OZI
DOS PALMARES, O MENESTREL DA TERRA
DOS
POETAS
Por
Gleidistone Antunes
Em
todos os tempos, na música brasileira, sobretudo na música
nordestina, muitos têm decantado seus torrões com propriedades que
são peculiares a cada região. As histórias de causos dos mais
variados têm servido de motes para a construção dos poemas,
músicas, teatro e danças. Em nossa cidade, Mata Sul de Pernambuco,
essa atividade fica por conta do nosso Menestrel, Ozi dos Palmares.
Ele
ganhou o mundo, encantou-se pros lados de São Paulo há muito tempo
e vem fazendo sua história de sobrevivência, resistência e
alumbramento. Prova disso é o seu novo trabalho “Arrelique”,
apresentado pelo jornalista e escritor Maurício Melo Júnior. Da
capa ao disco (CD), das letras ao canto, Ozi dá uma mostra de
maturidade com sua canção de trabalho - “Coisa mandada” e abre
esse espetáculo de contos em versos musicalizados com as
características do seu povo, do seu torrão – Terra dos Poetas.
A
força e a valentia do nordestino é retratada em versos como: “O
meu ponteio é feito faca de gume / Pexeira de Lampião”. Isso
já diz de cara que o autor não está de brincadeira e que a
religiosidade é a marca maior desse artista multi-instrumentista,
intérprete, arranjador, compositor das suas refinadas letras e
melodias: “Sou devoto de Padim Ciço / E também de Frei Damião
/ Carrego o terço no bolso / Faço minha oração”. O respeito
às pessoas são reproduzidos numa linguagem coloquial, viril e
regionalista em: “Oia seu doutor, me dê um tiquinho de licença
/ Esse é meu ponteio macho da gota serena”
Nestas
poucas palavras vê-se logo que as influencias musicais do Ozi são
partes da sua vida de bacuri-menino da terra do Una, de Ascenso e de
seu velho pai - Antônio Ferroviário, clarinetista dos bons.
As
variantes sonoras de Ozi mostram a sua grandeza, talento e amor pelo
Nordeste/Pernambuco/Palmares e por suas histórias de luzes, brilhos
e cores que se reverberam na sua musicalidade atemporal, porque é
eternamente lírica, linda e deslumbrantemente palmarina, do canto da
boca (dele), do sangue das veias. Um “Arrelique” danado de
bom!
Salve,
salve Ozi dos Palmares!
Admiro muito o trabalho de Ozi dos Palmares!!!
ResponderExcluirObrigado pelo seu comentário. É sempre bom saber que jovens como vc têm admiração pelo artista da Terra dos Poetas!
ExcluirParabéns pela postagem que reconhece e enaltece
ResponderExcluiro profissional Ozi dos Palmares.
Ótimo texto. Parabéns pelo blog.
Reconhecer os nossos talentos e valorizá-los é uma forma de gratidão pelos trabalhos desenvolvidos ao longo da história desses artistas.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário!