar, tentando provar sua capacidade, e, exaurido de todas as suas forças, o velho Santiago chega à sua cabana, acabara de vir do mar. Perdera uma árdua batalha para alguns tubarões que devoraram um enorme peixe-espada que havia pescado após vários dias em alto mar. Sobrara apenas a carcaça do grande peixe, o qual chamou a atenção de todos os outros pescadores pela grandiosidade de seu esqueleto e cabeça. Tal fato fizera com que todos questionassem entre si: - Como um só homem pôde trazer à praia um peixe tão estupendo!? Não sabiam eles que o velho lutara por àquele animal até as ultimas forças de seu corpo.
Havia enfrentado a fome, a sede e o desgaste físico até que o grande peixe-espada se rendeu ao experiente pescador.
Santiago, ajudado pelo garoto Manolim, saíra da ilha disposto a provar que ainda poderia realizar seu trabalho, e mostrar sue valor às pessoas da sua comunidade, pois todos o tratavam com desprezo e preconceito pelo fato dele ser um homem velho que, de acordo com a visão dos outros pescadores da ilha, não servia mais para nada.
Santiago passou três dias de vigília e de luta com o bichano, enfrentado a fome, a sede, o calor do dia e o frio da noite até que o peixe-espada rendeu-se à sua perspicácia de pescador antigo e conhecedor das artimanhas do mar.
  
Análise psicológica das personagens

O velho Santiago - Durante todo o tempo em que o velho ficou no mar, deixava vir à tona o diálogo consigo mesmo, onde, de maneira franca, expunha um misto de medo e coragem, seus valores psicológicos e sua vontade de superação. O diálogo se dava também com o mar, com céu, com as aves, com o peixe que pescara e, principalmente, com o seu próprio corpo já surrado e cicatrizado pela dura lida de sua tarefa, herança de toda uma vida dedicada à arte da pesca.
Na medida em que o combate se desenvolve, o leitor vai embarcando no monólogo interior de Santiago, em suas dúvidas e angústias e, com as mãos úmidas de sangue o pobre homem, apela para que a sorte não o abandone. Por fim, o peixe dobra-se à força do pescador. Mas a vitória (ou derrota?) não está completa – surgem os tubarões, e, em pleno alto mar, trava-se um duelo entre um homem exaurido de suas forças, mas com o poder de raciocínio, versus o instinto animalesco de ferozes tubarões, ávidos pela preciosa pesca do velho Santiago.
A persistência e a coragem formam a tônica do caráter desse velho, o amor e a saudade do garoto que já não o acompanha naquele momento de desespero e de dor, aliados à necessidade de se impor diante dos outros pescadores, contribuem marcadamente para que o velho lute até quedar exangue, todavia, ciente de que dera o melhor de si, entregou-se totalmente. Eis a vitória de velho Santiago.

O garoto Manolim – A gratidão e o respeito são a base em que se fundamenta o amor de Manolim pelo velho Santiago. Tudo isto expressa-se em atitudes de ajuda para proporcionar ao velho amigo, algum lenitivo que lhe alivie um pouco o sofrimento impostos pela vida. Humildade, bondade e otimismo selam o marco de amizade entre os dois amigos.
  
O velho e o mar: influência nos dias atuais

O homem hodierno vive num mar de influências onde o que vale é o consumismo, a exploração do homem pelo homem, a mentira em detrimento da verdade, o famoso “salve-se quem puder”. Todavia o que nos acalenta é saber que existem, ainda, pessoas que conservam bons hábitos como o da leitura sadia, onde se pode conhecer as melhores personagens da história que, por intermédio de sua literatura, puderam exercer algum tipo de influencia positiva na vida de muita gente sedenta por conhecimento e, acima de tudo, exemplo de caráter, coragem e determinação. É o caso do texto “O velho e o mar” de Ernst Hemingway.
O autor mostra um texto que nos apresenta a transversatilidade de tempo, onde, o passado e o presente, misturam-se num só tempo, levando-nos, muitas vezes, a visualizarmos as cenas em que se desenrola o enredo, como se estivesse acontecendo nos dias de atuais.
Paralelamente à história de Hemingway, o que vemos nos dias de hoje, é uma luta ferrenha pela sobrevivência da maioria da população brasileira, especialmente os menos favorecidos que buscam ascender na escala social. Inserida nessa luta, estão os que já passaram dos cinqüenta anos que, no oceano de desilusões em que estão à deriva e, de acordo com os paradigmas da sociedade hipócrita e excludente, já tornaram-se obsoletos. O velho Santiago está tão presente em nossos dias como no livro de Hernest. Podemos vê-los abandonados nos abrigos, nas praças, embaixo dos viadutos e nas calçadas de nossas cidades. O garoto Manolim está em cada coração bondoso e caridoso que, mesmo sem ter condições, busca dentro de suas possibilidades, amenizar o sofrimento dos muitos Velhos Santiagos dos nossos dias.
Todos deveriam ler O velho e o mar, e dele tirar o exemplo de coragem força e determinação. Do garoto, tirar o exemplo de gratidão, respeito pelos mais velhos, amor e caridade por aqueles que não têm do que viver. Por essas e outras, Ernest Hemingway se fez um imortal. Um dos grandes vultos do século XX, um escritor que certamente será lembrado daqui a outros 100 anos, ao lado, por exemplo, do irlandês James Joyce, de quem foi vizinho quando morou em Paris pela primeira vez. E quando algum crítico afobado ou presunçoso criticar o mestre por uma publicação póstuma certamente desautorizada, é bom saber que nem mesmo o rugido dos leões será capaz de silenciar os sinos que hoje dobram por ele.


