domingo, 30 de novembro de 2014

ATLETA PALMARENSE PELA TERCEIRA VEZ SAGRA-SE CAMPEÃO DO CIRCUITO PERNAMBUCANO DE ARTES MARCIAIS E ESPORTES COLETIVOS!!!!


 
 ATLETA PALMARENSE PELA TERCEIRA VEZ SAGRA-SE CAMPEÃO DO CIRCUITO PERNAMBUCANO DE ARTES MARCIAIS E ESPORTES COLETIVOS!!!!

O presidente da Federação Pernambucana de Muay Thay - Rodrigo Coutinho

Deputado Aluísio Lessa entrega o troféu ao tricampeão do Circuito - Gladstony Gomes

       TRATA-SE DO JUDOCA GLADSTONY GOMES QUE, PELA TERCEIRA VEZ, VENCE UM ADVERSÁRIO BARRA PESADA DO MUAY THAY TRADICIONAL.

O RAPAZ RECIFENSE VEIO COM UMA CARAVANA BASTANTE GRANDE E CHEIA DE CERIMÔNIA. AO SUBIR NO RINGUE ELABOROU UM RITUAL DA TRADICIONAL LUTA TAILANDESA. TODOS OS QUE ESTAVAM PRESENTES FICARAM MARAVILHADOS.

MAS TUDO ISSO NÃO IMPRESSIONOU AO GLADSTONY QUE MANTEVE-SE FRIO E CALCULISTA. FOCADO NA LUTA, O PALMARENSE ENTROU NO RINGUE PARA FAZER A TAREFA DE CASA, MOSTRAR PARA QUE FOI E ATUAR COM SABEDORIA.

O ATLETA DO RECIFE MOSTROU-SE EXTREMAMENTE COMPETENTE NOS CHUTES FRONTAIS BAIXOS, MAS NÃO FOI O SUFICIENTE PARA DERROTAR O GLADSTONY QUE, COM SUA TROCAÇÃO E PODEROSOS CHUTES FRONTAIS ALTOS, CONSEGUIU EXCELENTES GOLPES QUE O LEVARAM A CONQUISTAR O TÍTULO DE TRICAMPEÃO DO CIRCUITO PERNAMBUCANO DE ARTES MARCIAIS E ESPORTES COLETIVOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO, REALIZADO NA CIDADE DE CATENDE - PE, NO ÚLTIMO SÁBADO.

VALE RESSALTAR QUE ANTES DA LUTA O PALMARENSE PARTICIPOU DE UM ROLA DE JIU-JITSU COM O SENSEI BETO AYMAR (BETO TARTARUGA) DA ACADEMIA EXTREME-RECIFE, QUE DEU UMA AULA E UNS ROLAS COM SEUS ALUNOS E COM O JUDOCA GLADSTONY.

O EVENTO TEM COMO PRINCIPAL ARTICULADOR O PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO PERNAMBUCANA DE MUAY THAY - RODRIGO COUTINHO.

ESTE EMPREENDEDOR TEM O APOIO DO PALMARENSE DEPUTADO ESTADUAL ALUÍSIO LESSA, DO GOVERNO DO ESTADO E, NA OCASIÃO, RECEBEU TODA A COBERTURA DA PREFEITURA DE CATENDE NA PESSOA DO SEU PREFEITO OTACÍLIO CORDEIRO.

O RODRIGO COUTINHO TEM SE MOSTRADO UM GUERREIRO NESTA EMPREITADA DE SOCIALIZAR OS ESPORTES NUMA SOCIEDADE EM QUE MUITOS JOVENS ESTÃO OCIOSOS E SEM NENHUMA PERSPECTIVA DE EDUCAÇÃO REGRADA, EM CONSONÂNCIA COM OS ESPORTES.

FOI OBSERVANDO ESTA NECESSIDADE QUE ELE VEM SE EMPENHANDO FRENTE A ESSE PROJETO QUE TEM NOS MOSTRADO QUE PERNAMBUCO E O ESPORTE DE CONTATO ESTÁ MAIS VIVO DO QUE NUNCA.

DE PARABÉNS ESTÃO TODOS OS QUE APOIAM ESSE EMPREENDEDOR DOS ESPORTES RODRIGO COUTINHO!!!

Click nas imagens!!!


Palavras ao campeão do Dep. Aluísio Lessa

Congratulações pela vitória

Palavras do Anfitrião que deu total apoio ao evento - o Prefeito Otacílio Cordeiro



Aula de jiu-jitsu com o sensei Beto tartaruga, em palmares

Sensei de jiu-jitsu - Beto Aymar (Beto Tartaruga) da Extreme - recife e o atleta palmarense Gladstony Gomes

Sensei Beto e seus alunos e o seu mais novo amigo
Houve também aulas de karatê e demonstrações de lutas entre os karatecas, liderados pelo sensei José Genival (0 Gêni) da Academia Bassay-day de karatê, no município de Maraial, pelo projeto Mais Educação, numa parceria entre o estado e a cidade de Maraial

Fã e torcedor incondicional do Gladstony - Moisés

Fãzinha e amiguinha do nosso coração - Carolzinha






sábado, 22 de novembro de 2014

“UM CONTO DE NATAL” OU, “OS FANTASMAS DE CROOGER”



UM CONTO DE NATAL” OU, “OS FANTASMAS DE SCROOGER”

Título original: A Christmas Carol
Realização: Robert Zemeckis
Elenco de vozes: Jim Carrey, Daryl Sabara e Ryan Ochoa




PESSOAL, NA MORAL!!!

