sexta-feira, 4 de março de 2016

Eleitor, deixe ser besta!


Eleitor, deixe ser besta!

Como acontece a cada quatro anos, não somente em Palmares, como em todo o Brasil, aparece um monte de "alma sebosa", candidato a prefeito e a vereador.

Todos eles com ares de boa gente, pacíficos, educados e elegantes. Mas (como sempre tem um "mas"), trazendo na bagagem de vida (e da consciência) um rosário de crimes. Desde assaltos a caminhoneiros, assassinatos de trabalhadores inocentes que lutaram por seus direitos, até bingos fraudulentos que destruiu a vida de um monte de gente. Todo ano tem de tudo nessas tais campanhas eleitorais nos estados e municípios.

O povo, por sua vez, reclama da corrupção que assola o país em todas as instâncias dos poderes legislativo, judiciário e no executivo. Mas, olha o “mas” novamente, o próprio povo se deixa corromper em época de eleição. Vota nesse ou naquele candidato porque lhe ofereceu um empreguinho.

É como disse Mahatma Gandi: “O povo tem os governantes que merece”.

Nesse cenário percebemos, haja vista que somos observadores, surgem também os falsos moralistas, falsos guerreiros do povo e pseudos intelectuais que, em nome de uma honra que não têm, gritam e alardeiam aos quatro cantos que seu(s) candidato(s) é(são) honesto(s) e digno(s)s de governar(em) sua cidade.

Por tudo isso, para o povo eleitor cego e idiota, que se mata por “ele(s)”, eu digo:

-Cuidado pessoal! Tomem tino, vergonha na cara e deixem de ser bestas! Não briguem por essas pestes, por esses lobos com cara de ovelhas. Procurem saber dos mais velhos quem foi, ou quem é o seu candidato. Qual a história de vida dele? O que eles faziam quando mais jovens para poder enriquecer? Percebam que muitos, que agora se abraçam, não são inimigos históricos, politicamente falando, são da mesma “panelinha”. E por nunca terem sido inimigos políticos, fazem conchavos até com o demônio. É tudo pelo poder político e pelo dinheiro que se tira dele. Ou melhor, do povo besta que se mata de trabalhar por um mísero salário mínimo.

Reflitam nestas palavras povo eleitor, e deixe de ser besta!

Tenho dito, senhoras e senhores eleitores!

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Herança e Legado políticos





Herança e Legado políticos
Por Gleidistone Antunes

Estive a fazendo uma análise dos políticos de nossa cidade e percebi, desde há muito tempo, que os termos Herança e Legado podem muito bem ser aplicados a maioria deles, pelo menos a muitos dos que já passaram e a alguns que ainda (infelizmente) permanecem lá (na Câmara) há décadas.

Vejamos:

Embora sejam sinônimos, Herança representa todo bem móvel ou imóvel que recebemos de alguém, quer seja por testamento ou por direito no ato de sua morte.

Legado representa (neste contexto em que analiso) todo ideal de princípios morais e éticos que recebemos desse alguém. Ou seja, Herança pode ser a casa, o dinheiro, o carro, joias e etc … já o Legado é aquilo que lhe foi passado como ideais, valores morais, princípios éticos e etc.

Na política de nossa cidade (e deste país), os nobres políticos, sejam vereadores ou prefeitos, recebem, ao final de cada mandato, uma herança. Embora não tenha sido herdada por morte, mas por força do cargo político que exerce, uma bela quantia que se configura em dinheiro (muito dinheiro), carros, terrenos, favores políticos e empresariais, etc..

E de legado? Bom, este último receberam da Lei de Gerson (lembram, a de levar vantagem em tudo? A de comer-comer para poder crescer).

Mas, e o que deixam como herança para o povo?

Como herança, deixam muitas dívidas para o município, calotes nos contratados, pagamentos a serem feitos aos fornecedores, etc.. Até dívidas em motéis alguns deles deixaram! É mole, ou quer mais?!

Como legado, deixam um rosário de decepções, a alto-estima dos eleitores no chão. Um monte de gente rogando praga do tipo:

- É bom que essa desgraça de vereador (ou de prefeito) não ganhe mais nunca mais!

O parada destas pragas é às vezes dá certo, querem um exemplo?

Certa vez ouvi uma conversa entre um candidato e uma leitora:

- Amiga, meu amô vim aqui pedir (de novo) o seu voto, a sua ajuda. Posso contar com o teu voto?

