sábado, 26 de novembro de 2011

ATLETAS PALMARENSES SAGRAM-SE MEDALHISTAS NO XI CAMPEONATO BRASILEIRO DAS LIGAS DE JUDÔ

ATLETAS PALMARENSES SAGRAM-SE MEDALHISTAS NO XI CAMPEONATO BRASILEIRO DAS LIGAS DE JUDÔ

Por Gleidistone Antunes
        A Academia Palmares Judô Clube tem a honra e o orgulho de apresentar à sociedade palmarense, os medalhistas do XI CAMPEONATO BRASILEIRO DAS LIGAS DE JUDÔ 2011, realizado em ASSIS estado de SÃO PAULO, nos dias 11 e 12 de novembro. Atenção para estes nomes que agora figuram nos anais do esporte pernambucano e nacional, são eles: 1º lugares e medalhas de ouro - José Hamiltom e Danrley Queiroga; 2º lugares e medalhas de prata - Gladstony Gomes e Monyke Drielle; 3º lugares e medalhas de bronze - Mellynna Sadara, Anny e Wesley, todos eles, cada qual nas suas categorias.
       Participaram também do certame nacional os atletas Chrystophe Dasayev, Irandi de França e Mosés Jr. Todos esses atletas merecem ser reconhecidos por elevarem o nome dos Palmares aos “píncaros da glória nacional”.
      Parabéns a todos vocês e, principalmente ao Sensei Erivam Lopes - mestre judoca que, pelo esforço e história de perseverança no esporte em nossa cidade há mais de trinta anos, merece receber dos vereadores do nosso município o título de cidadão palmarense. Eis aí uma excelente sugestão aos legisladores que fará juz e reconhecimento ao trabalho desenvolvido em nossa cidade, pelo Sensei Erivam Lopes.

sábado, 8 de outubro de 2011

ATLETA PALMARENSE SAGRA-SE CAMPEÃO PERNAMBUCANO DE JUDO

ATLETA PALMARENSE SAGRA-SE CAMPEÃO
PERNAMBUCANO DE JUDO

A parceria entre ONG – SOS Pólis e a Academia Palmares Judô Clube já começou da dar seus resultados. Neste sábado, na cidade de Jupi, agreste de Pernambuco, sagrou-se Campeão Pernambucano de Judô - o atleta faixa roxa, palmarense de dezesseis anos, Gladstony Gomes.
O jovem campeão está inserido no projeto escolinha de judô, promovido pela ONG - SOS PÓLIS cujo presidente é o senhor José Otávio que, em parceria com o professor Erivan Lopes, desenvolvem a inclusão de garotos na prática de judô.
O pai professor e Eletricista da AEMASUL - Gleidistone e a mãe Lúcia Andréa, estão todos prosas com mais essa façanha do filhote campeão.
O resultado deste campeonato serviu como seletiva para o Campeonato Brasileiro das Ligas de Judô, a ser realizado em São Paulo. Agora a família irá tentar arranjar um patrocínio que ajude ao atleta ir à terra da garoa, onde representará o nome da cidade dos Palmares.
Eis aí uma boa oportunidade dos comerciantes dessa cidade, provarem que também são solidário aos desportos e patrocinarem ao atleta que obtém, pela 5ª vez, o título de Campeão pernambucano, promovido pela Liga Pernambucana de Judô.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A carapuça no CNJ – Conselho Nacional de Justiça