ESTÁ CHEGANDO O NATAL, E NESSA ÉPOCA MUITOS IRÃO FALAR, COMO SEMPRE, EM SOLIDARIEDADE, AMOR FRATERNAL E PRINCIPALMENTE NO NASCIMENTO DO CRISTO JESUS, QUE SE FEZ HOMEM PELO VENTRE SAGRADO DA VIRGEM MARIA, POR INTERMÉDIO DO ESPÍRITO SANTO.
POR CONTA DISSO, VENHO APRESENTAR A VOCÊS UMA PELÍCULA BASTANTE REFLEXIVA. TRATA-SE DO FILME QUE TEM COMO TÍTULO ORIGINAL “UM CONTO DE NATAL”, BASEADO NO LIVRO DE CHARLES DICKENS, PUBLICADO EM 1843, MAS NO BRASIL RECEBEU O TÍTULO DE “OS FANTASMAS DE SCROOGE”.



LEIAM A SINOPSE DO FILME: 
 
UM CONTO DE NATAL é a história do rabugento e avarento Scrooge. Scrooge tem um escritório em Londres e só pensa em trabalhar para guardar dinheiro, ele não gasta, apenas poupa, vive em função de sua ganância.
Às vésperas do natal, seu funcionário Bob Cratchit, tem a esperança de não trabalhar no dia 25 de dezembro, mas Scrooge não permite. Ele odeia o natal e não vê motivo para comemorações, muito menos para folga no trabalho. Bob é um rapaz pobre e pai de quatro filhos, sendo que um deles sofre de paralisia, mas, apesar das tristezas que a vida lhe deu, Bob é feliz e adora o natal.
Nesse dia, após o expediente, quando Scrooge volta para casa, ele encontra o espírito do seu ex-sócio Jacob Marley. Marley havia sido um homem tão mau e avaro quanto Scrooge, e resolve visitar o amigo a fim de salvar sua alma, pois o espírito dele ainda não conseguiu descansar em paz por ter levado tanta amargura e ruindade para o túmulo. Jacob avisa ao velho Scrooge que ele receberá a visita de três espíritos, e que eles lhe mostrarão o passado, presente e futuro, e após essas visitas o sócio deverá aprender a ser mais generoso.



Scrooge fica assustado e acredita ter sonhado tudo isso, mas algumas horas depois ele recebe a visita do primeiro espírito: O Espírito do Natal Passado, o leva a uma viagem por seu passado, quando Scrooge era jovem e feliz e adorava o natal. As tristes lembranças causam mal estar e amargura no rabugento que afugenta o espírito.

O segundo espírito, o Natal Presente, leva o avaro a um passeio pela cidade, mostrando as várias comemorações que estão acontecendo e tudo que Scrooge está perdendo. Nesse passeio o espírito se mostra sob duas faces, a da ignorância e a da miséria, e avisa para que os homens tenham cuidado com elas.

O terceiro espírito é o Natal do Futuro, ele faz com que Scrooge veja o triste fim que o aguarda se continuar sendo como é. Assustado, o velho decide que tem que mudar. Ao acordar é outro homem. A generosidade passa a fazer parte de sua vida.

UM CONTO DE NATAL não é uma história exclusiva sobre o espírito natalino, mas sim uma história de redenção humana. Dickens expõe as mais feias características humanas em Scrooge, mas deixa claro que mesmo o pior ser humano consegue fazer brotar a bondade em seu coração.

Interessante é saber que Dickens escreveu UM CONTO DE NATAL como forma de criticar a Inglaterra. Na época de Dickens, a Inglaterra era a maior potência capitalista do mundo, o que contribuiu para o surgimento de miseráveis em Londres. Para os ingleses a avareza não era pecado e a solidariedade não fazia parte da vida dos mais abastados, era comum ver Scrooges espalhados por toda a Inglaterra. Além disso, esses ricos tinham o pensamento que Deus os protegeriam, pois eram eleitos do Senhor, daí a intenção de Dickens em usar espíritos para compor sua história, assim estaria mostrando que Deus espera boas ações de todos.



UM CONTO DE NATAL teve diversas adaptações no cinema, teatro, musicais, desenhos e até quadrinhos. Provavelmente, o mais famoso Scrooge seja o Tio Patinhas (em inglês: Uncle Scrooge ou Scrooge McDuck), que apesar de viver com os sobrinhos e ter amigos, nunca escondeu sua avareza. A última adaptação feita baseada na obra de Dickens foi OS FANTASMAS DE SCROOGE, lançado em 2009 pela Disney e com Jim Carrey em, praticamente, todos os papéis do filme.

Click no link e assista ao filme:  https://www.youtube.com/watch?v=mdn_I9fPG6U 

Pesquisa: https://www.google.com.br/search?q=os+fantasmas+de+scrooge+filme+completo+dublado&safe=active&hl=pt&gbv=2&oq=os+fantasmas+de+scrooge&gs_l=heirloom-serp.1.2.0l10.21112.25969.0.29522.23.14.0.6.6.0.608.4990.2j2j1j2j3j4.14.0....0...1ac.1.34.heirloom-serp..10.13.1583.XOf_KB_TGiA

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A extinção dos professores



A extinção dos professores




"O ano é 2.020 D.C. - ou seja, daqui a seis anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:

- Vovô, por que o mundo está acabando?

