terça-feira, 30 de maio de 2017

OZI DOS PALMARES, O MENESTREL DA TERRA DOS POETAS Por Gleidistone Antunes






OZI DOS PALMARES, O MENESTREL DA TERRA
DOS POETAS
Por Gleidistone Antunes



Em todos os tempos, na música brasileira, sobretudo na música nordestina, muitos têm decantado seus torrões com propriedades que são peculiares a cada região. As histórias de causos dos mais variados têm servido de motes para a construção dos poemas, músicas, teatro e danças. Em nossa cidade, Mata Sul de Pernambuco, essa atividade fica por conta do nosso Menestrel, Ozi dos Palmares.
 
Ele ganhou o mundo, encantou-se pros lados de São Paulo há muito tempo e vem fazendo sua história de sobrevivência, resistência e alumbramento. Prova disso é o seu novo trabalho “Arrelique”, apresentado pelo jornalista e escritor Maurício Melo Júnior. Da capa ao disco (CD), das letras ao canto, Ozi dá uma mostra de maturidade com sua canção de trabalho - “Coisa mandada” e abre esse espetáculo de contos em versos musicalizados com as características do seu povo, do seu torrão – Terra dos Poetas.

A força e a valentia do nordestino é retratada em versos como: “O meu ponteio é feito faca de gume / Pexeira de Lampião”. Isso já diz de cara que o autor não está de brincadeira e que a religiosidade é a marca maior desse artista multi-instrumentista, intérprete, arranjador, compositor das suas refinadas letras e melodias: “Sou devoto de Padim Ciço / E também de Frei Damião / Carrego o terço no bolso / Faço minha oração”. O respeito às pessoas são reproduzidos numa linguagem coloquial, viril e regionalista em: “Oia seu doutor, me dê um tiquinho de licença / Esse é meu ponteio macho da gota serena
 

Nestas poucas palavras vê-se logo que as influencias musicais do Ozi são partes da sua vida de bacuri-menino da terra do Una, de Ascenso e de seu velho pai - Antônio Ferroviário, clarinetista dos bons.

As variantes sonoras de Ozi mostram a sua grandeza, talento e amor pelo Nordeste/Pernambuco/Palmares e por suas histórias de luzes, brilhos e cores que se reverberam na sua musicalidade atemporal, porque é eternamente lírica, linda e deslumbrantemente palmarina, do canto da boca (dele), do sangue das veias. Um “Arrelique” danado de bom!

Salve, salve Ozi dos Palmares!

4 comentários:

  1. Admiro muito o trabalho de Ozi dos Palmares!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelo seu comentário. É sempre bom saber que jovens como vc têm admiração pelo artista da Terra dos Poetas!

      Excluir
  2. Parabéns pela postagem que reconhece e enaltece
    o profissional Ozi dos Palmares.
    Ótimo texto. Parabéns pelo blog.


    ResponderExcluir
  3. Reconhecer os nossos talentos e valorizá-los é uma forma de gratidão pelos trabalhos desenvolvidos ao longo da história desses artistas.

    Obrigado pelo comentário!

    ResponderExcluir