quinta-feira, 7 de maio de 2015

GIZ DE SANGUE






GIZ DE SANGUE

Não haveria doutor
Se não houvesse professor
Diante do quadro-negro
E o que seria do mundo
Se o saber mais profundo
Permanecesse em segredo?

Seríamos uma sociedade cega

Como na Idade da Pedra
Se não tivéssemos mestres
E a nossa sabedoria

Numa parede caberia
Como arte rupestre.

O mestre tem como preceito
Estimular a luta pelos direitos
E por não ser hipócrita
Veste a armadura da dignidade
Empunha a espada da verdade
E declara a guerra ideológica.

Então levanta a sua voz
Contra o Governo atroz
Durante uma pacífica luta
E sai caminhando nas ruas
Tendo como bandeira as suas
Reivindicações mais justas.

Mas muitos daqueles alunos
Que sentaram-se em turnos
Para com ele aprender
Usando força desmedida
Quase lhe tiram a vida
Fazendo seu sangue verter.

Antes ele escrevia com giz
Traçando a diretriz
Para a alheia realização
Mas hoje triste se constrange
Ao escrever com sangue
A dor da sua indignação.


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