A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:

- Porque não existem mais professores, meu anjo.

- Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?

O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.

- Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?

- Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.

- E como foi que eles desapareceram, vovô?

- Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.

Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer "eu estou pagando e você tem que me ensinar", ou "para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você" ou ainda "meu pai me dá mais de mesada do que você ganha". Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo "gerenciar a relação com o aluno". Os professores eram vítimas da violência - física, verbal e moral - que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.

Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. "Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular", diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de ideias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.

Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas "bem sucedidas" eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão - enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.

ATENÇÃO: Qualquer semelhança com a situação deste País ultrajado e saqueado por políticos quadrilheiros e mafiosos, não é mera coincidência."

XXXX

À medida em que fui lendo o texto (postado no Facebook pela amiga Ana Kristina Soares), achei que seu autor (que não consegui identificar) seria um visionário, mas quando cheguei ao fim da leitura, mudei de ideia. Ele nada mais é que uma pessoa atenta às ações (ou omissões) dos nossos políticos e da própria sociedade, que não reage (e muito pelo contrário, se acumplicia) ao verdadeiro crime que vem sendo cometido há alguns anos contra a educação no Brasil.

Se nada se modificar, a extinção dos professores parece inevitável. Só não sei se em 2020 ou antes...

FONTE: http://apatotadopitaco.blogspot.com.br/2014/09/a-extincao-dos-professores.html

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Maconha medicinal em foco no filme 'Ilegal'



Maconha medicinal em foco no filme 'Ilegal'



"Minha família é militar. Sempre fui careta. Nunca vi maconha na minha vida. Se eu paro para pensar que eu dou três drogas para meu filho hoje ( Topiramato e o Depakene, e dou o Klobazam, um tarja preta), para um bebê de um ano e três meses, por que não posso dar o CBD? Se a luz no fim do túnel é essa e se o CBD dá na maconha, OK. A gente vai usar maconha. Se desse no abacaxi, a gente usava folha do abacaxi, mas não dá!" Estas são as palavras de Camila Guedes em cena do documentário Ilegal, que já estreou nos cinemas depois de ter suscitado debates e discussões não só sobre a legalização do uso medicinal de derivados da Cannabis Sativa (nome científico da maconha) como também sobre a luta de um grupo de pais contra a burocracia da política brasileira.
Isso porque o CBD é o canabidiol, substância derivada da maconha, que não possui efeito tóxico nem alucinógeno e se mostrou eficaz no tratamento de males como dor crônica, esclerose múltipla, Alzheimer, além de epilepsias refratárias e as ditas epilepsias catastróficas, como a síndrome de Dravet. A questão é que o canabidiol é proibido no Brasil e está na lista de substâncias proscritas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).


Camila Guedes

É a síndrome de Dravet, o mal com que nasceu o pequeno Gustavo, filho de Camila. Depois de tentar de tudo, o uso do CBD se mostrou o único tratamento possível. "A primeira vez que li sobre isso, vi como a viagem de uma mãe. Pensei: ‘ Nunca vou dar maconha para o meu filho.’ Depois que vi Ilegal, aquilo se tornou algo mais real, mais humano", declara Camila em cena de Ilegal, em referência ao curta que o jornalista Tarso Araújo e o documentarista Raphael Erichsen dirigiram antes do longa homônimo.
Foi ao ver, no curta, a luta de mães como Katiele Fischer para tratar as convulsões de sua filha Anny com canabidiol que Camila teve a dimensão exata de que seu drama era o mesmo de tantas outras. E é exatamente revelar a batalha dessas famílias para vencer a burocracia e o preconceito que a dupla diretores fazem a realizar Ilegal, que tem produção da paulistana 3Film em parceria com a revista Superinteressante.
"Começamos esta história em março, com o curta. E a repercussão foi muito maior do que a gente pensava. Muita gente se identificou, interessou. É preciso vencer o preconceito em torno do assunto. Por isso, além dos três curtas que realizamos, organizamos a campanha Repense (campanharepense.org), mergulhamos no projeto", conta Raphael.
Vale lembrar que o longa, que, assim como o curta, nasceu a partir de uma série de reportagens realizadas por Araújo para a revista SUPERINTERESSANTE, não é apenas um tratado sobre a legalização do uso medicinal e nem mesmo recreativo da maconha, mas sim uma metáfora muito contundente dos mecanismos lentos de mudança do Brasil e do quanto o preconceito ronda o assunto. "Fizemos o filme não para falar de maconha, mas de algo amplo, sobre a batalha destas mães, que enfrentam uma série de burocracias. É isso que o brasileiro encontra quando vai atrás de direitos que deveriam ser garantidos pelo Estado", declara Tarso, autor de Almanaque das Drogas.
Muito pelo objetivo dos diretores, Ilegal não começa, como poderia se supor, com entrevistas com médicos e especialistas sobre o mecanismo de atuação do canabidiol e como Anny, de apenas cinco anos, passou de 60 convulsões por semana para praticamente nenhuma depois de começar a ser tratada com o CBD.
 