A resposta da eleitora, espumando pelo canto da boca, foi um tiro:

- Olhe vereador, da primeira vez eu lhe prometi votar em você, mas quando tu foi eleito, virasse a casaca. No palanque tu era a favor do 25, mas depois que ganhou, ficou defendendo o usineiro. Eu não gosto de gente traíra. E se depender de mim, tu vai perder até por um voto, que faz a diferença, visse?!

O vereador, candidato a reeleição, saiu da porta da eleitora todo "muxo" feito um maracujá de gaveta.

E adivinhem o resultado da eleição?

Toda a cidade sabe, quem pode dar a resposta?!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Pesquisadores esclarecem dúvidas sobre a dengue e comentam hábitos do mosquito



Mais comum em áreas urbanas, o mosquito transmissor da dengue vive perto do homem e pica sobretudo ao amanhecer e ao entardecer (Imagem: Genilton Vieira)
Pesquisadores esclarecem dúvidas sobre a dengue e comentam hábitos do mosquito

Na entrevista abaixo, especialistas da Fiocruz esclarecem algumas das dúvidas mais comuns a respeito da dengue e do mosquito Aedes aegypti, que se originou no Egito e depois se espalhou pelo mundo. Ele também discorre sobre a eliminação do Aedes no Brasil, fato ocorrido em 1955, e de sua reintrodução no final da década de 60. Eles comentam ainda os hábitos do mosquito, discorrem sobre o bairro de Jacarepaguá concentrar cerca de um terço dos casos de dengue no Rio de Janeiro e abordam uma curiosidade: por que o mosquito teria preferência por tecidos escuros?


Por que o nome Aedes aegypti? O mosquito veio do Egito?

O mosquito Aedes aegypti é originário do Egito, mas se espalhou pelo mundo pela África: primeiro da costa leste do continente para as Américas, depois da costa oeste para a Ásia. O vetor foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762, quando foi denominado Culex aegypti.

Como o mosquito veio parar aqui? Há registro histórico de dengue no passado?

As teorias mais aceitas indicam que o Aedes aegypti tenha se disseminado da África para o continente americano por embarcações que aportaram no Brasil para o tráfico de escravos. Há registro da ocorrência da doença em Curitiba no final do século 19 e em Niterói no início do século 20.

A dengue ocorre só no Brasil?

Não. Há registro da doença em diversos países das Américas, bem como na África, na Ásia e na Polinésia Pacífica.

O mosquito teria sido erradicado do país em alguma época? Se sim, por que voltou?

No início do século 20, o Aedes aegypti foi responsável pela transmissão da febre amarela urbana, o que impulsionou a criação de medidas para sua erradicação, que resultaram na eliminação do mosquito em 1955. No entanto, a erradicação não cobriu a totalidade do continente americano e o vetor permaneceu em áreas como Venezuela, sul dos Estados Unidos, Guianas e Suriname, além de toda a extensão insular que engloba Caribe e Cuba. A hipótese mais provável é de que tenha acontecido a chamada dispersão passiva dos vetores, através de deslocamentos humanos marítimos ou terrestres. No Brasil, o relaxamento das medidas de controle após a erradicação do vetor permitiu sua reintrodução no país no final da década de 1960. Hoje o mosquito é encontrado em todos os estados brasileiros.

O clima (especialmente do Rio) tem algo a ver com a disseminação da doença?

O Aedes aegypti é atraído por altos índices de temperatura e umidade. Por isso, o clima do Rio de Janeiro é, sim, favorável à sua proliferação. Por isso, também, a infestação pelo mosquito é sempre mais intensa no verão. Para evitar esta situação é preciso desenvolver medidas permanentes para o controle do mosquito, durante todo o ano, a partir de ações preventivas que objetivem a eliminação de focos do vetor.

Um especialista sugeriu o uso de meias brancas. Por quê?

O Aedes aegypti tem rejeição à claridade e é atraído pelo calor, por isso teria preferência por tecidos escuros. No entanto, ele é capaz de picar uma pessoa mesmo que ela esteja protegida por roupas. O importante é eliminar os criadouros do mosquito, para que ele não circule.

Por que se só a fêmea pica? Só ela se alimenta de sangue? E o macho, vive de néctar?

A fêmea precisa de sangue para a produção de ovos. Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam de substâncias que contêm açúcar (néctar, seiva, entre outros), mas como o macho não produz ovos, não necessita de sangue.

Como se dá a convivência entre Aedes aegypti e Culex? Há disputa de espaço?