A época do autor

O ano em que o autor produziu “O velho e o mar”, os Estados Unidos passavam por acontecimentos marcantes para a história daquele país. A morte de Vincenzo Capone (irmão de Al Capone); o presidente Truman estabelece a National Security Agency; Ovinis são vistos e fotografados em New York; o psicopedagogo Jean Piaget publica “Origens da inteligência na Criança”; John F. Kendy presta juramento como senador no Congresso Americano e a Morte do boxeador norte-americano Jim Jeffries. Como observamos, o ano de 1952 trouxe para aquele país, fatos que possivelmente não influenciaram Hemingway a escrever o seu Velho e o mar. Acreditamos que sua influencia maior tenha sido a infância conturbada por ter vivido em meio aos pobres, o pai era médico e clinicava em bairros carentes e, vendo de perto a necessidade dos que o cercavam, levou consigo a imagem da carência humana que, mais tarde, se expressariam no velho Santiago, e no garoto Manolim. 


Questionamentos

1) O que levou o autor a escrever o Velho e o mar?

Rº. - A necessidade de expor a carência humana (ou mesmo a sua carência interior), talvez o tenha inspirado a escreve tal livro.

2) Não vivia ele (o autor) um eterno confronte existencial?

Rº - Segundo alguns autores, o próprio Hemingway preocupava-se por montar em redor de si, uma atmosfera de homem mítico que, do alto de sua opulência apresentava-se como um ser estranho, introspectivo e rabugento com os críticos que o analisavam de maneira pejorativa, esse comportamento pode ser considerado como uma proteção ao seu universo interior.

3) Até que ponto sua vida no quotidiano influenciou a sua obra?

Rº - toda a obra de Hemingway é uma espécie de autobiografia de tudo o que ele viveu ao longo de seus 62 anos.

4) O que levou o autor a utilizar-se de outros ambientes geográfico que não o de sua terra natal?

Rº - As viagens que fizera, os amigos que conquistara durante sua vida.

5) O que teria acontecido se Santiago tivesse conseguido trazer o grande peixe-espada intacto até à margem da praia?

Rº - Seria no mínimo, uma situação previsível, que poderia ter sido inspirada nos heróis fabricados, tais como o super-homem, ou coisa parecida.
  

6) O que é, ler hemingway?

Rº - É mergulhar nos conflitos mais corriqueiros do cotidiano da Humanidade.

7) O que marca a narrativa de Hemingway em “O velho e o mar”?

Rº - Os diálogos enxutos, concisos, diretos e objetivos, e a nitidez psicológica de suas personagens.

8) Cite algum (s) escritor (es) que, declaradamente, sofreu (ram) influencia de Hernest?

Rº - Gabriel Garcia Márques e Norman Mailer

9) qual o principal fator que exerceu influência nos autores citados?

Rº - O seu estilo enxuto e preciso aliados a uma técnica textual onde a objetividade se fazia sempre presente.

10) na sua opinião, o que levou Hemingway ao suicídio?

Rº – A não aceitação da velhice que, como conseqüência, traz grandes problemas existenciais, o prenúncio de sofrimentos por doenças.