Canabidiol

A primeira cena revela Katilene às voltas com ligações intermináveis para os Correios, tentando, em vão, falar com alguém que lhe explique onde foi parar sua encomenda de canabidiol. Ilegal e não catalogado pela Anvisa, o produto foi retido. Enquanto os pais tentam ter acesso ao CBD, as convulsões de Anny voltam.
Jornalista Tarso Araújo

Ao telefone, o tom robótico com que a atendente fala revela o abismo que há entre os que seguem a cartilha da burocracia e os que, como ela, veem seus filhos convulsionarem todos os dias. De um call center a outro, Katilene e seu marido, que, em meio a pesquisas sobre o que poderia ajudá-los a melhorar a qualidade de vida da filha, portadora de um caso raro de epilepsia, descobriram o CBD, chegam finalmente ao Congresso Nacional e a uma reunião da Anvisa.
Quem chega também é Margarete Brito, mãe de Sofia, que, além de ser uma das fundadoras da Appepi (Associação de Pais de Pessoas com Epilepsia de Difícil Controle), uniu-se a Katilene e Camila na batalha para sensibilizar deputados e órgãos oficiais pela inclusão do CBD entre as substâncias permitidas pela Anvisa.
 

Camila com a sua filha Katilene


Ainda que haja muito preconceito e desinformação sobre o assunto no Brasil, mesmo depois de ser difundido e legal em vários países, como os EUA, a Espanha e a Holanda, Tarso mantém o otimismo. "É importante falar disso na mídia. Mas, ao mesmo tempo, já percebemos que o Estado não está ligando muito para esta questão. Apesar do barulho, não sabemos se vai haver uma reação institucional seja por parte da Anvisa seja do Congresso. A perspectiva de sair algo progressista hoje é mínima em relação à política das drogas. Esta eleição aprofundou ainda mais o conservadorismo do Congresso. Não sei se dá para esperar muita coisa, mas sejamos otimistas. É preciso debater e lutar", declara o diretor. "É absurdo total negar o potencial medicinal da maconha em pleno século 21, com dezenas de testes sendo feitos nos EUA. É muito atraso. Precisamos avançar", acrescenta Tarso, que no dia 31, após sessão especial no Auditório do Ibirapuera, participa de debate sobre o poder do cinema como experiência de transformação social, como parte do encerramento da Mostra de Cinema de SP.


FONTE: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/2014/10/maconha-medicinal-em-foco-no-filme-ilegal.shtml
 












sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Dom Helder Câmara: “A síntese da melhor tradição espiritual da América Latina”.

 Dom Helder Câmara: “A síntese da melhor tradição espiritual da América Latina”. Entrevista especial com Ivanir Rampon  

“Sua fonte foi a religiosidade tradicional católica, principalmente, do povo cearense e nordestino. Ele apreciava as devoções populares à Eucaristia, à Maria, aos Santos, aos Anjos e ao Papa. O núcleo da sua espiritualidade era o amor a Deus e às criaturas”, menciona o teólogo.
 

Dom Helder foi um místico original”. É assim que padre Ivanir Rampon, autor do livro O caminho espiritual de Dom Helder Câmara (São Paulo: Paulinas, 2013), apresenta o arcebispo emérito de Olinda e Recife, que faleceu em 27 de agosto de 1999. Para Rampon, a mística e a espiritualidade são as “facetas mais importantes” de Dom Helder, que, “antes de ser padre ou bispo, antes de ser o guia da Igreja no Brasil, antes de ser o defensor dos pobres, antes de ser o promotor da justiça e dos direitos humanos contra toda a opressão, foi um místico”. Sem essa característica, acentua, “provavelmente, ele não teria sido o bispo das favelas do Rio de Janeiro, o arcebispo dos pobres no Nordeste, o advogado do Terceiro Mundo, o apóstolo da não violência ativa, a esperança de uma sociedade renovada segundo o ideal cristão, o poeta-místico e profeta de uma fé jovem e forte”.
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, Rampon conta a trajetória de Dom Helder Camara na Igreja brasileira e sua participação em momentos decisivos, como na Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-americano de Medellín e no Concílio Vaticano II. “O Concílio, na concepção helderiana, não foi apenas um evento, mas um espírito, um programa de vida, uma concepção eclesial. O Vaticano II lhe deu fundamentos para propagar um cristianismo aberto, libertador, promotor da justiça e da paz. Disse-lhe muitíssimo por suas palavras e silêncios, por seus textos e por seus gestos simbólicos”, relata.
Ivanir Rampon é graduado em Teologia pelo Itepa Faculdades, em Filosofia pela Universidade de Passo Fundo – UPF, mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE e doutor em Teologia pela Pontifícia Universitas Gregoriana, Roma. Atualmente leciona na Itepa Faculdades, em Passo Fundo - RS.
 


Confira a entrevista

IHU On-Line - Quais foram os aspectos mais marcantes da trajetória de D. Helder Camara na Igreja brasileira?

