O adeus de Ariano, aos 87 anos!!!
Ele sofreu um AVC na noite de segunda-feira e passou por cirurgia. Nascido na Paraíba, o escritor vivia no Recife desde 1942.
Morreu no Recife, nesta quarta-feira (23), o escritor, dramaturgo e
poeta paraibano Ariano Suassuna, aos 87 anos. Ele estava internado desde
a noite de segunda (21) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do
Hospital Português, onde foi submetido a uma cirurgia na mesma noite
após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico.
Segundo boletim médico, o escritor faleceu às 17h15. "O paciente teve
uma parada cardíaca provocada pela hipertensão intracraniana".
O velório do corpo do escritor começa ainda esta noite, no Palácio do
Campo das Princesas, sede do governo estadual, que decretou luto oficial
de três dias. A partir das 23h, será aberto o acesso do público ao
local. O enterro está previsto para a tarde de quinta-feira (24), no
cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.
Internamentos
Em 2013, Ariano foi internado duas vezes. A primeira delas em 21 de
agosto, quando sentiu-se mal após sofrer um infarto agudo do miocárdio
de pequenas proporções, de acordo com os médicos, e ficou internado na
unidade coronária, mas depois foi transferido para um apartamento no
hospital. Recebeu alta após seis dias, com recomendação de repouso e
nenhuma visita.
Dias depois, um aneurisma cerebral o levou de volta ao hospital. Uma
arteriografia foi feita para tratamento e ele saiu da UTI para um
apartamento do hospital, de onde recebeu alta seis dias depois da
internação, no dia 4 de setembro.
Na noite de segunda-feira (21), Ariano Suassuna deu entrada no hospital
e foi operado após o diagnóstico do AVC. A cirurgia foi para a
colocação de dois drenos, na tentativa de controlar a pressão
intracraniana. Na noite de terça, o quadro dele se agravou, devido a
"queda da pressão arterial e pressão intracraniana muito elevada",
conforme foi informado em boletim.
Obra
A primeira peça do escritor, "Uma mulher vestida de sol", ganhou o
prêmio Nicolau Carlos Magno em 1948. Ariano escreveu um de seus maiores
clássicos, "O Auto da Compadecida", em 1955, cinco anos depois de se
formar em direito. A peça foi apresentada pela primeira vez no Recife,
em 1957, no Teatro de Santa Isabel, sem grande sucesso, explodindo
nacionalmente apenas quando foi encenada – e ganhou o prêmio – no
Festival de Estudantes do Rio de Janeiro, no Teatro Dulcina. A obra é
considerada a mais famosa dele, devido às diversas adaptações. Guel
Arraes levou o “Auto” à TV e ao cinema em 1999.
O escritor considera que seu melhor livro é o “Romance d'A Pedra do
Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta”. A obra começou a ser
produzida em 1958 e levou 12 anos para ficar pronta. Foi adaptada por
Luiz Fernando Carvalho e exibida pela Rede Globo em 2007, com o nome de
"A pedra do reino".
Na década de 70, Ariano começou a articular o Movimento Armorial, que
defendeu a criação de uma arte erudita nordestina a partir de suas
raízes populares. Ele também foi membro-fundador do Conselho Nacional de
Cultura.
Após 32 anos nas salas de aula, Suassuna se aposentou do cargo de
professor da Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. O período
também ficou marcado pelo reconhecimento nacional do escritor – Ariano
tomou posse na cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio
de Janeiro, em 1990.
Adeus mestre Ariano!!!
Ariano Suassuna parte para a eterna terra do mistério, do além, do espaço infinito. Foi morar em outras paragens, encantar os santos e prostrar-se aos pés da Nossa Senhora - a "Compadecida", a intercessora dos humildes, dos aflitos e desprotegidos, do João Grilo e do Chicó. A Compadecida agora irá interceder pelo mestre.
Nossa Senhora - a Compadecida |
Ariano lá no céu do imaginário popular, estará eternamente sentado à direita do Deus dos nossos corações e de nossa compreensão, certamente intercedendo pela cultura engajada com a denúncia social, contra o preconceito, o desrespeito aos menos favorecidos.
O homem é um abençoado que deixa à região Nordeste, um legado de contos, histórias, peças teatrais e livros que somente enalteceram e perpetualizaram a grandeza da criatividade, força poética e metáfora do seu povo.
Muito obrigado Mestre Ariano, que os espíritos de Luz o receba de braços abertos no paraíso do imaginário popular!!! Adeus!!! Fique com Deus e paz profunda!!!
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