A carapuça no CNJ – Conselho Nacional de Justiça
Prof. Gleidistone Antunes

Nesta quarta feira, dia 28 de setembro, mês em que comemoramos a independência do Brasil, li uma matéria no Caderno Dois, do Jornal do Commercio, que deixou-me extremamente feliz por entender que o patriotismo não morreu, e que nem tudo está perdido em nosso pais. Refiro-me ao texto que fala sobre o depoimento da corregedora Eliana Calmon. Segundo a matéria, a advogada afirmou: “A magistratura tem sérios problemas de infiltração de bandidos escondidos por trás da toga”. Assim que li o texto, lembrei-me do juiz Nicolau Lalau, que estava infiltrado na magistratura, e de tantos outros (alguns estão presos) que vendiam alvarás de soltura a três por quatro, bastando apenas um mafioso poderoso assinalar com alguns euros ou dólares, uma verdadeira vergonha nacional.
A afirmação da magistrada, obviamente está embasada em documentos oriundos de suas investigações, afinal ela é paga para isto: investigar os ALMAS SEBOSAS, a TURMA DA BANDA PODRE infiltrada da magistratura. Tal afirmação da advogada (com d mudo), porque adevogados(as) com de, existem muitos, mas com o d mudo, são pouquíssimos. Estes últimos são os verdadeiros representantes da justiça em nosso país. O restante é tudo um bando de Lalaus! Como eu estava dizendo e continuo, a firmação da magistrada escandalizou muita gente, que lida diariamente com as leis, inclusive algumas delas desatualizadas e que favorecem muitas “brechas” para os já ditos ADEVOGADOS ou, maus advogados. Mas o que eu quero mesmo frisar na atitude da magistrada é a coragem, a ética e, acima de tudo, a honestidade com a qual a Doutora defende as sua posição de fiscalizadora. Ela está cumprindo muito bem o papel que lhe cabe, no local em que atua, ou seja, a justiça. A magistrada mostrou-se uma mulher honrada, algo que numa boa parte dos magistrados não tem nada de ilibada, estão mais sujos do que pau de galinheiro, a OAB que o diga. Agora, se a carapuça proposta pela Doutora Eliana Calmon, caiu como uma luva na cabeça do magistrado Cezar Peluzo e de alguns dos seus companheiros, é preciso que a magistrada tenha muito cuidado, pois pode acontecer com ela o que aconteceu com sua colega juíza do Rio de Janeiro.
Creio, Oxalá que esteja certo, que não foi a afirmação por si só, da Doutora, que ofendeu parte dos magistrados, mas o simples fato de tais palavras terem sido proferidas por uma mulher, que se mostrou honrada, capaz e de coragem. Que indignada com o que descobriu, abriu o verbo rasgando o brio dos que, por estarem numa posição de status quo, se acham acima da lei. Mas eles esquecem-se de que “onde há o joio, há o trigo” e que ninguém está livre de um dia cometer terríveis erros, mesmo os que ocupam altos cargos.
         Parabéns magistrada Eliana Calmon! É de gente como Vossa Excelência que o Brasil precisa, muito mais do que a maioria dos políticos, que maculam o nosso país.

sábado, 20 de agosto de 2011

John Lennon - Imagine - Vídeo para contextualização das aulas de Língua Inglesa, Filosofia, Sociologia e Religião

Contextualização nas aulas de Língua Inglesa, Filosofia, Socilogia e Religião com a música "Imagine" de John Lennon

       O ensino de Língua Inglesa, tanto nos anos iniciais de estudo, quanto nos ensinos fundamental e médio, deve ser elaborado com vistas à contextualização para que o aluno senta-se estimulado a continuar nesse processo de aprendizagem e que sinta prazer em aprender uma nova língua. 
        A letra da música "Imagine" de John Lennon, nos remete a um contexto social em que se aborda a paz, o amor e questiona um mundo apartado da religião. Esta proposta no oferece um momento de reflexão quanto ao papel da religão nos dias atuais e nos faz indagar acerca de sua importância para os jovens de hoje. esta temática, ao nosso ver, pode ser explorada de maneira transdisciplinar nas aulas de Inglês, Religião, Filosofia e Sociologia.

