Tradução: A humanidade progrediu, mas não parece! |
A
CAPACIDADE DE SE INDIGNAR
Admmauro
Gommes
Pelo
menos nos resta a capacidade da indignação. Diante de um mundo
caótico, virado de ponta-cabeça, quem não puder levantar uma
bandeira contra a desumanização de nossa espécie, que pelo menos
mostre sua intolerância diante das atividades que vêm sendo
publicadas recentemente pela mídia. Foi o que fez o valente
professor Gleidistone Antunes da Silva, formado em Letras e
funcionário da FAMASUL. Eis o texto dele:
UM
NAUFRA(GADO) HUMANO
Por
Gleidistone Antunes
"Hoje acordei dormente, nauseado e extremamente pensativo. Tudo
isso por conta de uma dúvida que há muito tempo tem me incomodado,
mas que somente agora pude sentir, ferrenhamente, sua ferrada no
peito configurada numa imagem que comoveu o mundo. A imagem de um
menino na praia. Mas... um menino morto! Puxa, como dói!
Essa visão dantesca buliu comigo, me fez chorar. Reacendeu então,
no meu peito, aquela dúvida humana(?): “Quem sou? Donde vim? Para
onde vou?”
A dúvida é uma constante na minha cabeça, tal qual uma
interrogação ambulante a questionar-me repetidamente essas três
perguntas. Ainda mais agora que o mundo está "trocando as
bolas." As bolas do juízo humano estão quicando tortamente,
tropegamente... erradamente. "Parem o mundo que eu quero
descer," eu não aguento mais ficar aqui pagando para ver gente
ser assassinada, torturada, roubada e enganada.
Diante daquela imagem, pergunto-me: “O que somos? Humanos?
Desumanos? Dotados da razão? Sem razão? Que justificativa há para
tanta atrocidade no planeta entre os ditos “humanos”(?). O poeta
talvez tenha tido razão quando nos comparou com um rebanho de gado
humano: "Êh, ô, ô, / vida de gado / Povo marcado / Êh,
povo (in)feliz!(?)."
É, somos mesmo uns naufra(gados) humanos, à mercê das ondas
desafortunadas da vida, que nós mesmos provocamos uns para os
outros. E o mundo, sub judice da nossa falta de razão, sofre, pede
socorro e morre conosco. "