Ivanir Rampon - Entre outros aspectos, Dom Helder marcou e marca a história da Igreja no Brasil por seus feitos, tais como: a renovação da Ação Católica e a viabilização do Ano Santo de 1950 no Brasil; por ser o fundador (e por anos brilhantes, secretário) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e pela sua decisiva participação na fundação do Conselho Episcopal Latino-Americano - CELAM; pela organização do XXXVI Congresso Eucarístico Internacional no Rio de Janeiro (1955) e por iniciar a Cruzada de São Sebastião e o Banco da Providência; por viabilizar o Movimento de Educação de Base, a Operação Esperança, o Encontro de Irmãos e a Comissão Justiça e Paz; por difundir o espírito do Concílio Vaticano II; pela ativa participação em Medellín, ajudando a Igreja de Cristo a ter a coragem profética de assumir a opção pelos pobres; por ter aprofundando Medellín em Puebla quando forças contrárias queriam dar marcha a ré; por ter ajudado a Igreja a abraçar a defesa dos direitos humanos e a causa da redemocratização do país. Estes são alguns feitos. Existem tantos outros.
Mas, além dos feitos, Dom Helder marcou a Igreja no Brasil por seu jeito. De fato, ele é considerado expoente da profecia, figura exemplar de Bispo-Pastor e símbolo mundial da não violência ativa, juntamente com Gandhi e Martin Luther King. Em tudo isso, conseguiu aglomerar pessoas a fim de lutar por causas libertárias importantes. Por exemplo: ele não foi apenas um grande profeta, mas provocou um “arrastão profético” no Brasil e na América Latina. Certamente, o elemento mais conhecido de Dom Helder é a profecia. Mas, na opinião de muitos que o conheceram, esta não é a sua faceta mais importante: é a sua mística, a sua espiritualidade.
No dizer de José Comblin, antes de ser padre ou bispo, antes de ser o guia da Igreja no Brasil, antes de ser o defensor dos pobres, antes de ser o promotor da justiça e dos direitos humanos contra toda a opressão, ele foi um místico, e tudo isso foram apenas circunstâncias em que teve de viver a sua mística. José Beozzo, por sua vez, afirma que Dom Helder consegue ser uma síntese da melhor tradição espiritual da América Latina, pois nele encontramos o profetismo e a veia literária de Pedro Casaldáliga, a intrepidez e o senso político de Ivo Lorscheiter, a atenção aos pobres e a capacidade de conciliação de Dom Luciano Mendes de Almeida, a bondade e a intuição teológica de Aloísio Lorscheider, a coragem e a defesa dos direitos dos pequenos de Evaristo Arns. Penso que, neste sentido, o papa Paulo VI foi muito feliz em apresentar Dom Helder como um místico e um poeta, um grande homem para o Brasil e para a Igreja, alguém com um coração incapaz de odiar: que só sabe amar, que recebeu de Deus a missão de pregar a justiça e o amor como caminho para a paz.

IHU On-Line - Como o senhor descreve o caminho espiritual de D. Helder Camara? Qual a singularidade da espiritualidade helderiana?

Ivanir Rampon - Sobre Dom Helder, já foram escritos centenas de artigos, livros e estudos mostrando o contributo do Bispinho para a educação, a política, a democracia, a profecia, a Igreja, o Vaticano II. Quanto à espiritualidade helderiana, também há ótimos textos. A originalidade do livro O caminho espiritual de Dom Helder Camara está justamente no fato de apresentar a caminhada espiritual de Helder Camara. Em outras palavras, não se trata, apenas, de descrever características de sua espiritualidade a partir de um momento fixo de sua vida, mas de caminhar com ele, percebendo quais foram as constantes, as novidades, as mudanças e os progressos (ou as “conversões”, as “humilhações”, os “novos acentos”, “as gentilezas do Pai”) no seu modo de viver sob a orientação do Espírito Santo. Por isso, foi dada grande importância aos próprios textos e relatos do Arcebispo. Nos primeiros cinco capítulos, indicamos como Dom Helder aplicou a sua força místico-espiritual no apostolado e no ministério sacerdotal, servindo a Igreja, a sociedade e os pobres. Nos outros quatro, analisamos como ele cultivou esta “força”, que lhe dava sustento no “caminho do Senhor”. Ao caminhar com Dom Helder, percebe-se, em uma perspectiva diferente e mais profunda, como ele viveu unido “à Vida divina da Santíssima Trindade” e em “união com Cristo” no decorrer do processo histórico-espiritual que envolveu sua vida e ministério.
A análise de escritos de Dom Helder, especialmente as circulares, nos mostra que a Vigília (oração) e a Santa Missa (Eucaristia) foram fundamentais para que Dom Helder se tornasse “a síntese da melhor tradição espiritual da América Latina”: sem elas, provavelmente, ele não teria sido o bispo das favelas do Rio de Janeiro, o arcebispo dos pobres no Nordeste, o advogado do Terceiro Mundo, o apóstolo da não violência ativa, a esperança de uma sociedade renovada segundo o ideal cristão, o poeta-místico e profeta de uma fé jovem e forte. Sem a Vigília e a Santa Missa, não seria possuidor desta espiritualidade madura, não seria “o DOM”: o Dom da paz, do amor, da justiça, da libertação... o Dom de Deus!
O livro visualiza que Dom Helder foi um místico original, ou seja, alguém que fez caminhada própria na relação/união com Deus, não sendo discípulo de nenhum místico específico, mas tendo afinidades com vários místicos. Sua fonte foi a religiosidade tradicional católica, principalmente, do povo cearense e nordestino. Ele apreciava as devoções populares à Eucaristia, à Maria, aos Santos, aos Anjos e ao Papa. O núcleo da sua espiritualidade era o amor a Deus e às criaturas. O amor ao Amor estava relacionado com a beleza, a pureza, a gratidão, a justiça, o bem, a paz, o perdão. Acreditava na força do amor, sendo profundamente não violento e doando-se totalmente pela paz. Procurava evitar qualquer conflito e entregava-se pela justiça na face da Terra. Não guardava ódio em seu coração. Aceitava as “humilhações” como uma “ajuda” de Deus para aperfeiçoar seu caminho de vida e santidade. Sentia que fora Deus que o fizera mais “testemunho do presente e do futuro, do que do passado”.

