O título indagativo acima é um provérbio
popular bastante conhecido. Ele tem por função explicar o mau
comportamento das pessoas, mormente se não há ninguém para
criticar os seus atos. A expressão é típica para testar a
honestidade dos seres humanos que se aproveitam da situação para
levar vantagem (roubar).
Muitas delas se acham corretas e
justas, pensando que dar prejuízos de pequena monta não representa
falta de caráter. Todavia, elas se esquecem de que não existe o
meio-termo em matéria de honestidade, (ladrão é ladrão seja em
qualquer monta).
Saques praticados por mulheres,homens e crianças |
Quem gosta de levar vantagens
prejudicando as pessoas em “pequenos delitos”, acumula ações
dessa natureza por achar que pela impunidade possa no futuro,
praticar outras infrações de maior envergadura.
Esse é o pensamento favorito
dos estelionatários (falsificadores de documentos) e dos corruptos
que desviam dinheiro público, prejudicando centenas de milhares de
pessoas. As leis são brandas e nem sempre ocorre a devida punição.
Pessoas sendo assaltadas e outras guardando no carro, os produtos dos roubos |
Isso estimula outros (ladrões
de ocasião) ao mesmo comportamento. A história abaixo reflete em
escala menor, uma conduta reprovável por qualquer cidadão que se
diz verdadeiramente honesto:
"Encostado
no balcão de uma loja de prestação de serviços, Roberto olhou
para a rua e viu que um motorista manobrava seu carro para sair.
Observou que por falta de perícia, ele fez uma manobra mal calculada
e riscou o para-choque do veículo estacionado ao lado.
Embora o dano material tivesse
sido pequeno, deixou uma marca visível a certa distância e, também
uma desagradável surpresa para o dono, que mais tarde ficaria se
perguntando se foi ele mesmo que riscou o carro ou alguém para quem
o emprestou.
Enquanto
esperava, Roberto notou que uma das balconistas também reparou no
incidente. Ambos chegaram a fazer uma aposta em relação à conduta
do motorista:
Pessoas até então de reputação ilibada, aproveitando-se da oportunidade, para também, saquearem |
- Aposto que ele vai ficar no carro esperando o proprietário chegar para comentar o ocorrido e talvez ressarcir algum prejuízo, ou irá procurá-lo para ver a extensão do dano.
- - Duvido, disse Beatriz, a moça no balcão de atendimento. A maioria das pessoas não assume a responsabilidade quando sabe que não há ninguém para pressioná-las e reprová-las pelo deslize de conduta, finalizou ela.
Roberto
perdeu a aposta, pois o motorista não querendo ser pego saindo
rapidinho, ficou fazendo manobras tipo entra e sai e dando um tempo
para ver se o dono aparecia, mas acabou indo embora sem dar qualquer
explicação."
Internauta sensibilizado com por conta do caos no Espírito Santo |
Moral da história: existem
pessoas para quem a consciência não dói quando fazem coisas
erradas. Elas acham que é normal serem imorais, sem ética,
corruptas e ladras, desde que ninguém fique sabendo.
O caos que acontece no Espírito
Santo, também já ocorreu em Pernambuco e acontece em todos os
países do mundo, alguns em maior ou em menor grau. Isto não é
normal.
Na falta de atuação das
polícias Militar e Civil, em agir contra a bandidagem, gera uma
ocasião para que pais de famílias, vendo-se encurralados em suas
próprias casas, atuem como justiceiros.
Daí vem a pergunta: Neste caso,
a ocasião faz os pistoleiros justiceiros? Sim, ou não?
Texto
adaptado por Gleidistone Antunes a partir do texto de Richard
Zajaczkowski, bacharel em Direito, Oficial de Justiça Avaliador e
acadêmico de Jornalismo e membro do Centro de Letras de Francisco
Beltrão