domingo, 10 de junho de 2012

Viva Pisada Sertaneja: a inveja quando não mata aleija!!!


Viva Pisada Sertaneja: a inveja quando não mata aleija!!!
Prof Gleidistone Antunes


       A inveja é um dos sete pecados capitais, isto todo mundo sabe. Mas mesmo assim tem gente que não procura consertar-se, pois em tudo o que vê, ouve, fala ou escreve, exala maldade e disseminação de textos maldosos, que visam somente denegrir a imagem das pessoas que buscam seu lugar ao sol. Ainda mais quando o texto parte de quem se dizia amigo e admirador do compositor Alejandro.
       - Puxa! Quem tem um amigo dessa qualidade, não precisa de inimigos!
Refiro-me a inveja causada pela Banda Pisada Sertaneja, que neste sábado, dia 09, aniversário de Palmares, apresentou-se num mega palco, em plena festa junina na cidade de Caruaru. Enquanto que aqui em Palmares, nada acontecia. Nada acontecia uma vírgula! A prefeitura trouxe a super-híper-mega-e-maravilhosa banda Saia Rodada (péssimo gosto!), que por sinal, já está muito rodada em nossa cidade, tanto que pouquíssimas pessoas estiveram presente. Se não fosse show de Cikó Macedo, com seu talento, carisma e animação, a noite teria sido um verdadeiro fracasso de público. Salve o meu querido Cikó!!!
        Mas na mesma noite, os invejosos com seus olhos de seca pimenta estavam de olhos na TV, para ver se realmente era verdade que Os Pisadas Sertanejas iam mesmo se apresentarem na capital do forró. Não deu outra, a Banda apresentou-se. E foi a coisa mais linda deste mundo, gente!
        Alejandro (compositor conhecido no Brasil todo) e Monike, acompanhados de músicos de primeiríssima qualidade, deram um show de talento e simpatia! A galera foi ao delírio.
        Sem deixar a humildade de lado, Alejandro e Monike agradeceram a receptividade do público que, em forma de aplausos calorosos e demorados, demonstraram-se extremamente satisfeitos com a presentação da Pisada Sertaneja.
       E o porquê da inveja e dos textos maldosos, então? É que o compositor e vocalista da banda, Alejandro, afirmou em entrevista que a banda é de Recife. Pronto! Agora lascou! Eis aí o xis da questão. O pivô que pipocou nas cabeças dos desinformados.
      Surge, então, um sítio (site – em inglês) o www.palmaresfest.com.br, que veicula uma nota de repúdio ao cantor/compositor da banda, pela resposta dada ao repórter, dizendo ser, tal afirmação, uma vergonha para Palmares, que artista renegou a terra natal, que ele estava sendo ingrato e tudo mais. Depois vem outra pessoa mal educada – no  facebook, com palavras de baixo calão afirmando: “A banda é uma merda!!!” (cada um dá o que tem, não é?).
       Pois bem, só para que o (i)responsável pelo texto (aliás muito mal escrito – cheio de erros gramaticais) fique sabendo, realmente a banda é do Recife, haja vista ter sido criada e registrada lá, na Veneza brasileira, tanto que quem administra a Pisada Sertaneja é a Talismã Produções, situada em Recife.
       Vale ressaltar que a todo o momento os artistas falavam em Palmares, mandavam vários alôs, todos especiais. O problema é que poucos têm a coragem de sair em busca dos seus sonhos. Ficam encolhidos dentro de suas carapaças a espreita de algo medonho, esperando a oportunidade de mamarem nas tetas de determinados políticos (se é que políticos têm tetas). Junte-se a isto, a falta de informação.

         A título de histocidade, Palmares não tem o hábito de valorizar seus artistas, vejamos:

O 1º -  Em 1926 o nosso maior poeta - Ascenso Ferreira, após fundar a 'Sociedade Hora Literária' aqui em Palmares, e por defender o abolicionismo, foi escorraçado desta cidade. Toda a sua família sofreu o pão que o diabo amassou. Para tal situação, assim o poeta expressou seu amargor:

“Mamãe foi demitida com 25 anos de serviço! Tivemos a casa pichada; fui vaiado um dia na rua; corrido acintosamente pela polícia; ameaçado de prisão... O estabelecimento de meu padrinho, devido a sua morte, entrara em liquidação. Fiquei sem emprego e sem ter ninguém em Palmares que me quisesse aproveitar os serviços, pois todos tinham receio de desagradar os senhores da situação."

        As palavras de Ascenso demonstram claramente que o fator político sempre foi motivo de exclusão dos verdeiros
talentos dos vários setores da sociedade palmarense.

O 2º - Hermílo Borba Filho - em sua terra natal, era mal interpretado pela sociedade da época. Foi um excelente escritor teatrólogo, contista e novelista, mas também foi escanteado pelos seguimentos políticos da nossa Palmares. Resultado? Teve que ir embora dos Palmares (Palmares é um substantivo coletivo, viu?)
O 3º – Santana (o cantador) – no início da carreira enfrentou a inveja, as maledicências de vários setores da nossa dita “sociedade democrática palmarense.” Resultado? Foi embora e obteve o maior sucesso. Hoje é conhecido em todo o brasil todo.

Os que insistem sua permanência em Palmares, vivem às duras penas. Não são reconhecidos pelos poderes constituídos, e quando são chamados para fazerem um show em épocas juninas, são explorados com cachês irrisórios, que pouco dá para pagarem as despesas. “Isto sim é que é uma vergonha!!!


Referências

SILVA,  Jorge Fernandes da. Vidas que não morrem. Recife: Departamento de Cultura, 1982.
Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>. Acesso em: 10 de junho de 2012  

VAINSENCHER, Semira Adler.  Ascenço Ferreira. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife.