sexta-feira, 29 de junho de 2018

RESENHA CRÍTICA - Poesia no Jardim. Obra literária de Maria Marlene (por Gleidistone Antunes)


RESENHA CRÍTICA

RESENHISTA: ANTUNES, Gleidistone.*
 FICHA TÉCNICA
 TÍTULO DA OBRA: Poesia no Jardim / 2017
AUTORA: Maria Marlene
GÊNERO: Literário – Poemas
EDITORA: Becalete, Mogi Guaçu, SP
PÁGINAS: 92
ISBN: 978-85-9358-78-7

Resenhar uma obra literária é algo muito complexo, haja vista sua carga de subjetividade que, neste caso, é extremamente carregada de sutilezas poéticas embasadas nas figuras de linguagens, que considero ser a alma dos poemas. Isto porque cada um deles traz em si suas marcas de impressões expostas pelos poetas, a partir de suas experiencias de mundo. E na qualidade de resenhista, leitor da obra a ser resenhada – “Poesia no Jardim”, da poetisa Maria Marlene, sigo o que dizia o grande Leonardo Boff: “Ler significa reler e compreender. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam, haja vista que todo ponto de vista é a vista de um ponto.” Partindo desse princípio e com os pés no chão, recebi com muita alegria essa obra literária cujo gênero me fascina – os poemas. Para mim, cada texto poético é um encantamento.

“Poesia no Jardim” logo de cara, seja de frente ou de verso (por trás mesmo) nos encanta por sua belíssima ilustração, com traços multicoloridos de tropicalidade, sob um fundo azul celeste, a nos lembrar uma linda tarde de verão que nos convida para conhecermos esse jardim poético-imaginário, construído a partir de um sonho – o de lançar seu rebento de versos e asas a nos chamar para um voo suave sobre as brisas do tempo e da imaginação poética de MM.

A primeira orelha do livro nos apresenta a teórica Marlene, acadêmica, professora-poetisa, credenciais que a torna digna de ser lida, conhecida e reconhecida pelos brasileiros que gostam de Literatura.
Poesia no Jardim nasce de um convite inusitado feito por um beija-flor, configuração do seu Eu Lírico que, por intermédio de sua imaginação é exortada a escreve-lo. Na segunda orelha do livro, ela confessa tudo isso em versos delicados que por si só, tem uma grande alma: o jogo de metáforas a reluzir na mente dos leitores uma fábula-poética. Lindo, leve e que dá nome à obra.

Com prefácio do poeta e artista plástico Arthur Ghuma, o livro ganha um adorno metafísico que extrapola o sentido semantical e nos evidencia a semiótica advinda dos poemas de MM. Ghuma nos alerta, de certa forma, que iremos nos deparar com uma poetisa extremamente onírica, ou seja, pura e sensível, assim como uma flor campestre, com todas as suas singelezas. Naturalista mesmo. Esta imagem nos remete às indicações do fugere urbem, mas com mergulhos de amor no campo fértil da sua imaginação em Doces Lembranças que se configuram no desabafo de Coisas de Maria (I) descambando onde Nasce o Sol, Todo Exibido e continua numa Tarde Ensolarada.

Nesse sentido, ouso em afirmar que Maria Marlene é uma poetisa árcade ao contrário, ou seja, enquanto no arcadismo a razão sobrepuja a imaginação, em MM a imaginação não está nem aí para a concretude da razão e por isto ela solta seus versos tais quais andorinhas (ou beija-flores) livres de pieguices previsíveis, secas e sem graça, insensíveis.

Ela é merecedora de constar no cast das grandes escritoras modernas deste país. Sua singeleza nos evidencia que, em certos casos, o simples é chic, é sublime, é mais. Tudo isso é - Maria Marlene.

Um comentário:

  1. Meu agradecimento sincero pelo presente que ganhei, a resenha do meu livro feita pelo renomado professor e escritor Gleidistone Antunes (Tony Antunes). Gratidão é a palavra.

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