IHU On-Line - Quais foram os ensinamentos espirituais recebidos por D. Helder e como eles marcaram sua personalidade e espiritualidade?

Ivanir Rampon - Os primeiros passos (infância e juventude) do caminho espiritual de Dom Helder marcaram profundamente toda a sua caminhada. Entre as principais influências dessa fase, podemos destacar:

1) de sua mãe, aprendeu a importância do diálogo, da humildade, do pacifismo e da compreensão diante das fragilidades humanas;
2) com afeto e atenção, ouviu seu pai dizer que “sacerdócio” e “egoísmo” não combinam;
3) na Conferência Vicentina, compreendeu que a caridade é virtude central da espiritualidade cristã;
4) durante o período de Seminário, iniciou suas Meditações que, após a ordenação sacerdotal, tornaram-se constantes e, atualmente, as Meditações do Pe. José são uma fonte incomparável para compreender a mística helderiana;
5) do Pe. Cícero recebeu uma lição que viverá exemplarmente: no coração de um cristão e, sobretudo, de um padre, não deve existir uma gota de ódio;
6) para que pudesse progredir no caminho espiritual, o Senhor lhe enviou a primeira das grandes humilhações: descobriu que aquilo que parecia defesa da fé, era na verdade orgulho intelectual. Como discípulo, deveria sentar aos pés de Jesus e seguir a seta da humildade, pois, sem essa virtude, não se dá um passo nas vias do Senhor;
7) pouco antes da Ordenação, decidiu que não se deixaria engolir pela vida. Para tanto, dedicaria um tempo diário à oração. Desse modo, nasceram as Vigílias, que lhe possibilitarão o ingresso na experiência mística. Esta primeira fase de sua caminhada espiritual foi importante para os outros grandes passos que lhe proporcionarão um amplo desenvolvimento espiritual.

IHU On-Line - Como foi o período em que D. Helder viveu no Ceará? Que aspectos marcam sua trajetória entre 1936 e 1964?

Ivanir Rampon - Helder viveu a primeira fase de sua vida em Fortaleza (1909-1935). Ali se sentiu chamado ao sacerdócio e se fez vicentino. No Seminário, destacou-se pela inteligência, retidão e respeito. Ordenado sacerdote, dedicou-se ao apostolado educacional e político. Ingressou no integralismo, liderou a Liga Eleitoral Católica - LEC e tornou-se “Secretário de Educação” do Ceará. No suceder dos fatos, aprendendo com acertos e fragilidades, deu seus primeiros passos na via da espiritualidade.
Já a segunda fase de sua vida (1936-1964) viveu no Rio de Janeiro. Foi quando se aproximou das teorias do Humanismo Integral e do Desenvolvimento Integral; deixou-se influenciar pelo testemunho de São Francisco de Assis e pela espiritualidade da Ação Católica; dinamizou o Ano Santo de 1950; foi ordenado bispo enquanto realizava a fundação da CNBB, sendo o Secretário Geral da entidade por 12 anos; organizou o XXXVI Congresso Eucarístico Internacional, a Cruzada de São Sebastião e o Banco da Providência; foi um dos fundadores do CELAM. Após o Congresso Eucarístico, desafiado pelo Cardeal Gerlier, iniciou um processo de conversão e de consagração aos pobres. Apoiou o Movimento de Educação de Base - MEB e participou do Vaticano II, convocado pelo Papa João XXIII.

IHU On-Line - Como foi o trabalho desenvolvido por D. Helder nas favelas cariocas? Em que medida essa experiência e sua atividade pastoral contribuíram para seu “progresso espiritual”?