 
Imagine
John Lennon

Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky

Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too

Imagine all the people
Living life in peace

You may say
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man

Imagine all the people
Sharing all the world

You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will live as one

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O parágrafo - Prof_Gleidistone

O PARÁGRAFO
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Prof Gleidistone
(Grego: Para = perto, ao lado / grafo = escrevo)

Os textos em prosa (narrativos, descritivos ou dissertativos), são formados, geralmente, por uma ou mais unidades menores chamadas de parágrafo.
Indica-se o parágrafo em um texto, seja ele impresso ou manuscrito, por um pequeno recuo de sua primeira linha em relação à margem esquerda da folha. Inicia-se com letra maiúscula e com o espaçamento em branco entre o anterior e o seguinte.
Do ponto de vista linguístico o parágrafo deve conter uma ideia central, as quais se agregam outras, secundárias, ligadas entre si e relacionadas à ideia central:

    Vida é dor, e acordo com dor de dentes. O dia é belíssimo, um sol de verão invade o barraco; quanto a mim, choro de dor. Choro também por outras razões, mas principalmente de dor.
     A vida é combate. De nada adianta ficar deitado. Levanto-me e começo a fazer ginástica. Ao fletir o tronco, dou com o bilhete de Francisca, em cima da cadeira.


(Moacir Scliar)

Observem que no primeiro parágrafo a ideia central é de que a vida é dor. Em torno dessa ideia, outras (secundárias) são desenvolvidas pelo autor, mas todas intimamente ligadas pelo sentido e relacionadas à ideia central.
Podemos verificar, também, que todo o parágrafo diz respeito a uma só ideia central, quando esta muda (como no segundo parágrafo), deve-se abrir um novo parágrafo, como fez Moacir.


A Estrutura do Parágrafo

A estrutura da maioria dos parágrafos (denominado parágrafo-padrão) organiza-se em três partes: introdução, desenvolvimento e, mais raramente, conclusão. Cabe lembrar que não há um modo rígido para a construção de um parágrafo. Tudo depende da natureza do assunto, do tipo de composição e, principalmente, das preferências de quem escreve. Portanto, o parágrafo na prática não tem regras inflexíveis de aplicação. Mas não há dúvida de que a maioria é assim estruturado, pois é o método mais adequado para assegurar a unidade e coerência do parágrafo.

a) A Introdução é constituída de um ou dois períodos, quase sempre breves, que encerram a ideia central ou a ideia-núcleo, definindo o seu objetivo. A essa ideia-núcleo dá-se o nome de tópico frasal, que pode, não raro, ele mesmo representar sozinho todo o parágrafo.
No texto exemplo, a oração [vida é dor], introduz o assunto e governa o resto do parágrafo; dele nascem outros períodos secundários ou periféricos. É o roteiro do escritor na construção do parágrafo.

b) O Desenvolvimento consiste na explanação da ideia-núcleo, ou seja, o desenvolvimento de ideias secundárias que fundamentam ou esclarecem o tópico frasal:

=> [...], e acordo com dor de dentes. O dia é belíssimo, um sol de verão invade o barraco; quanto a mim, choro de dor. Choro também por outras razões, mas principalmente de dor.

c) A Conclusão nem sempre está presente no parágrafo, especialmente nos mais curtos ou naqueles em que a idéia central não apresenta maior complexidade. A conclusão retoma a idéia central, levando em consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento.

(Choro também por outras razões, [mas principalmente de dor).

Exemplificando a Estrutura:

O maior problema do professor Ari era o salário, que não estava chegando para as despesas. Os outros problemas, também graves, eram consequência da falta de dinheiro. Sustentar a família de mulher e dois filhos era uma ginástica que começava de manhã cedo e ia até tarde da noite.”

A ideia básica desse parágrafo é: "O maior problema do professor Ari era o salário".
Essa ideia básica é complementada, desenvolvida por outras secundárias, mas a ela relacionadas: "Os outros problemas, também graves, eram consequência da falta de dinheiro. Sustentar a família de mulher e dois filhos era uma ginástica que começava de manhã cedo e ia até tarde da noite".

