quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O Cenário do Ensino Superior no Brasil: avanços e desafios




O Cenário do Ensino Superior no Brasil: avanços e desafios
Por Lívia de Mendonça Santos – 8° Período do curso de Pedagogia

O desafiante mundo da Educação é complexo e revolucionário. Manter-se atualizado é obrigatoriamente necessário para o bom desempenho dos que nela atuam, nas mais diversificadas formas. O profissional que busca estar “conectado” com a atualidade, torna-se um referencial e, portanto, um espelho para que, assim os que o seguem, também seguirem o rumo do aperfeiçoamento e aprimoramento do que aprende e ao mesmo tempo ensina.

Paulo Cardim, afirma que: o Ensino Superior, dentro desse novo cenário, é aquele com mais desafios. Afirmação que é impiedosamente correta, pois nesta etapa do ensino, deve-se vivenciar a adequada formação para uma legítima atuação no mercado de trabalho, nas mais diversas profissões. É através dessa graduação que os valores notórios e individuais devem ser apreciados, partindo do pressuposto de que a articulação entre teoria e prática desenvolva-se para o aprimoramento verdadeiro.

Porém, são nestas questões que a formação superior ainda perece em nosso país. Pois, os graduados não saem devidamente formados da faculdade, por motivos que abrangem a incoerência do que aprendem, com a aplicabilidade no cenário em que irão atuar. É neste momento que se verifica a necessidade de uma formação mais humanizada e prática. Possibilidades de inovação e transformação são lançadas, mas a vontade de desenvolvê-las ainda é mínima, sendo assim, a defasagem é visivelmente percebida no meio educacional.

A força de vontade de melhorar esse cenário existe, mas a união e a garra dos que compõem e fazem o Ensino superior são pequenas para que o futuro seja melhor, a partir do agora e não com o simples: depois veremos o que podemos fazer. Afinal, uma Educação de qualidade se inicia no hoje e nunca no amanhã.



A NOVA POESIA DA FAMASUL (Prof. Gleidistone Antunes)




A NOVA POESIA DA FAMASUL
(Prof. Gleidistone Antunes)

Dois poetas vitalinos

A poesia tem sido a mola propulsora que eleva a alma dos alegres, ou dos angustiados. Dos novos e dos velhos. Dos homens e das mulheres. Bendito seja, então, o Deus da nossa compreensão, pelos poetas! São eles que absorvem as imagens, os cheiros e as cores da vida e dão animum às pessoas que dela (a poesia) se alimentam.
Mas quem se alimenta de poemas, precisa estar desperto e sensível para sentir na alma o sabor da poesia que, por sua complexidade, pode causar (ou provocar) o bem ou o mal. E para entendê-las, devemos estar antenados aos novos talentos.
Entre essa nova safra de poetas temos, os que bebem nas fontes da Poesia Absoluta, de Vital Corrêa de Araújo, contrariam a afirmativa de que: “Quem lê VCA, tem AVC!” O poeta Yannick Clemon, do curso de Letras da Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul –Famasul, teve um surto de absolutismo poético vitalino, quando rasga a nossa compreensão ao falar no poema “Meu Mal”:

Engulo meu sofrimento
bebo da água da morte
transpiro o desejo de viver
penduro a dor no varal
levanto do poço d’angustia
mergulho em nuvens de sonhos
e renasço sobre o mar de pelos.

Yannick metaforiza engolir os seus pesares no primeiro verso, mas no último, renasce. Todavia, até aí, não se sabe se o poeta renasce nu em pelo, ou o pelo do qual ele fala, são as entranhas pelas quais passam todo vivente ao entrar neste mundo, com porteira e, já com tranca funérea.
O rapaz é mesmo um “buliçoso” na arte de poetar. Mesmo na “Solidão”, esperneia num misto de fúria e gozo:

O hálito do mar me arranha
fratura minh’alma
me dilui em infinito.

orgasmos de fúria
em poços retínicos
me embriago de dor.


Enquanto Yannick fala de fúria, dor e morte, seu colega de curso Pablo Pereira põe o “Deus” do seu coração na conversa poética:

Com o toque do teu olhar
o mar cala sem hesitar.

Profundeza que destila beleza
prostra-se em reverência.

O vento grita em alto som
a melodia que o céu jamais elaborou.

A terra treme em pensar
folhas que banham lágrimas de socorro.

Mesmo ao falar em Deus, o poema transcende o discurso da religiosidade, e descamba na sua fé. Pois em “O grito” de Pablo...

Vejo a vontade da voz,
sorrindo com seu silêncio...

Ouço, ouvido, oscilando
vozes que magoam o tempo...

Sinto, sentido, sentado
na porta do infinito...

Abraço, amor, apertado
em olhos famintos...

A fome de amor e de abraço, evidenciada nas palavras do autor, nos possibilita entender o quanto nós humanos estamos carentes de fraternidade e de sermos ouvidos.

Duas poetisas vitalícias

Na contramão de toda essa complexidade, surgem (também de Letras) duas poetisas de alma e aparência delicadas. A primeira – Maristela Freitas. Emotiva que, com o “O vendedor de balões” nos conta das dores e ilusões, mas que nos apresenta no seio poético de seus versos, a esperança e o sonho, não a morte, como os ultrarromânticos:

É o vendedor de ilusões
o vendedor de dor
é o que vende dor
ele ganha a vida com sonhos e sons.
Anda com cores vibrantes
e sonhos ambulantes
é o que a menina na janela
sonha e ganha.

A poetisa é essa menina que, como disse Antunes, na Antologia Poetas da FAMASUL (2014 - 30): “Mágica menina, linda morena / Fruta de conde, manga madura...
E na delicadeza, a poetisa, continua seu devaneio:

Correm as crianças
atrás do vendedor.
Cada olhar, um cristal diferente
balões coloridos, livres
voando em cada pensamento
transbordando no vento
levando pra casa histórias
jamais contadas.

É o vendedor!
É o que vende dor!

A sua colega Maria Dulce, docemente molha nossos lábios com seu néctar poético sentimentalmente, como uma pétala ao abrir-se na aurora de uma manhã, em plena primavera, em que “O vento”, assopra delicadamente, as flores:

As folhas que se desprenderam
de mim não fazem falta.
A natureza levou-me a lugares inesperados.
O vento me guiou para novos horizontes
onde a dança das águas inundou o meu ser.
Os tons de marrom deram espaços
a verdes viçosos e vibrantes
trazendo alegria e esperança a rua do outono.
O vento trouxe a primavera de volta
e as nuvens de cores voltaram a reinar.

E nessa viagem entre o complexo, o quase indecifrável(?), a fé que transcende a religiosidade e o amor delicado de duas flores morenas, tais quais a dos maracujás, encerro minhas palavras saltitante de alegria, por ver quatro novos poetas debruçarem-se sobre as palavras e escreverem tão distintamente, mas tão prazerosamente de serem lidos em todo tempo. Como a arte é eterna, todos os vitalinos são vitalícios.