Ivanir Rampon - Após o XXXVI Congresso Eucarístico, sensibilizado pelo Cardeal Gerlier, Dom Helder iniciou aquilo que chamou de “um momento da virada”, ou seja, iniciou a sua consagração especial aos pobres. A partir daquele dia, as visitas às favelas começaram a ser frequentes e se converteram em sua preferência pastoral. Quando bispos e cardeais o visitavam, ele os recebia com grande cordialidade e os levava para um passeio. O principal lugar a conhecer não era mais a Catedral de São Sebastião ou o Corcovado – onde se contempla uma das paisagens mais belas do mundo –, mas as favelas do Pinto, Jacarezinho, Cantagalo, Cabritos, Saudade, Babilônia, Prazeres, Céu, Cachorrinha.
No projeto da Cruzada de São Sebastião, as favelas seriam substituídas por prédios a serem construídos no mesmo local, ou seja, no Leblon, lugar que exibia o extremo da desigualdade social. Para Dom Helder, seria a ocasião de superar a chamada “luta de classes”, aproximando pobres e ricos, morando os trabalhadores vizinhos aos patrões, não obstante as reclamações da burguesia. O Dom queria integrar as favelas na estrutura socioeconômica da cidade. A Cruzada de São Sebastião foi o primeiro projeto de moradia popular de grande extensão no Brasil. Em 1959, por exemplo, estava construindo 672 lojas, 216 armazéns, 216 escritórios, 192 lojas (para bancos, repartições públicas, restaurantes, etc), 140 salas (para médicos, dentistas, veterinários, agrônomos, advogados, despachantes, etc). Além disso, estava projetando o Palácio da Bolsa de Gêneros Alimentícios (8 a 10 andares), serviço de assistência aos veículos, frigorífico e outros blocos residenciais. Já nessa época, Dom Helder era considerado um brilhante reformador social e, quem sabe, um futuro santo. A Cruzada também começou a formar líderes entre os próprios favelados.
Com o trabalho de Dom Helder, as favelas passaram a ser vistas na cidade como uma chaga viva da sociedade. No desenrolar dos trabalhos, Dom percebeu que a Cruzada não resolveria o problema habitacional nas favelas, mas que era preciso mudar a própria estrutura social. Afirmou que, mesmo assim, faria tudo de novo, apesar de sua evolução espiritual vivida no Vaticano II e em Medellín, pois, se a solução definitiva não era esta, ficar parado também não era. Talvez direcionasse mais sua obra para transformar as estruturas. O que mudaria, aceitando a observação que o Papa João XXIII lhe fizera, era o nome anacrônico de “Cruzada”, porque o termo dá uma ideia de guerra, e ele queria ser um apóstolo da paz.
Outras experiências similares à Cruzada foram a do Banco da Providência, o qual, além de ajudar a promover a caridade e a justiça, tornou-se um celeiro de voluntariado, e a Feira da Providência, que arrecadava verbas para ajudar na formação profissional em mecânica, agricultura, artesanato, cozinha, etc. Um dos principais centros de formação foi a Comunidade Emaús, concebida em 1959, durante uma visita do Abade Pierre ao Brasil. A ação de Dom Helder nas favelas o colocou em uma estrada que nunca mais abandonou: a via do empenho para conseguir a justiça social no seu país, na América Latina e no Terceiro Mundo. No Vaticano II, Dom Helder será conhecido como o Bispo das favelas!

IHU On-Line - Qual foi a contribuição de D. Helder durante o Concílio Vaticano II?

Ivanir Rampon - O Concílio Vaticano II transformou-se em uma experiência espiritual decisiva na vida de Dom Helder Camara: meses de intensa atividade, grandes sonhos, novos encontros e amizades que o projetaram na esfera internacional. Com Dom Larraín, conseguiu mudar as estratégias iniciais do Secretariado do Concílio, garantindo uma melhor experiência de colegialidade episcopal. No final do primeiro período conciliar, ele já era apontado como uma das dez mais importantes lideranças da Assembleia, mesmo sem ocupar nenhum posto nos vários organismos oficiais de direção do Concílio. Sua ação se dava nas atividades de articulação da CNBB e do CELAM, em grupos informais como o “Ecumênico”, “Igreja dos Pobres” e “Opus Angeli”. Era pródigo em receber a imprensa, sendo requisitado por jornalistas. Descobriu que seu objetivo deveria ser o de ajudar a manter o Concílio na linha inspirada por Deus ao Papa João XXIII.
Fiel a essa meta, ele defendeu:

1) a sacramentalidade e a colegialidade episcopal;
2) a liturgia renovada e vivificada;
3) o diálogo ecumênico;
4) o diálogo entre o mundo subdesenvolvido e o desenvolvido;
5) um novo modelo de Igreja alicerçado na pobreza e no serviço;
6) a figura do Bispo-pastor;
7) a importância de dar atenção aos “sinais dos tempos” como fez a Gaudium et Spes.
Acrescenta-se que, nos momentos mais duros e angustiosos do Concílio, com seu bom-humor, sua mística, seu sorriso e sua total confiança no Espírito Santo, “quebrava o gelo”, a fim de que fugissem o desânimo e a tristeza e se reacendessem a fé, a esperança e a caridade, animando a fé dos Padres Conciliares. Com prece e ação, ajudava o amigo Paulo VI neste momento ímpar da sucessão petrina. Relatou a sua experiência conciliar nas Circulares enviadas à Família (espiritual). Foi um dos signatários do Pacto das Catacumbas. Queria superar a era constantiniana, levando a Igreja aos “perdidos caminhos da pobreza”. O Concílio, na concepção helderiana, não foi apenas um evento, mas um espírito, um programa de vida, uma concepção eclesial. O Vaticano II lhe deu fundamentos para propagar um cristianismo aberto, libertador, promotor da justiça e da paz. Disse-lhe muitíssimo por suas palavras e silêncios, por seus textos e por seus gestos simbólicos.

IHU On-Line - D. Helder é um dos nomes da Igreja mais lembrados por conta de sua atuação durante a ditadura militar. Qual a importância de sua atuação durante esse período?

