Livros
clássicos mais pedidos em
provas
de vestibular
Introdução
A forte concorrência para ocupar uma vaga em universidades – sobretudo
as públicas – faz com que os vestibulares se transformem em verdadeiras
batalhas, onde poucos saem vencedores. Para obter as melhores notas, é preciso
muito estudo. Entre as disciplinas mais importantes e exigentes, está a de
literatura brasileira e portuguesa. Todos os anos, os mais concorridos
vestibulares anunciam uma lista de livros nos quais se basearão boa parte das
questões. Algumas destas obras estão entre as mais importantes do Brasil e de
Portugal e são presença garantida na Fuvest, Vunesp, Cesgranrio e outras
Fundações. Conheça 15 livros clássicos que não podem passar batidos pelos
vestibulandos.
1 -
Noite da Taverna (Álvares de Azevedo)
Legítimo
representante de Lord Byron no Brasil, o jovem Álvares de Azevedo foi ao mesmo
tempo um grande escritor e uma figura trágica. O paulista morreu em 1952, aos
20 anos, sem ter publicada boa parte de sua obra. Um exemplo é “Noite na
Taverna”, que foi lançado postumamente em 1855. O livro é dividido em sete
capítulos e traz histórias permeadas de tragédias, amores impossíveis, morte e
bebida, muita bebida. Embriagados na taverna, os cinco personagens narram suas
experiências de paixão, desencontro e abandonos. Marcada pela citação "É preferível morrer por
amor que viver sem ele”, a obra é um clássico do romantismo brasileiro.
2 - Os
Lusíadas
Talvez a mais
importante obra já publicada na língua portuguesa, “Os Lusíadas” é um
verdadeiro portento literário. Obra poética de tons épicos, foi elaborada
durantes anos pelo seu autor, o português Luís Vaz de Camões, tendo sido
finalmente concluída em 1556. No entanto, somente em 1572 o público pôde
conhecer esta espetacular narrativa em poema. Com escrita intrincada, é
composta de dez cantos e 1115 estrofes, que contam a grande saga do navegador
lusitano Vasco da Gama rumo às Índias. Obra ligada diretamente ao classicismo,
traz alusões à cultura greco-romana, como os deuses olímpicos, mas o foco é destacar a grandiosidade e a bravura do
povo de Portugal.
3 - Macunaíma
Um dos mais
importantes romances modernistas escritos no Brasil, “Macunaíma” foi publicado
pela primeira vez em 1928. Criado pelo escritor paulista Mário de Andrade, traz
a história do personagem-título, um índio que representa o povo brasileiro.
Apresentado como um anti-herói (ou ainda um herói sem caráter) preguiçoso, fica
fascinado pela cidade de São Paulo. Ao contrário dos grandes romances
indigenistas do século XIX, que glorificavam os silvícolas, aqui o tom é de
comédia e ironia. Um dado interessante da obra é sua peculiar estrutura,
não-linear, e aspectos surrealistas que afetam não só o conteúdo, mas também a
forma (no caso, a própria língua portuguesa).
4 - Dom
Casmurro
Afinal de contas,
Capitu traiu Bentinho com o melhor amigo dele, Escobar? A pergunta pode parecer
novelesca, mas é apenas o ponto de partida de um dos mais importantes romances
brasileiros. “Dom Casmurro”, escrito por Machado de Assis e publicado em 1900,
é uma das obras-primas do realismo nacional. A história é contada em primeira
pessoa por Bentinho, que se casa com a bela e misteriosa Capitu, mas aos poucos
passa a nutrir um incontrolável ciúme da esposa. Para ele, a jovem tem um caso
com seu melhor amigo, Escobar. Aqui, se encontra a matéria-prima de suas obras:
a ironia, as aliterações e as divagações que o tornaram célebre até hoje.