Não há disputa significativa porque os dois mosquitos alimentam-se de sangue e açúcar, disponíveis em abundância no ambiente urbano. Além disso, enquanto o Aedes aegypti é um inseto diurno que se reproduz em água limpa, mosquitos do gênero Culex preferem criadouros com alta concentração de matéria orgânica em decomposição e têm atividade estritamente noturna.

E com o Aedes albopictus, que também transmite a dengue?

O Aedes aegypti é o principal vetor da dengue. No entanto, em algumas áreas, sobretudo no sudeste da Ásia, o Aedes albopictus atua como vetor secundário. Acredita-se que esse mosquito tenha sido introduzido no Brasil na década de 1980, mas como a sua infecção natural pelo vírus da dengue ainda não foi comprovada no país, as medidas de controle da doença não têm o Aedes albopictus como foco. Além disso, não há coincidência entre a prevalência de Aedes albopictus e a ocorrência de dengue. Como as duas espécies são encontradas em ambientes urbanos, pode haver competição na fase imatura (larvas e pupas), dependendo da quantidade de água disponível.

Por que a mudança de hábitos do Aedes (antes só se reproduzia em água limpa, agora também vai na suja)?

O Aedes aegypti não desenvolveu novos hábitos. É um mosquito doméstico, vive dentro de casa e perto do homem. Tem hábitos diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. A reprodução acontece em água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos são colocados em água limpa e parada e distribuídos por diversos criadouros – estratégia que garante a dispersão da espécie. Se a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue quando realizar a postura de ovos, há a possibilidade de as larvas já nascerem com o vírus – a chamada transmissão vertical.

Há relação entre infestação de dengue e áreas desmatadas do Rio de Janeiro? Com os grandes vazios urbanos? Existiria alguma explicação para o fato de Jacarepaguá registrar um terço dos casos da cidade?

Os maiores índices de infestação são registrados em bairros com alta densidade populacional e baixa cobertura vegetal, onde o mosquito encontra alvos para alimentação mais facilmente. Outro fator importante é a falta de infraestrutura de algumas localidades. Sem fornecimento regular de água, os moradores precisam armazenar o suprimento em grandes recipientes que na maioria das vezes não recebem os cuidados necessários e acabam tornando-se focos do mosquito porque não são vedados completamente. Portanto, os esforços para o controle da proliferação do mosquito certamente estão relacionados a medidas do governo, mas sobretudo ao comprometimento da população.

Qual a diferença entre as formas clássica e hemorrágica de dengue?

A principal diferença é a apresentação clínica. Inicialmente, a dengue hemorrágica apresenta-se da mesma maneira que a forma clássica da doença, mas evolui rapidamente para um quadro mais grave, sem que possamos prever o agravamento do quadro do paciente. Os principais sintomas são dor abdominal, vômitos, agitação e pele seca, seguidos de queda de pressão. Se não receber tratamento imediato o paciente pode perder a consciência e chegar ao óbito por choque em poucas horas. Por isso, é fundamental ter um diagnóstico correto e instituir rapidamente o tratamento.

Quais fatores influenciam a evolução da dengue para sua forma hemorrágica?

As razões exatas são desconhecidas. Fatores genéticos individuais certamente estão envolvidos no processo de evolução da doença e há também a possibilidade de influência por uma infecção anterior, que pode intensificar uma segunda contaminação pelo vírus. No entanto, este não é um fator absoluto, pois muitas pessoas já contraíram infecções sucessivas por dengue sem desenvolver o quadro hemorrágico. A virulência das amostras também é um fator importante. Na epidemia do Rio de Janeiro de 2002/2003, a grande maioria dos casos fatais eram infecções primárias, ou seja, as pessoas nunca tinham contraído dengue, mas o vírus em questão, do tipo 3, era e continua a ser bastante virulento.

É correto afirmar que a segunda infecção será sempre mais grave que a primeira?

Não. A evolução da doença é um processo multifatorial e não há como prever com precisão.

Quantas vezes uma pessoa pode contrair dengue?

Não há limite para a infecção pelos vírus da dengue e as pessoas podem sofrer infecções sucessivas por todos os tipos de vírus circulantes na área.

Qual a cepa mais virulenta e, portanto, perigosa?

O tipo 3, proveniente da Ásia e introduzido no Brasil e nas Américas em 1994. No entanto, todos os tipos virais podem levar eventualmente a óbito.

É verdade que crianças e jovens são hoje mais suscetíveis à doença?

