DE QUEM É A CULPA: DA SOCIEDADE, DA ESCOLA OU DA FAMÍLIA?
Quando foi que pedir respeito aos alunos virou uma afronta? Quando foi que Instruir virou ofensa? Desde quando os Professores e Professoras precisam pedir desculpas, por tentar ensinar aos filhos dos outros, na perspectiva de que eles(alunos) tenham disciplina, respeito e atenção?
Desde quando o ato de instruir em Língua Portuguesa, Matemática e todas as matérias do currículo escolar virou alienação ideológica nas escolas?
Nós Professores(as) não somos educadores(as), somos instrutores das matérias curriculares. E instrução, pelo menos em tese, não tem nada a ver com educação, porque conheço pessoas instruídas, mas extremamente mal educadas, grosseiras e hostis. A minha mão era analfabeta, mesmo assim ela ensinou-me que educação vem de berço, vem de casa, vem de pais que têm moral para os filhos, que os educa com lições de exemplo de vida, de valores morais em que o respeito, seja lá por quem for, atue no comportamento desses jovens.
A empatia e a educação são considerados a base de toda pessoa minimamente civilizada. Ensinar não é tentar agradar fazendo coisas que estão fora do escopo da profissão de Professor como: dançar, se vestir de palhaço, cantar... muito menos comprar com dinheiro do próprio bolso, pizza, sorvetinho, picolés e bombons, a gente ganha pouco. Em Pernambuco, nem o piso nacional está se pagando, mas o dinheiro vem para as prefeituras e para o estado, não pagam porque não têm compromisso com a classe trabalhadora da educação. Ensinar é instruir e instrução, pelo menos em tese, traz ou deveria trazer educação, sucesso, força e confiança nesses jovens dos Ensinos Fundamental e Médio.
A Constituição Federal, em seu artigo 205, estabelece que “a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família”. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) também reforça que “a educação é dever da família e do Estado, inspirada pela liberdade e solidariedade humana, com o objetivo de desenvolver o educando, prepará-lo para a cidadania e qualificá-lo para o trabalho” Se qualquer uma dessas Instituições falhar, o processo de Educação não se estabelecerá, ou acontecerá de maneira deturpada, e é isso que está acontecendo.
A família faliu, já não dá conta de criar seus filhos pautada nos valores sociais que Cristo pregou: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei!" "Não jugueis para não serdes julgados!" Mas que vemos nos dias de hoje é ação de Cristo nos ditos cristão? Fazer arminha e seguir quem prega o ódio político com a bíblia debaixo do braço é normalmente cristão? A família terceirizou a educação dos seus filhos e a escola virou depósito de crianças e jovens que vêm sem nenhum sonho, sem nenhuma perspectiva de futuro, muitos não estão nem aí para nada. Nós os Professores(as) é que temos de literalmente nos virar nos trinta. Mas estamos a sós. Lutamos contra a fragmentação da família, contra a discriminação de pais violentos, que somente aparecem na escola para violentarem os profissionais da educação. Nem a família nem a sociedade valorizam a profissão mais sagrada e importante de todas - ser Professor!
O que vemos hoje é filho dando na cara dos pais, humilhando-os e os assassinando. A sociedade, por sua vez, está direcionada por uma mídia que propaga a anticultura alienante, configurada no grito, no rebolado, na nudez, na batida de um som quase que desconexo, na apologia à prostituição, traição, matança, às drogas, ao sexo desenfreado e sem nenhuma responsabilidade, onde o gozo físico é o único tópico que importa.
“A humanidade caminha para o caos”, está na bíblia, “neste mundo somente teremos aflição”, neste sentido, nunca houve nem haverá paz no mundo, o que há um armistício, sou seja, um intervalo entre uma guerra e outra. A humanidade está doente, nunca esteve tão doente, está falida. Somos, definitivamente, é um projeto que promove a destruição em massa, matamos - e nos rimos disso, mentimos - e nos rimos disso. Somos os únicos animais que ri do outro enquanto o humilha, o aponta, o acusa, o julga, o condena e o mata. Tudo pelo ódio, ou por uma patologia psicopática.
Portando, diante desse caos, surge um questionamento: “De quem é a culpa?” É do Professor, da família ou da Sociedade? A Educação deste país já era há muito tempo, ou tem ainda uma esperança no final do túnel?
Tenho dito, senhores!