5 - O
Cortiço
Quando se fala em romances de tons realistas,
com críticas sociais e comportamentais, muito se fala em Machado de Assis e
Lima Barreto. Mas poucas vezes é dado o devido crédito a uma das mais
impactantes obras do final do século XIX. Em 1890, Aluísio Azevedo publica “O
Cortiço”, que já é revolucionário apenas por tratar do cotidiano da população
pobre do Rio de Janeiro, enquanto outros autores se focavam na classe média ou
nos ricos. O livro é ambientado em um cortiço, local onde vivem amontoadas
dezenas de famílias sem condições dignas de moradia. De quebra, o livro foi o
primeiro no Brasil a abordar um relacionamento lésbico.
6 - A
Hora da Estrela
As histórias de retirantes nordestinos que
buscam uma vida melhor nos grandes centros geralmente é narrada de forma crua,
seca, com tom levemente político e abordagem do mundo ao redor dos personagens.
Em “A Hora da Estrela”, tudo acontece ao contrário. Publicado em 1977, ele
mostra a vida de Macabéa, que deixa Alagoas e consegue um emprego de
datilógrafa no Rio de Janeiro. O ponto de vista é interior: mostrando o que
sente a personagem diante das dificuldades financeiras e amorosas de sua vida
tediosa. Há também a sua busca por respostas, por meio de uma cartomante. O
estilo introspectivo e angustiante da escritora Clarice Lispector encontra,
neste romance, seu ponto mais agudo.
7 - Os
Sertões
“O
sertanejo é, antes de tudo, um forte”. A frase é uma das mais célebres da
literatura brasileira e abre “Os Sertões”, livro mais importante do jornalista
e escritor Euclides da Cunha. Publicado em 1902, ele narra a Guerra de Canudos
(1896-1897), no interior da Bahia. A obra é uma mistura de livro-reportagem com
ficção, onde ele mostra os fatos ocorridos no conflito, mas também aborda o
modo de vida dos rudes habitantes do sertão nordestino, bem como traça um
quadro da desigualdade social e da violência latente nos rincões mais distantes
do país. O estilo desesperançado do autor apenas torna mais dramática a
história que conta.
9 - Capitães
da Areia
Poucos romances brasileiros têm um caráter
político tão explícito quanto “Capitães da Areia”, um dos melhores do baiano
Jorge Amado. Publicado em 1937, o livro é ambientado na cidade de Salvador dos
anos 30 e mostra a vida de um grupo de garotos de rua, abandonados pelos pais,
e sua dura luta pela sobrevivência. O lado pobre, sujo, obscuro da fascinante e
bela cidade litorânea é narrado de forma crua e real. A grande reviravolta
ocorre quando o líder dos garotos, em seu ódio contra os opressores, passa a se
politizar e encontrar alternativas para a sociedade. Por causa desse tom de
saudação ao socialismo, o livro foi vetado pelo governo da época.
10 - Memorial
do Convento
Antes mesmo de se
consagrar como o primeiro autor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel
de Literatura, José Saramago já era reconhecido por aqui. Seu livro “Memorial
do Convento” sempre foi lembrado nos vestibulares. Publicado em 1982, trata-se
de um romance histórico, ambientado em Portugal, no século XVIII, durante o
reinado de D. João V e da Inquisição. Ateu convicto, o autor se valeu de suas
convicções antirreligiosas para escrever um libelo anticlerical: aqui, a Igreja
Católica é uma das mais importantes ferramentas de opressão aos pobres e
desprotegidos. Os sacerdotes são apontados como corruptos e cúmplices dos danos
provocados ao país e seu povo.
11 - Senhora
José de Alencar é
geralmente lembrado pelos romances indianistas, como “Iracema” e “O Guarani”.
No entanto, as coisas mudam em “Senhora”. O livro, publicado em 1875, se
aventura pela história urbana. Aurélia, uma pobre órfã, se relaciona com um
homem ambicioso, mas o namoro termina depois que ele tenta se casar com outra
mulher, movido apenas pelo dinheiro. A vida da mulher desprezada muda quando
ela recebe uma grande herança, se torna uma figura de destaque na sociedade e
casa-se com o antigo namorado, apenas para humilhá-lo. Apesar do final feliz, o
tom ligeiramente realista da obra fez com que a mesma se destacasse entre
outras criações do autor.