Especula-se que a intensa circulação de diferentes tipos virais que infectam pessoas continuamente possa gerar imunidade na população adulta, em pessoas que já tenham sido contaminadas alguma vez. Dessa forma, crianças e jovens que nunca entraram em contato com o vírus circulante podem, sim, ser mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença. Essa dinâmica foi registrada na Ásia nas décadas de 1970 e 1980 e é possível que a experiência se repita nas Américas.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

PATROCINAR O CARNAVAL DOS PALMARES, OU NÃO PATROCINAR – EIS A QUESTÃO!


PATROCINAR O CARNAVAL DOS PALMARES, OU NÃO PATROCINAR – 
EIS A QUESTÃO!

Recentemente o presidente da Câmara Municipal dos Palmares, vereador Luciano Rodrigues, publicou um post acerca do carnaval desta cidade ser ou não, patrocinado pela prefeitura. E questiona (pergunta) ao povo com a seguintes palavras:


Em sua opinião, a prefeitura de Palmares deve patrocinar o Carnaval, mesmo diante do atraso dos salários dos servidores e aposentados? Qual é a sua opinião? Vamos debater Palmares!” Dia 31, às 12:56

Embora que no final de suas palavras esteja escrito “Vamos debater Palmares”, exortando o povo ao debate, antes ele induz, como num link, sutilmente, uma critica ao prefeito pelo atraso no pagamento dos funcionários públicos.

A palavra CRÍTICA vem do Grego KRITIKOS, “capacitado para fazer julgamentos”,

de KRINEIN, “separar, decidir, julgar”, relacionado a KRISIS, “julgamento, seleção”, do Indo-Europeu KREI-, “peneirar, discriminar, distinguir”

Mas a maioria dos eleitores não entendem e nem sabem o significado dessa palavra. E nesse “gancho” de falta de entendimento popular, os políticos brasileiros praticam a tática da indução, principalmente em ano/época de eleições, e eles já começaram a trabalhar o subconsciente dos eleitores para induzi-los nas escolhas dos candidatos.

Os eleitores, por falta de esclarecimentos, são facilmente induzidos ao bel prazer dos que sabem se articular muitíssimo bem.

Os induzidos (eleitores), pelo menos em sua maioria, não entendem o real significado da palavra “CRÍTICA”, pois acham que criticar é esculhambar, xingar e denegrir a imagem dos seus adversários. Isto não é democracia!
No frigir dos ovos, tal situação coloca o nobre prefeito numa sinuca de bico, entre a cruz e a espada: se patrocinar o carnaval vai ser motivo de chacota da dita oposição. Certamente vão dizer que ele é um irresponsável. Mas (como sempre tem um “mas”), se ele não patrocinar o carnaval, a dita oposição, do mesmo jeito, vai esculhambá-lo. Afinal, no Brasil, infelizmente, esse é (não deveria ser) o papel da oposição.

Aliás, oposição crítica que só encontra defeitos não é demostração de se querer democracia, mas apenas derrubar um governo, para que outro grupo possa assumir.

A questão é:

Que eleitor vai cair na pegadinha do nobre vereador?

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O reacender das luzes


O reacender das luzes
Roberto de Queiroz*


Na crônica “No apagar das luzes”, publicada no portal Nova+, em 22/12/2015, Admmauro Gommes assevera que, atualmente, “pedaladas” é um vocábulo “sujo” e não dá nem para limpá-lo por meio de um “lava-jato”, uma vez que o último vocábulo carrega em si uma carga de sujeira de maior tomo que o primeiro. Pelo andar da carruagem, é provável que toda a roupa mal lavada, ou melhor, suja, continuará de molho até as festas juninas. E, depois desse período, ficará de molho novamente. E não creio que isso seja pessimismo. Infelizmente. Eu chamaria de previsão factual.

Para Jorge Hélio, “o futuro é o passado andando de costas. E, tendo em vista o cenário da política nacional contemporânea, cabem aqui as palavras do cônsul romano Marco Túlio Cícero (106 a.C. - 43 a.C.), que, embora escritas há mais de dois mil anos, ainda hoje são repetidas e parecem ter sido escritas em nossa era. Refiro às “Catilinárias”, sentenças acusatórias de Cícero contra Lúcio Sérgio Catilina, declaradas em pleno senado romano. Ali, Cícero expôs publicamente a dissimulação do líder da conspiração frustrada, Catilina, que insistia em frequentar o senado, apesar dos crimes que cometera. Logo no primeiro discurso, de um total de quatro, Cícero faz as seguintes indagações a Catilina: “Por quanto tempo ainda há de zombar de nós essa tua loucura? Não sentes que os teus planos estão à vista de todos?”