A mensagem de Ernest Hemingway

O autor passa para nós leitores, os valores de coragem, respeito, amor e compaixão, sentimentos que nos dias de hoje estão cada vez mais difíceis de encontrarmos. Talvez, influenciado por sua família Hemingway tenha se revelado nesse trabalho. Exposto a todos, o seu Eu interior, sua vontade de que fossemos todos gentis, caridosos e amáveis uns com os outros. Ele nos deixa transparecer seu medo de que as pessoas um dia, o vissem como um velho (ou como o velho Santiago) que não pudesse produzir mais. A sua vontade de mostrar que o velho também (ou ainda) tem seu valor, porque já deu a sua parcela de colaboração à sociedade, aparece nas entrelinhas de suas história.
Esse fato pode ser a resposta de tantas incógnitas levantadas sobre o porquê, do autor ter se suicidado, ou seja, depois de velho, ou por não aceitar seu estado de velhice, ele tenha cometido tal ato.
Todavia o que conta mesmo não é o ato do suicídio em si, mas a mensagem que ele nos deixa sobre os valores interiores que um ser humano deve ter em seu convívio com colegas, amigos e desconhecidos. Oxalá que todos possam entender a mensagem do “Velho e o mar” para que o mundo se torne cada vez melhor.
  
The message of Ernest Hemingway

The author passes to reading us, the more difficult values of courage, respect, love and compassion, feelings that nowadays are each time to find. Perhaps, influenced for its family Hemingway if he has disclosed in this work. Displayed to all its I interior, its will of that we it was all gentile ones, charity and amiable ones with the others. It in leaves them to be transparent its fear of that the people one day, saw it as an old one (or as old Santiago) that she could not produce more. Its will to show that the old one also (or still) has its value, because already gave its parcel of contribution to the society, appears in the space between lineses of its history.
This fact can be the reply of as many incognito raised on the reason, of the author to have if committed suicide, that is, after old, or for not accepting its state of oldness, it it has committed such act.
However what it counts exactly is not the act of the suicide in itself, but the message that it in leaves them on the interior values that one human being must have in its conviviality with colleagues, friends and strangers. God that all can understand the message of the “Old one and the sea” so that the world if becomes each better time.
  
Bibliografia

ADELAIDE, Maria de Oliveira. Da pesquisa ao texto acadêmico. São Paulo: TDR, 2000
HEMIGWAY, Ernest. O velho e o mar. São Paulo: Globo, 2003
<www.vermelho.org.br/base.asp?texto=5456> Acessado em 15 de setembro de 2006
<www.estacaovirtual.com/eventos/cineclube/>Acessado em 20 de setembro 2006

Trocadalho do carilho (Texto para sala de aula)


Trocadalho do carilho

Fui almoçar no ‘Mala e Cuia’ e tomei uma cachaça da boa,
Mai tão boa que resolvi levá déi garrafa pra casa,
Mai Dona Patroa me obrigou a jogá tudo fora.
Peguei a primêra garrafa, bebi um copo e joguei o resto na pia.
Peguei a segunda garrafa, bebi ôto copo e joguei o resto na pia.
Peguei a tercêra garrafa, bebi o resto e joguei o copo na pia.
Peguei a quarta garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo.
Peguei o quinto copo, joguei a rolha na pia e bebi a garrafa.
Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo no resto.
A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia.
Peguei no copo, bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa.
Joguei a nona pia no copo, peguei a garrafa e bebi o resto.
O décimo copo, eu peguei a garrafa no resto e me joguei na pia!!!
Só num me alembro do que fiz ca patroa!!

ARIANO SUASSUMA E SUA “CRÍTICA SOBRE O FORRÓ ATUAL”

Ariano SuassuNa e sua “CrÍtica sobre o forró atual”
 SILVA, Gleidistone da.

