quarta-feira, 23 de julho de 2014

O adeus de Ariano, aos 87 anos!!!

O adeus de Ariano, aos 87 anos!!!

Ele sofreu um AVC na noite de segunda-feira e passou por cirurgia. Nascido na Paraíba, o escritor vivia no Recife desde 1942.


Morreu no Recife, nesta quarta-feira (23), o escritor, dramaturgo e poeta paraibano Ariano Suassuna, aos 87 anos. Ele estava internado desde a noite de segunda (21) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, onde foi submetido a uma cirurgia na mesma noite após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico. Segundo boletim médico, o escritor faleceu às 17h15. "O paciente teve uma parada cardíaca provocada pela hipertensão intracraniana".
O velório do corpo do escritor começa ainda esta noite, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, que decretou luto oficial de três dias. A partir das 23h, será aberto o acesso do público ao local. O enterro está previsto para a tarde de quinta-feira (24), no cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.
 

Internamentos
 
Em 2013, Ariano foi internado duas vezes. A primeira delas em 21 de agosto, quando sentiu-se mal após sofrer um infarto agudo do miocárdio de pequenas proporções, de acordo com os médicos, e ficou internado na unidade coronária, mas depois foi transferido para um apartamento no hospital. Recebeu alta após seis dias, com recomendação de repouso e nenhuma visita.

Dias depois, um aneurisma cerebral o levou de volta ao hospital. Uma arteriografia foi feita para tratamento e ele saiu da UTI para um apartamento do hospital, de onde recebeu alta seis dias depois da internação, no dia 4 de setembro.

Na noite de segunda-feira (21), Ariano Suassuna deu entrada no hospital e foi operado após o diagnóstico do AVC. A cirurgia foi para a colocação de dois drenos, na tentativa de controlar a pressão intracraniana. Na noite de terça, o quadro dele se agravou, devido a "queda da pressão arterial e pressão intracraniana muito elevada", conforme foi informado em boletim. 

Obra 


A primeira peça do escritor, "Uma mulher vestida de sol", ganhou o prêmio Nicolau Carlos Magno em 1948. Ariano escreveu um de seus maiores clássicos, "O Auto da Compadecida", em 1955, cinco anos depois de se formar em direito. A peça foi apresentada pela primeira vez no Recife, em 1957, no Teatro de Santa Isabel, sem grande sucesso, explodindo nacionalmente apenas quando foi encenada – e ganhou o prêmio – no Festival de Estudantes do Rio de Janeiro, no Teatro Dulcina. A obra é considerada a mais famosa dele, devido às diversas adaptações. Guel Arraes levou o “Auto” à TV e ao cinema em 1999.


O escritor considera que seu melhor livro é o “Romance d'A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta”. A obra começou a ser produzida em 1958 e levou 12 anos para ficar pronta. Foi adaptada por Luiz Fernando Carvalho e exibida pela Rede Globo em 2007, com o nome de "A pedra do reino".
Na década de 70, Ariano começou a articular o Movimento Armorial, que defendeu a criação de uma arte erudita nordestina a partir de suas raízes populares. Ele também foi membro-fundador do Conselho Nacional de Cultura.

Após 32 anos nas salas de aula, Suassuna se aposentou do cargo de professor da Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. O período também ficou marcado pelo reconhecimento nacional do escritor – Ariano tomou posse na cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, em 1990.


Adeus mestre Ariano!!!

Ariano Suassuna parte para a eterna terra do mistério, do além, do espaço infinito. Foi morar em outras paragens, encantar os santos e prostrar-se aos pés da Nossa Senhora - a "Compadecida", a intercessora dos humildes, dos aflitos e desprotegidos, do João Grilo e do Chicó. A Compadecida agora irá interceder pelo mestre.

Nossa Senhora - a Compadecida

Ariano lá no céu do imaginário popular, estará eternamente sentado à direita do Deus dos nossos corações e de nossa compreensão, certamente intercedendo pela cultura engajada com a denúncia social, contra o preconceito, o desrespeito aos menos favorecidos.

O homem é um abençoado que deixa à região Nordeste, um legado de contos, histórias, peças teatrais e livros que somente enalteceram  e perpetualizaram a grandeza da criatividade, força poética e  metáfora do seu povo.
 
Ariano Suassuna, uma vida inteira dedicada a arte!!!
Muito obrigado Mestre Ariano, que os espíritos de Luz o receba de braços abertos no paraíso do imaginário popular!!! Adeus!!! Fique com Deus e paz profunda!!!



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