quarta-feira, 7 de novembro de 2018

SONHO DE PAPEL, DE GABRIEL CORONADO: UMA HISTÓRIA DE AMOR E MOTIVAÇÃO Por Gleidistone Antunes


SONHO DE PAPEL, DE GABRIEL CORONADO: UMA HISTÓRIA DE AMOR E MOTIVAÇÃO
Por Gleidistone Antunes

SONHO DE PAPEL
Gabriel Coronado

(Refrão)
Eu te recriei,
De um sonho de papel,
E te dei, o meu mais ingênuo valor,
E também te mostrei, como pode ser cruel 
O sabor, que tem do gosto do amor. (2X)

(Rap) A mim, me disseram,
Que na vida tudo que eu quero,
É ter todo o sucesso do mundo,
Coisa que poucos obtiveram,
Mas eu guardo na lembrança,
Algo que ainda me dá esperança,
Que ainda me faz, querer ver
A vida, com amor e não com ganância.

Confesso, estive perdido,
Em um universo invertido, 
Ignorando a quem realmente importava,
Dando aos falsos, o tempo perdido.
Musa, eu te juro, é por seu gostar que eu luto,
É por toda beleza e bondade que há em você
Que eu continuo dizendo...
(Refrão)
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    O valor da linguagem poética, seja no poema propriamente dito, mas também nas crônicas, contos e novelas, ou seja, nos textos literários em geral, está nas figuras de linguagens que são os recursos de nosso idioma para tornar as mensagens que emitimos mais expressivas e significativas. Esses recursos linguísticos podem ampliar o significado de uma oração, assim como suprir lacunas de uma frase com novos significados.

No caso desta letra - "Sonho de papel" trás, logo nos dois primeiros versos, a figura de linguagem classificada como metáfora, que transcende o sentido denotativo, dando à expressão poética um valor conotativo: "Eu te recriei, / De um sonho de papel".

Em seguida, manda uma antítese que, neste caso, contraria o sentido real da expressão: "E te dei, o meu mais ingênuo valor, / E também te mostrei, como pode ser cruel / o sabor, que tem do gosto do amor. " A antítese está na relação estabelecida entre os 4º e 5º versos.

A segunda estrofe extrapola o contexto poético e se desdobra num texto moralmente motivacional, mas que é facilmente dominado pelo autor na forma de rap - discurso rítmico, com ou sem rimas, que surgiu no final do século XX entre as comunidades afro-descendentes nos Estados Unidos.

Na última estrofe Coronado abre seu coração, ele mostra a inquietude da sua intimidade e faz uma confissão poética, rítmica e extremamente musical: “Confesso, estive perdido, / Em um universo invertido, / Ignorando a quem realmente importava, / Dando aos falsos, o tempo perdido. / Musa, eu te juro, é por seu gostar que eu luto, / É por toda beleza e bondade que há em você / Que eu continuo dizendo…”

Assim termina seu poema com começo, meio e fim numa apoteose poética-romântica. A história de um jovem poeta, mas com uma possível alma-velha na roupagem de um garotão sonhador e talentoso. Parabéns pelo belo poema!

Este jovem tem muito futuro, pois é evidente seu talento para compor e dar a melodia certa às suas letras. Nós ainda vamos ouvir muito falar neste garoto que é um excelente poeta.

Palmares, madrugada da terça para a quarta, 8/11/2018