RESENHISTA:
ANTUNES, Gleidistone.*
AUTORA:
Maria Marlene
GÊNERO: Literário – Poemas
EDITORA:
Becalete, Mogi Guaçu, SP
PÁGINAS:
92
ISBN: 978-85-9358-78-7
Resenhar
uma obra literária é algo muito complexo, haja vista sua carga de subjetividade
que, neste caso, é extremamente carregada de sutilezas poéticas embasadas nas
figuras de linguagens, que considero ser a alma dos poemas. Isto porque cada um
deles traz em si suas marcas de impressões expostas pelos poetas, a partir de
suas experiencias de mundo. E na qualidade de resenhista, leitor da obra a ser
resenhada – “Poesia no Jardim”, da poetisa Maria Marlene, sigo o que dizia o
grande Leonardo Boff: “Ler significa reler e compreender. Cada um lê com os
olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam, haja vista que todo
ponto de vista é a vista de um ponto.”
Partindo desse princípio e com os pés no chão, recebi com muita alegria essa
obra literária cujo gênero me fascina – os poemas. Para mim, cada texto poético
é um encantamento.
“Poesia
no Jardim” logo de cara, seja de frente ou de verso (por trás mesmo) nos
encanta por sua belíssima ilustração, com traços multicoloridos de
tropicalidade, sob um fundo azul celeste, a nos lembrar uma linda tarde de
verão que nos convida para conhecermos esse jardim poético-imaginário,
construído a partir de um sonho – o de lançar seu rebento de versos e asas a
nos chamar para um voo suave sobre as brisas do tempo e da imaginação poética
de MM.
A
primeira orelha do livro nos apresenta a teórica Marlene, acadêmica, professora-poetisa,
credenciais que a torna digna de ser lida, conhecida e reconhecida pelos brasileiros
que gostam de Literatura.
Poesia no Jardim nasce
de um convite inusitado feito por um beija-flor, configuração do seu Eu Lírico
que, por intermédio de sua imaginação é exortada a escreve-lo. Na segunda
orelha do livro, ela confessa tudo isso em versos delicados que por si só, tem
uma grande alma: o jogo de metáforas a reluzir na mente dos leitores uma
fábula-poética. Lindo, leve e que dá nome à obra.
Com
prefácio do poeta e artista plástico Arthur Ghuma, o livro ganha um adorno
metafísico que extrapola o sentido semantical e nos evidencia a semiótica
advinda dos poemas de MM. Ghuma nos alerta, de certa forma, que iremos nos
deparar com uma poetisa extremamente onírica, ou seja, pura e sensível, assim
como uma flor campestre, com todas as suas singelezas. Naturalista mesmo. Esta
imagem nos remete às indicações do fugere
urbem, mas com mergulhos de amor no campo fértil da sua imaginação em Doces Lembranças que se configuram no
desabafo de Coisas de Maria (I)
descambando onde Nasce o Sol, Todo
Exibido e continua numa Tarde
Ensolarada.
Nesse
sentido, ouso em afirmar que Maria Marlene é uma poetisa árcade ao contrário,
ou seja, enquanto no arcadismo a razão sobrepuja a imaginação, em MM a imaginação
não está nem aí para a concretude da razão e por isto ela solta seus versos
tais quais andorinhas (ou beija-flores) livres de pieguices previsíveis, secas
e sem graça, insensíveis.
Ela
é merecedora de constar no cast das
grandes escritoras modernas deste país. Sua singeleza nos evidencia que, em
certos casos, o simples é chic, é sublime, é mais. Tudo isso é - Maria Marlene.
Meu agradecimento sincero pelo presente que ganhei, a resenha do meu livro feita pelo renomado professor e escritor Gleidistone Antunes (Tony Antunes). Gratidão é a palavra.
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