12 - O
Tempo e o Vento
Um dos maiores épicos
da língua portuguesa, “O Tempo e o Vento” é mais que um livro, é uma série
literária. Publicado pela primeira vez em 1949, a obra traz a história da
região sul do Brasil, tendo como ponto de vista a saga de duas famílias: os
Terra e os Cambará. Seu autor, Érico Veríssimo, dividiu seu trabalho em três
partes (O Continente, O Retrato e O Arquipélago), narrando acontecimentos desde
o século XVIII até 1945, com o fim da ditadura do Estado Novo. Os relatos das
primeiras comunidades rurais, o aparecimento dos arraiais e dos primeiros
poderosos da região são retratados de forma primorosa pelo autor. Um dos maiores épicos
da língua portuguesa, “O Tempo e o Vento” é mais que um livro, é uma série
literária. Publicado pela primeira vez em 1949, a obra traz a história da
região sul do Brasil, tendo como ponto de vista a saga de duas famílias: os
Terra e os Cambará. Seu autor, Érico Veríssimo, dividiu seu trabalho em três
partes (O Continente, O Retrato e O Arquipélago), narrando acontecimentos desde
o século XVIII até 1945, com o fim da ditadura do Estado Novo. Os relatos das
primeiras comunidades rurais, o aparecimento dos arraiais e dos primeiros
poderosos da região são retratados de forma primorosa pelo autor.
13 - Antologia
Poética - Vinícius de Moraes
Poeta, compositor,
diplomata, intelectual, Vinícius de Moraes é um mito da cultura brasileira do
século XX. Suas coletâneas de contos, crônicas e poemas são obras inestimáveis.
Portanto, sua “Antologia Poética” é leitura obrigatória. Publicado pela
primeira vez em 1954, o livro reúne seus trabalhos mais importantes no campo da
poesia. A primeira parte da obra é mística, religiosa, de um tempo em que ele
ainda estava ligado à Igreja Católica. Posteriormente, ele se tornou agnóstico
e o livro passa a ganhar em beleza e sensualidade, além de adquirir também um
cunho social em alguns momentos. Em qualquer período, sua leitura é imperdível.
14 - A
Cidade e as Serras
Lançado em 1901 pelo escritor lusitano Eça de
Queiroz, “A Cidade e as Serras” é um livro mais circunspecto que os anteriores
do autor, em que ele faz pesadas críticas à sociedade portuguesa. Aqui, ele
compara a vida campestre no interior de Portugal com os agitos de Paris. Por
meio da história de Jacinto de Tormes, Eça aborda com ironia os rápidos avanços
da sociedade industrial, o aparecimento de inventos de todo o tipo e a
urbanização cada vez mais acentuada dos países europeus. O personagem, enfim,
deixa a cidade grande e retorna para as serras, onde tem de se readaptar.
15 - Vidas
Secas
A obra do escritor brasileiro Graciliano
Ramos é conhecida pelo seu estilo cortante, direto e desesperançado. Um dos
melhores exemplos dessa escrita está em “Vidas Secas”, seu romance mais famoso.
Publicado em 1938, o livro traz uma narrativa, em terceira pessoa, de uma
família de retirantes do sertão nordestino. Eles deixam suas terras secas e
improdutivas e partem em busca de alimento. A miséria de Fabiano, sua mulher e
filhos ganha força e dramaticidade por meio do narrador. Chama a atenção o fato
de todas as pessoas serem caladas e pouco expressivas. A cachorra baleia,
mascote do grupo familiar, curiosamente é o mais carismático personagem da
história.
16 - Memórias
de um Sargento de Milícias
Escrito pelo brasileiro Manuel Antônio de
Almeida, “Memórias de um Sargento de Milícias“ é um caso raro de obra de cunho
popular no século XIX. Foi publicado originalmente em folhetins no Correio
Mercantil do Rio de Janeiro, entre 1852 e 1853, de forma anônima. Os
personagens, ao contrário dos romances da época, são pessoas pobres, humildes.
O principal deles é Leonardo, um jovem brincalhão e pouco afeito ao trabalho e
aos estudos. Seus pais tentam lhe dar uma profissão e um futuro, mas tudo o que
ele quer é curtir a vida. Até que o destino o torna um sargento de milícias.