quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O MAIOR NOME DA MÚSICA BRASILEIRA: CHIQUINHA GONZAGA (Por Gleidistone Antunes)

Chiquinha Gonzaga, uma mulher à frente do seu tempo


O MAIOR NOME DA MÚSICA BRASILEIRA: CHIQUINHA GONZAGA
(Por Gleidistone Antunes)

Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga (Rio de Janeiro17 de outubro de 1847 — 28 de fevereiro de 1935) foi uma compositorapianista e maestrina brasileira.

Foi a primeira chorona, primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca com letra ("Ó Abre Alas", 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. No Passeio Público do Rio de Janeiro, há uma herma em sua homenagem, obra do escultor Honório Peçanha. Em maio de 2012 foi sancionada a Lei 12.624 que instituiu o Dia Nacional da Música Popular Brasileira, a ser comemorado no dia de seu aniversário.

A necessidade de adaptar o som do piano ao gosto popular valeu a glória de tornar-se a primeira compositora popular do Brasil. O sucesso começou em 1877, com a polca 'Atraente'. A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, resolveu lançar-se no teatro de variedades e revista. Estreou compondo a trilha da opereta de costumes "A Corte na Roça", de 1885. Em 1911, estreia seu maior sucesso no teatro: a opereta Forrobodó, que chegou a 1500 apresentações seguidas após a estreia - até hoje o maior desempenho de uma peça deste gênero no Brasil. Em 1934, aos 87 anos, escreveu sua última composição, a partitura da peça "Maria". Foi criadora da célebre partitura da opereta Juriti, de Viriato Corrêa.

Por volta de 1900 conhece a irreverente artista Nair de Tefé von Hoonholtz, a primeira caricaturista mulher do mundo, uma moça boêmia, embora de família nobre, da qual se torna grande amiga. Chiquinha viaja pela Europa entre 1902 e 1910, tornando-se especialmente conhecida em Portugal, onde escreve músicas para diversos autores. Logo após o seu retorno do continente europeu, sua amiga Nair de Tefé casa-se com o então presidente da República Hermes da Fonseca, tornando-se primeira-damado Brasil.
Chiquinha é convidada pela amiga para alguns saraus no Palácio do Catete, a então morada presidencial, mesmo sob a contrariedade notavelmente imposta pela família de Nair. Certa vez, em 1914, num recital de lançamento do Corta Jaca, no palácio presidencial, a própria primeira-dama do país, Nair de Tefé, acompanhou Chiquinha no violão, e empunhou o instrumento, tocando um maxixe composto pela maestrina. O que foi considerado um escândalo para a época. Foram feitas críticas ao governo e retumbantes comentários sobre os "escândalos" no palácio, pela promoção e divulgação de músicas cujas origens estavam nas danças vulgares, segundo a concepção da elite social aristocrática. Levar para o Palácio do Governo a música popular brasileirafoi considerado, na época, uma quebra de protocolo, causando polêmica nas altas esferas da sociedade e entre políticos. Após o término do mandato presidencial, Hermes da Fonseca e Nair de Tefé mudaram-se para a França, onde permaneceram por um bom tempo. Em decorrência desse afastamento, Chiquinha e Nair acabam por perder contato.

Chiquinha participou ativamente da campanha abolicionista, por conta da revolta que sentia por seus ancestrais maternos terem sido escravos e sofrido muito, e da proclamação da república do Brasil. Também foi a fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Ao todo, compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de cerca de duas mil composições em gêneros variados: valsaspolcastangoslundusmaxixesfadosquadrilhasmazurcaschoros e serenatas.


Chiquinha com 87 anos, ao piano


Fonte: Internet