A corrupção é, portanto, uma praga que vem se alastrando desde os primórdios da humanidade. Do ponto de vista bíblico, a corrupção nasceu com Adão, implementou-se com Eva e, consequentemente, com seus descendentes. Assim, concordo com a tese de que “o homem não se assombra de sua própria ganância” (Rui Barbosa). Porém discordo desse célebre intelectual, quando ele afirma que de tanto ver prosperar a desonra, a injustiça e os poderes nas mãos dos maus, “o homem chega (...) a ter vergonha de ser honesto”. Ao contrário, de tanto ver essas mazelas sociais e de tanto conviver com elas, o homem passa a agir por mimetismo. Como resultado, sua consciência adormece e ele passa a achar isso normal.

Por fim, parafraseando Marina Colasanti, eu digo que o homem se acostuma com essas coisas, mas não deveria... E asseguro que “ainda não estamos rindo de nossa honra”. Assim, espero que o apagar das luzes deste final de ano seja breve e que estas, ao serem reacesas, tragam consigo as luzes da revitalização da esperança.


* Professor e escritor. Autor de “Leitura e escritura na escola: ensino e aprendizagem”, Livro Rápido, 2013, entre outros. 

Análise imagética da "cara colorida" de Vital Corrêa de Araújo

André Soares Monteiro

Análise imagética da "cara 
colorida" de Vital Corrêa de Araújo
Por Gleidistone Antunes


A análise imagética demonstra um discurso onde se evidencia a versatilidade do artista pintor (André Soares Monteiro), configurada na personalidade poética de Vital Corrêa, que se expande num universo neo-pós-modernista de palavras vitalinas, como pernas entrelaçadas em gozos poético-sexuais-delirantes.

As cores diversificadas na cara de VCA nos mostra o quanto ambos – artesão das cores (criador da imagem) e poeta das palavras (o retratado), se multiplicam no paroxismo de uma intensa in-lucidez em-briagadora(?)

Esta análise é o meu presente de aniversário para você, meu querido amigo e Papa da Poesia Absoluta!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

No apagar das luzes (Admmauro Gommes)


No apagar das luzes
Admmauro Gommes
ESCRITOR, DIRETOR DA FAMASUL/ PALMARES


Seria bom, no final de um ano difícil, tratarmos de notícias mais amenas, mais suaves. Sugerir caminhadas ou umas pedaladas de bike, à beira mar, para desestresse. Mas “pedaladas” é um vocábulo “sujo” e não dá nem para limpá-lo por um “lava-jato,” outra palavra proibida. Então, fica difícil pegar leve, quando toda a roupa mal lavada vai ficar de molho até janeiro. Ou melhor, fevereiro, depois do Carnaval. Ou será que a vestimenta da quadrilha continuará empoeirada até as festas juninas?

Como resolver esta questão? Será que ainda há saída para o Brasil? João Constantino diz que a saída só ocorrerá se for pelo aeroporto. Não sejamos tão pessimistas assim. Mas o fato é que não dá para esquecer, tendo em vista os últimos acontecimentos da política nacional, das exclamações do cônsul romano Marco Túlio Cícero (106 a.C. - 43 a.C.): “Oh tempos, oh costumes!” Esta parte de um de seus discursos foi tão repetida ultimamente que parece ter sido escrita em nossa era.

Diante desse quadro, a reflexão é inevitável: Como o homem não se assombra de sua própria ganância! Como a vida do faz de conta toma conta de nossas vidas! O pior é que vamos nos acostumando com isso. Rui Barbosa estava (e sempre esteve) certo, quando percebeu, já em sua época que "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

Será que chegamos no tempo de ter vergonha de sermos honestos? (Oh costumes!). Qualquer um de nós que disser em alto e bom tom, no meio da rua: “Eu sou honesto!” vai ser observado com um olhar de censura. Se alguém duvidar, que tente fazer isso.
Como a moral é a ciência dos bons costumes, resta saber, para efeito de sua aplicação: bons costumes de quem? Se um grupo de desordeiros considera a desordem como prática saudável à sobrevivência de sua corja, a desordem passará a fazer parte dos “bons costumes” deles? Se assim for, ai de nós! “...de tanto ver prosperar a desonra,” estamos nos desanimando da virtude!

Mas ainda há esperança. Espero que no apagar das luzes desse ano não surja a inevitável escuridão. Apareçam novas luzes. O que me alenta é que ainda não estamos rindo de nossa honra. Ou estamos?