Sabemos que cada palavra traz em si um significado, haja vista que existe um relacionamento entre o homem e os objetos do mundo PRESTES (2001). A esse relacionamento homem/objeto, podemos chamar de ato linguístico, que nada mais é do que comunicação. Mas o que é comunicação senão o ato de ação e de interação que se estabelece entre duas ou mais pessoas, ou mais ainda, entre o homem e os objetos que o cerca? CEREJA & MAGALHÃES (2000)
Tudo que existe ao nosso redor nos diz algo, nos traz uma significação. Centrando a presente análise no texto de Ariano, podemos dizer que o mestre, indignado com a significação musical dos “ditos forrós”, expôs para público sua observação acerca do gosto (ou do desgosto?) popular, por um tipo de letra e melodia que agridem os valores éticos e morais do público em geral.
O autor começa o texto com o discurso direto, reproduzindo fielmente a fala, ou melhor, o grito do vocalista dito forrozeiro e “raparigueiro”: “Tem rapariga aí? Se tem levante a mão!” Percebemos logo na introdução de Ariano, tratar-se de uma crítica. Tal observação se confirma pela inferência que se faz ao lermos o restante introdutório e pelo aposto na linha 4: “... dele só não, todas as bandas de gênero.
O contexto crítico que Ariano expôs em seu texto, sedimenta-se pelo uso dos apostos nas linhas 4, 7 e 48 respectivamente. Na linha 6, o autor, pelo uso do posto, nos deixa o pressuposto de que tal acontecimento (show) ocorreu no interior de Pernambuco, pois a expressão ativadora de pressuposto MOURA (2000) na linha 6: “Esta cena aconteceu numa das cidades de destaque no agreste”, nos remete ao fato do mestre estar a percorrer todo o estado de Pernambuco com sua “Aula Espetáculo” nas cidades de destaques do agreste, o que de imediato, pressupomos ser a cidade de Caruaru, haja vista sua relevância e seu maior porte no agreste do nosso estado.
Nas linhas 8 e 9, Suassuna deixa subtendido que nos anos 70, o vocalista, possivelmente, seria linchado pela massa devido a falta de respeito.
Da linha 10 à linha 26, enfaticamente, o autor expõe um “rosário” de nomes de bandas e títulos das “ditas músicas” onde cada linha (13 à 25) semanticamente, nos traz vários implícitos onde o sexo é a tônica que movimenta ricamente o universo dessas, como diz o Ariano, “ditas bandas”.
A interpretação semantical que se faz dos títulos das “ditas músicas” e dos nomes das “bandas” é mesmo de envergonhar até a memória de ilustres compositores que já se foram (in memoriam). Da linha 27, ao usar a palavra “desculhambação”, forma que o “matuto” indignado usa em sua linguagem coloquial, para expressar seu espanto diante de tanto escândalo.
Apesar de o texto ter sido escrito por um catedrático, percebemos a utilização de várias expressões coloquiais nas linhas 4, 27, 29 e 48, evidenciando com isso, a forte influência da cultura popular nordestina sobre o autor.
A partir da linha 30, Ariano nos traz todo um contexto histórico referencial que influenciou as “ditas bandas” forrozeiras de hoje. Tal exposição nos faz pressupor que o autor, de fato tenha autoridade para criticar os que hoje se escuta em termos dos ditos forrós.
De 42 à 52 Suassuna torna-se mais incisivo nas suas críticas psicológica e social, marcada por operadores argumentativos que amplificam cada enunciado textual MOURA (2000), por intermédio dos postos e pressupostos evidenciando os caminhos futuros da juventude transviada que hoje se forma no seio da nossa sociedade.
Ariano Suassuna muito bem colocou sua crítica, apesar de não ter sido aceita (ou entendida) por jovens desatentos e displicentes alienados e pelos manipuladores da mídia. Entender os postos validados pelos pressupostos, é deveras complexo, mas quando se procura uma base teórica, para observar determinado contexto, pode-se elaborar uma reflexão bastante proveitosa, à luz da semântica da língua portuguesa. SARGENTIM (1984)


REFERÊNCIAS__________________________________________________

HERMÍNO, Sargentim. Gramática didática da língua portuguesa. São Paulo: IBEP, 1984
MOURA, Heronides M. de Melo. Significação e contexto: uma introdução a questões de semântica. Florianópolis: Insular, 2000
CEREJA, William R. MAGALHÃES, Tereza Cochar. Texto e interação: uma proposta de produção textual a partir de gêneros e projetos. São Paulo: Atual, 2000
PRESTES, Maria L. de Mesquita. Leitura e (re)escritura de textos. Catanduva – SP: Respel, 2001


Texto original de Ariano Suassuna


Crítica de Ariano Suassuna sobre o “forró” atual

‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas as bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam).
Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Para uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá:

Calcinha no chão (Caviar com Rapadura),
Zé Priquito (Duquinha),
Fiel à putaria (Felipão Forró Moral),
Chefe do puteiro (Aviões do forró),
Mulher roleira (Saia Rodada),
Mulher roleira a resposta (Forró Real),
Chico Rola (Bonde do Forró),
Banho de língua (Solteirões do Forró),
Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal),
Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada),
Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca),
Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró),
Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró).

Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas. Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo.
O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se.
Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde.
Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste.
Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção.
Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem.
Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é: ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
Ariano Suassuna