Observações Sobre o Parágrafo:

A divisão de um texto em parágrafos tem a particularidade de facilitar, ao escritor, a estruturação do texto, e a de possibilitar, ao leitor, uma melhor compreensão.
Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma ideia-núcleo que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão. Geralmente ficam entre quatro ou cinco parágrafos (um para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para a conclusão).
A fala da personagem em uma narrativa que apresente um discurso direto deve corresponder a um parágrafo. De maneira que essa fala não se confunda com a de outra personagem ou com a do narrador.
Os parágrafos curtos são próprios de textos pequenos como, por exemplo, notícias jornalísticas, revistas, livros didáticos. Já artigos e editoriais costumam ter parágrafos um pouco mais longos. O parágrafo curto pode também ser intercalado no meio de parágrafos longos, com a finalidade de enfatizar uma ideia.
Os parágrafos longos são caracterizados por textos acadêmicos ou científicos, pois se estendem por muitas páginas devido à complexidade das ideias e explicações. 

Educação x Trabalho – prof_gleidistone@hotmail.com


Educação x Trabalho – prof_Gleidistone@hotmail.com


No mundo contemporâneo, o trabalho deixa de ser um dever e passa a ser um privilégio, ao passo que há poucas vagas para muitos trabalhadores. Soma-se isto à existência dos subempregos, ou dos trabalhos sazonais, constituindo um enorme contingente de mão-de-obra de reserva. Eis que surge a educação, como forma de qualificar trabalhadores a altos cargos e proporcionar melhores condições salariais.
É, na esfera capitalista, que se dá esta dominância da educação sobre o trabalho: quando a educação não mais deve preparar o indivíduo para o exercício da vida, do pensar, mas qualificá-lo para se sobressair na crescente concorrência do mercado de trabalho.

  • A educação limita o trabalho – na figura do trabalhador/estudante – na medida em que não fornece, ou retira a prática do pensar, da crítica, enfim, os mecanismos cognitivos. Com isto, o que se vê é a total submissão do trabalho, amplamente exposto a qualquer possível artimanha da educação ou de quem dela se utilize para controlar e dominar as forças de trabalho.
  • Negligente ou tendenciosa, a verdade é que a educação submete o trabalho, e sequer dá a este o que se propunha a oferecer. Há ainda o caso em que se dá pequena resistência, dentro do conglomerado educacional, no sentido de melhor preparar, mas é impedida de pôr em prática suas idéias, seja frontalmente (demissões) ou indiretamente (falta de verbas, horário, etc.).
  • Por outro lado, reside nesta dialética uma interdependência entre educação e trabalho, onde aquele só domina em função da submissão deste. A educação se mantém da necessidade do trabalho, sem a qual não haveria razão de ser, no modelo educacional vigente.
  • A etapa a posteriori, da “tomada de consciência” por parte do dominado (no caso, o trabalho) em relação ao dominador (educação), ainda não se concretizou. Entretanto, é de vital importância que ela ocorra, uma vez que a educação é reflexo do que dela se espera, por muitas vezes; os altos impostos e mensalidades (no caso do ensino particular), por sua vez, devem se refletir em autonomia por parte de quem os paga.

É preciso que se discuta acerca de questões aparentemente simples, porém não-respondidas, como o porquê do ensino fundamental público não preparar para o ingresso no ensino superior, igualmente público, apenas para citar uma, dentre tantas outras...
Só assim, a situação se inverterá dialeticamente, e se dará a liberdade estóica do trabalho em relação à educação.


O objetivo central dos que lutam contra a sociedade mercantil, a alienação e a intolerância é a emancipação humana.