Ivanir Rampon - O pastoreio de Dom Helder Camara como Arcebispo de Olinda e Recife (1964-1985) coincidiu com o período da repressão militar e da lenta abertura democrática. Ao chegar a Olinda e Recife, Dom Helder proferiu o “Discurso da Chegada”, deixando evidente que, em nome do Evangelho de Jesus Cristo, fazia uma profunda opção pelos pobres e estava disposto a dialogar com todos. E assim fez: buscou diálogo também com o regime militar, mas este foi fechando todas as portas e janelas, pois não suportava a verdade evangélica defendida pelo Arcebispo. É que os responsáveis pela ditadura militar o desejavam como legitimador religioso do sistema de opressão e repressão.
A irritação transformou-se em ódio quando, em maio de 1970, o Arcebispo rasgou a cortina do cinismo e da mentira na frente de 20 mil pessoas em Paris, proferindo o famoso discurso “Quaisquer que sejam as consequências” – denúncia de que havia torturas no Brasil! A partir de então, Dom Helder passou a ser visto como o maior adversário político pelo governo autoritário. Porém, quanto mais odiado pelo sistema repressivo, mais era amado como uma das grandes, senão a maior figura, que se contrapunha à ditadura. O regime autoritário não o torturará fisicamente, mas o golpeará atingindo lideranças próximas e amigos que eram presos, torturados e assassinados. Dom Helder foi vítima também de uma grande campanha de execração nos meios de comunicação social e, posteriormente, a imprensa nacional foi proibida de pronunciar o seu nome.
Enquanto ele não existia no Brasil, era convidado, no exterior, para encontros, conferências, celebrações e outros eventos, a fim de que anunciasse a mensagem evangélica da paz. Houve um grande crescimento da fama de sua santidade e o auge de sua notoriedade internacional, quando foi indicado, quatro vezes consecutivas, ao Nobel da Paz e agraciado com dezenas de doutorados honoris causa. Neste período, Dom padeceu fortemente o sacrifício da cruz que celebrava em cada Santa Missa, sofrendo, solidário, com os presos, torturados, silenciados, martirizados.

IHU On-Line - Deseja acrescentar algo?

Ivanir Rampon - As ideias de Dom Helder, que não são dele apenas, mas nossas – como o Dom gostava de dizer – precisam ser espalhadas a fim de que haja não mais um primeiro, um segundo, um terceiro mundo, mas sim um mundo, “um mundo de irmãos!”. Foi com o intuito de colaborar neste sonho que foi publicado o livro O caminho espiritual de Dom Helder Camara, destinado às lideranças do povo de Deus, a quem busca uma graciosa fonte de espiritualidade cristã e a quem quer fazer parte da abençoada “Família” do Bispinho.
Parafraseando o Papa Francisco – com o qual Dom Helder estaria/está vibrando – podemos dizer que o Dom, de fato, colocou “em jogo a pele e o próprio coração”, sendo um pastor com “cheiro das ovelhas”, levando a unção pela qual foi consagrado a todos, especialmente nas “periferias”, onde o nosso povo fiel o aguardava e o apreciava. Através de suas palavras, escritos, obras e prece, Dom Helder continua a nos oferecer o óleo da alegria que Jesus veio trazer (Lc 4,14ss).

(Por Patricia Fachin

FONTE: http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/523294-dom-helder-camara-a-sintese-da-melhor-tradicao-espiritual-da-america-latina-entrevista-especial-com-ivanir-rampon

















domingo, 12 de outubro de 2014

EXTRA! EXTRA! EXTRA! FINAL DE SEMANA EM PALMARES FOI DE MUITA BRINCADEIRA, MUITA COMIDA E MUITA ALEGRIA PARA A CRIANÇADA NO PROJETO CRIANÇA FELIZ!!!


EXTRA! EXTRA! EXTRA!


FINAL DE SEMANA EM PALMARES FOI DE MUITA BRINCADEIRA, MUITA COMIDA E MUITA ALEGRIA PARA A CRIANÇADA NO PROJETO CRIANÇA FELIZ!!!


A PREFEITURA DOS PALMARES, POR INTERMÉDIO DA SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E DIREITOS HUMANOS, NA PESSOA DE SUA SECRETÁRIA SELMA FIGUEIREDO, PROMOVEU NESTE SÁBADO E DOMINGO, DIA DAS CRIANÇAS, DOIS DIAS MUITO MAIS QUE ESPECIAIS. 


ESSE EVENTO OCORREU PELA PRIMEIRA VEZ EM NOSSA CIDADE, PROMOVEU DOIS DIAS DE MUITA BRINCADEIRA, MUITA COMIDA, E MUITA FESTA PARA A CRIANÇADA DOS PALMARES.


NO SÁBADO, O EVENTO OCORREU NO DISTRITO DE SERRO AZUL E NO DOMINGO ACONTECEU NA PRAÇA Dr PAULO PARANHOS. 



AS CRIANÇAS E SEUS PAIS TIVERAM DIREITO A PULA-PULA, PISCINA DE BOLINHA, SINUCA, PING-PONG, JOGO DE TOTÓ, DESENHO E PINTURA, DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DE PICOLÉS, ALGODÃO DOCE, CACHORRO QUENTE, ÁGUA MINERAL, PIPOCA E REFRIGERANTE. E TUDINHO DE GRÁTIS PARA TODO MUNDO!!!

Distribuição de picolés

Distribuição de algodão doce

Distribuição de cachorro quente
SEM CONTAR COM A PARTICIPAÇÃO DE PALHAÇOS, FADAS, BONECAS, PRINCESAS E LEITURA DE LIVROS INFANTIS COM A ESCOLA LAURO CHAVES.


FOI MUITO LEGAL!!!!

DE PARABÉNS ESTÃO O PREFEITO DOS PALMARES – O Prof. JOÃO BEZERRA QUE ESTAVA ACOMPANHADO DE SUA FAMÍLIA, A SECRETÁRIA SELMA FIGUEIREDO E O PESSOAL DE APOIO QUE, COM MUITO ORGULHO, SE DERAM UM POUQUINHO DE SI PARA TODA A CRIANÇADA E SEUS FAMILIARES!!!

CONFIRAM MAIS IMAGENS DO DIA DAS CRIANÇAS EM PALMARES

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