FALE MAIS, BOLSONARO!
“O peixe e o falastrão quase
sempre
morrem pela boca!”
Bolsonaro disse que
não vai mudar seu jeito. Ele está certo. Tem que continuar desse jeitinho, tão “espontâneo”,
sem filtro, que seus eleitores admiram. Apoio total para que diga tudo o que
pensa. Fale mais, presidente. Fale tudo o que Vossa Excelência, ops, pensa. Faça
piada com pinto de japonês, chame nordestino de paraíba, diga que não tem fome
no Brasil, minimize a questão do trabalho infantil, ameace jornalista de pegar
cana.
Diga que não houve
ditadura, que jornalista torturada não foi torturada. Insinue que sabe o que
aconteceu com desaparecido político, chame de balela documentos oficiais sobre
os mortos do regime. Diga que o nazismo é de esquerda. E que o exercito não
matou ninguém, afinal, o que são 80 tiros?
Diga que pode perdoar
o holocausto, que vai fechar a Ancine, que não pode filme com prostituta ou
propaganda com transexual. Proíba as palavras “lacrou” e “morri” em peças do
governo. Diga mais, mito, diga vai privilegiar o filhão com uma embaixada e que
vai mandar a família passear de helicóptero da FAB.
Fale para quem quiser
ouvir que o Brasil não pode ser país de turismo gay, mas quem quiser sexo com
mulher, fique à vontade. Fale mais, tiozão do pavê. Diga que só os veganos se
preocupam com o meio ambiente. Defenda trabalho forçado para presidiários. É proibido,
e daí?
Fale mais, sincerão. Diga
que o IBGE não sabe nada sobre o desemprego, que a Fiocruz não tem dados
confiáveis sobre drogas, que o Inpe mente sobre o desmatamento, que o Brasil é
exemplo para o mundo em previsão ambiental, o país que menos usa agrotóxico.
Fale mais, todos os
dias, sem falhar nenhum, para que seja de conhecimento geral, para que não nos
esqueçamos nem por um único dia o autocrata, ignóbil sem empatia, o ser obtuso
que desgoverna este país. Fale mais, que tá pouco. Fale mais porque o peixe e o
falastrão quase sempre morrem pela boca.