A educação, que poderia ser uma alavanca essencial para a mudança, tornou-se instrumento daqueles estigmas da sociedade capitalista: “fornecer os conhecimentos e o pessoal necessário à maquinaria produtiva em expansão do sistema capitalista, mas também gerar e transmitir um quadro de valores que legitima os interesses dominantes”. Em outras palavras, tornou-se uma peça do processo de acumulação de capital e de estabelecimento de um consenso que torna possível a reprodução do injusto sistema de classes.
Em lugar de instrumento da emancipação humana, agora é mecanismo de perpetuação e reprodução desse sistema. A natureza da educaçãocomo tantas outras coisas essenciais nas sociedades contemporâneasestá vinculada ao destino do trabalho. Um sistema que se apóia na separação entre trabalho e capital, que requer a disponibilidade de uma enorme massa de força de trabalho sem acesso a meios para sua realização, necessita, ao mesmo tempo, socializar os valores que permitem a sua reprodução. Se no pré-capitalismo a desigualdade era explícita e assumida como tal, no capitalismo – a sociedade mais desigual de toda a história –, para que se aceite que “todos são iguais diante da lei”, se faz necessário um sistema ideológico que proclame e inculque cotidianamente esses valores na mente das pessoas.
No reino do capital, a educação é, ela mesma, uma mercadoria. Daí a crise do sistema público de ensino, pressionado pelas demandas do capital e pelo esmagamento dos cortes de recursos dos orçamentos públicos. Talvez nada exemplifique melhor o universo instaurado pelo neoliberalismo, em que “tudo se vende, tudo se compra”, “tudo tem preço”, do que a mercantilização da educação. Uma sociedade que impede a emancipação só pode transformar os espaços educacionais em shopping centeres, funcionais à sua lógica do consumo e do lucro.
O enfraquecimento da educação pública, paralelo ao crescimento do sistema privado, deu-se ao mesmo tempo em que a socialização se deslocou da escola para a mídia, a publicidade e o consumo. Aprende-se a todo o momento, mas o que se aprende depende de onde e de como se faz esse aprendizado. García Márquez diz que aos sete anos teve de parar sua educação para ir à escola. Saiu da vida para entrar na escola – parodiando a citação de José Martí, utilizada neste livro. Seu autor, István Mészáros, filósofo no melhor sentido da palavra – aquele que nos ajuda a desvendar o significado das coisas –, húngaro de nascimento, pôde conviver com um dos maiores pensadores marxistas, Georg Lukács.
Mészáros orienta sua obra por uma demanda de seu mestre: reescrever O capital de Marx – trabalho que empreendeu em seu Para além do capital 1, hoje leitura indispensável para se entender o sistema de relações capital–trabalho, seus limites, suas contradições, seu movimento e seu horizonte de superação.
Ao pensar a educação na perspectiva da luta emancipatória, não poderia senão restabelecer os vínculos – tão esquecidos – entre educação e trabalho, como que afirmando: digam-me onde está o trabalho em um tipo de sociedade e eu te direi onde está a educação. Em uma sociedade do capital, a educação e o trabalho se subordinam a essa dinâmica, da mesma forma que em uma sociedade em que se universalize o trabalho – uma sociedade em que todos se tornem trabalhadores –, somente aí se universalizará a educação.
“A ‘auto-educação de iguais’ e a ‘autogestão da ordem social reprodutiva’ não podem ser separadas uma da outra” – nas palavras de Mészáros. Antes disso, educação significa o processo de “interiorização” das condições de legitimidade do sistema que explora o trabalho como mercadoria, para induzi-los à sua aceitação passiva. Para ser outra coisa, para produzir insubordinação, rebeldia, precisa redescobrir suas relações com o trabalho e com o mundo do trabalho, com o qual compartilha, entre tantas coisas, a alienação.
Para que serve o sistema educacional – mais ainda, quando público –, se não for para lutar contra a alienação?
Para ajudar a decifrar os enigmas do mundo, sobretudo o do estranhamento de um mundo produzido pelos próprios homens?
Vivemos atualmente a convivência de uma massa inédita de informações disponíveis e uma incapacidade aparentemente insuperável de interpretação dos fenômenos.
Vivemos o que alguns chamam de “novo analfabetismo” – porque é capaz de explicar, mas não de entender –, típico dos discursos econômicos. Conta-se que um presidente, descontente com a política econômica do seu governo, chamou seu ministro de Economia e lhe disse que “queria entender” essa política. Ao que o ministro disse que “ia lhe explicar”. O presidente respondeu: “Não, explicar eu sei, o que eu quero é entender”.
A diferença entre explicar e entender pode dar conta da diferença entre acumulação de conhecimentos e compreensão do mundo. Explicar é reproduzir o discurso midiático, entender é desalienar-se, é decifrar, antes de tudo, o mistério da mercadoria, é ir para além do capital. É essa a atividade que István Mészáros chama de “contra-interiorização”, de “contraconsciência”, um processo de “transcendência positiva da autoalienação do trabalho”.
Os que lutam contra a exploração, a opressão, a dominação e a alienação – isto é, contra o domínio do capital – têm como tarefa educacional a “transformação social ampla emancipadora”. Se em Para além do capital Mészáros retomava o fio condutor de O capital, neste texto – vibrante, lúcido, decifrador – ele se insere na prolongação do Manifesto Comunista, apontado para as tarefas atuais do pensamento e da ação revolucionária no campo da educação e do trabalho – isto é, da emancipação humana.


O que é Filosofia e para quê serve - reflexões da reflexão Prof_gleidistone@hotmail.com


André entrega flores e uma carta de amor a Carol, dizem que André ama Carol. Jânio diz que é um homem livre justificando tal conquista graças a democracia do seu país. Laura diz que o namorado acusa-a de ser muito subjetiva e pede que ela seja mais objetiva como ele. Dizem que os seres humanos são seres sociais, políticos, seguem normas de conduta, leis, são racionais, possuem valores religiosos, artísticos, etc. Uma infinidade de elementos que fazem parte do nosso cotidiano é silenciosamente aceita como óbvia.
Qualificamos e quantificamos as coisas. Mas ao invés de aceitar as coisas como dadas e prontas, como verdades ou mentiras, loucuras ou reais, boas ou más, etc., se perguntássemos por que André gosta de Carol? O que faz alguém gostar de outra pessoa? O que é o amor? O que é democracia? Como e por que surgiu? O que é subjetividade e objetividade? É possível sermos objetivos? O que é ser racional? Por que acreditamos em valores? Como surgem os valores?…etc. - Uma infinitude de indagações como estas afastam o homem da vida cotidiana e das coisas tidas como óbvias para a reflexão, aproxima-o do que chamamos de adotar uma atitude filosófica.
Ao perguntarmos o que é Filosofia, Chauí (1995) nos responde que poderia ser a decisão de não aceitar as coisas como óbvias, as idéias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos; em síntese, Filosofia pode ser definida como a não aceitação dos elementos da existência humana sem antes havê-los investigados e compreendidos.

Atitude Filosófica

A atitude filosófica tem duas características, uma negativa e outra positiva. A negativa é dizer não ao senso comum, ao que é pré-concebido no cotidiano e tido como verdades aceitas porque todo mundo diz e pensa. A positiva é a interrogação sobre os elementos do cotidiano e da existência: O que é? Por que é? Como é?
Juntas, essas duas características da atitude filosófica constituem o que os filósofos chamam de atitude crítica ou pensamento crítico. Atitude crítica pode ser compreendida como tomar distância do nosso mundo costumeiro olhando-o como se nunca tivéssemos visto antes.

Para que a Filosofia?

Muito cultuada entre os gregos da Antiga Grécia, hoje é comum encontrarmos pessoas dizendo que Filosofia é uma inutilidade; que o filósofo é aquele que fica pensando e dizendo coisas que ninguém entende. Tais estultices encontram suas razões no tecnicismo, feto não abortado do mundo Globalizado que costuma atribuir a razão de existência das coisas somente se elas tiverem utilidade à favor do acúmulo de riqueza e, fundamentalmente, seja a curto prazo.
Todos querem ver a utilidade da Ciência à curto prazo. Os resultados cultuados como bons são aqueles que podem ser empíricos e imediatos. As ciências no mundo globalizado têm as pretensões de acreditarem na existência da verdade, das técnicas e metodologias corretas e na tecnologia como status de racionalidade.
Perdem de vista que a Filosofia é a mais antiga de todas as Ciências. Todos os campos dos saberes têm sua gênese na Filosofia. A Ciência parte de questões já formuladas e respondidas pela Filosofia. Tais respostas encontradas não devem ser tidas enquanto verdades absolutas, mas como algo tido como uma representação válida para o fenômeno - do contrário cairia no senso comum das coisas tidas como óbvias.
Fora da Ciência, a Filosofia pode ser uma fonte de conhecimento que pode nos ensinar muito. Uma arte do bem-viver que questiona e traz respostas que podem nos servir para conviver em melhor harmonia e honestidade com outros seres humanos.

Reflexão Filosófica

Outro elemento da Filosofia é o movimento de volta sobre si mesmo (dialeticidade). O pensamento surge e interroga a si mesmo. Indagando como é possível o próprio pensamento. Este movimento de indagar a si próprio, é reconhecida na Filosofia enquanto reflexão filosófica radical, que se organiza em três conjuntos de questões, descritos por Chauí (1995) como:

·         Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? (motivos, causas e razões)
·         O que queremos pensar quando pensamos; o que queremos dizer quando falamos; o que queremos fazer quando agimos? (conteúdo e sentido)
·         Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? (intenção e finalidade)
·         Diferentemente da atitude filosófica que se dirige ao mundo que nos rodeia, indagando a essência, a significação e a origem de todas as coisas, a reflexão filosófica aponta seu pensamento aos seres humanos no ato da reflexão, perguntando sobre a capacidade e finalidade humana para agir e conhecer.

Filosofia é diferente de “filosofias”:

Retomando a arte do bem-viver atribuída à Filosofia, podemos dizer que existem várias “filosofias”: a filosofia hindú, budista, religiosa, chinesa, etc. Tais filosofias, também perguntam o quê, o como e o por quê. Além de possuir uma reflexão, embora não seja a radical. - Então, o que distancia a Filosofia das “filosofias”?
As outras filosofias têm por trás uma entidade - ou entidades - que guia o homem e que dá significado e gênese as coisas. Tomando por exemplo o Cristianismo, verificamos que eles também estão em busca de uma compreensão do Universo, no entanto, se faz pela fé e na confiança em uma sabedoria divina inquestionável; ao contrário da Filosofia que é sistemática e busca as respostas através do esforço racional. Buscando um encadeamento lógico com exigência de fundamentação e, fundamentalmente, o movimento de questionar as próprias idéias.
Portanto, reservamos o termo Filosofia para um método próprio de pensamento pautado no racionalismo; o confuncionismo, o Yin e o Yang, o mantra, as auras piramidais entre outras, são erroneamente chamadas de “filosofias”, cabendo a elas o termo “sabedoria”.

Epílogo

Acredito que o breve exposto não é o suficiente para atribuir utilidade à Filosofia em um momento histórico onde ela é sinônimo de inutilidade. Mas o que é útil? - Se tomarmos o senso comum no pós-modernismo, verificaremos que o útil é o que traz riqueza e prestígio.
Filosofia não é uma ciência, não é história, não é política, não é arte, não é psicologia e nem sociologia; é uma reflexão crítica das ciências, dos acontecimentos no espaço e no tempo, das origens e natureza das formas de poder, dos sentidos e significados artísticos, dos conceitos e metodologias da psicologia, da sociologia e de todas as ciências. Filosofia é o conhecimento do conhecimento, situada em vários momentos históricos da humanidade.
Para Nietzsche é uma forma libertária do ser, superando os calabouços dos valores até então construídos. Para Schopenhauer, é uma forma de superação da dor e sofrimento da existência. Para Marx a filosofia deveria transformar o mundo trazendo justiça e felicidade para os seres humanos, em detrimento da filosofia que busca apenas conhecer o mundo. E no berço filosófico, encontramos Platão que definia a Filosofia como um saber verdadeiro para ser usado em benefício aos seres humanos.
Entre tantos significados e interpretações filosóficas diferentes, o útil da Filosofia você saberá se achar que for útil abandonar os preconceitos e crenças impregnadas no senso comum e nas formas ideológicas que definem os elementos da vida e do mundo a favor de uns em detrimento dos outros.


Referências

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 5ª ed. São Paulo: Ática, 1996.
SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como Vontade e Representação. Rio de Janeiro: Editora Contraponto, 2001.
* imagem da escultura “O Pensador” (Rodin - 1882)
Formatação gráfica: Prof_Gleidistone@hotmail.com